Lunch with me?

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Muita gente perguntou se a fic seria g!p mas eu quero que fique a critério de vocês, g!p ou não? Se fosse seria a Camila ok?

Cheguei em casa as duas e meia, sentia-me totalmente cansada por estar acordada até tarde, nunca me arrependi tanto de ir numa social com meus amigos, foi o pior jogo de verdade ou consequencia que já joguei, e o último. Não que eu seja tão chata, eu só não gosto de explorar o desconhecido e com os meus amigos sempre acabo explorando e isso me deixa desconfortável. Gosto de ser do jeito que sou, quieta no meu canto, mesmo com meus amigos eu ainda não consigo me enturmar nesse assunto de ser 'adolescente' eles são inconsequentes e dignos de adolescentes de filmes, loucos. Se eu fui em três festas eu acho que foi muito, e por muita insistência da Dinah, Verônica e Normani. Elas não se conformam de eu ser assim, tentam a todo custo me fazer mudar um pouco mas eu simplesmente não consigo, acho que elas até já cansaram, eu realmente nunca vou mudar. Só espero que alguém ache que eu valha a pena o sufiente para viver ao meu lado. Eu realmente espero.

Cheguei ao meu quarto pisando em ovos, não queria acordar os meus pais, mesmo que eles acordassem não iriam brigar, acho que até fariam uma festa por eu ter chegado em casa antes da meia-noite, nunca sou de chegar muito tarde. Quando fechei a porta com a tranca comecei a tirar minhas roupas com pressa, eu estava desesperada por um banho e minha cama, já sentia minha consciência se esvair aos poucos, eu precisava dormir ou desmaiaria, meu relógio biológico gritava. Assim que terminei meu banho, que me despertou um pouco para chegar até a cama, fui até meu armário e apenas vesti uma calcinha, gostava de dormir nua. Deixei meu celular carregando e joguei-me na cama, deixei minha mente repassar todos os momentos dessa noite maluca, foram tantos que até me deixava confusa mas um em especial estava me intrigando demais, por que diabos eu estava pensando tanto nisso?

Camila. Um simples nome enviava tremores por todo o meu corpo, minha mente repassava a mulher em minha mente repetidas vezes, seu rosto lindo e delicado, não posso dizer muito do seu corpo pois não o olhei, eu com certeza ficaria mais envergonhada do que já estava se ficasse reparando no corpo da mulher então apenas foquei em seu rosto desde que entrei no sex shop. O jeito dela falar era encantador, sua voz arrastada e fina de uma forma hipnotizante, seus olhos invadiam minha alma, como se pudesse realmente lê-la, evitei ao máximo manter contato com os seus olhos, me causava tremores no corpo. Sua risada pouco escutada já era familiar em minha mente, tão doce é viciante, eu estava me preocupando com o sentido que meus pensamentos iam. Fechei os olhos e respirei fundo, eu ligaria para ela amanhã? Guardei seu número na calça e cuidei para não perdê-lo no resto da noite, será que ela se lembraria de mim ainda? Sou apenas uma adolescente a mais que vai naquele sex shop. Infelizmente.

Na manhã seguinte fui despertada pelo som dos malditos pássaros, eles se instalavam na árvore ao lado da minha casa e sempre ficavam fazendo esses barulhos irritantes. De onde tiram que o som dos pássaros acalma? Uma ova! Eles são terrivelmente irritantes e desnecessários logo pela manhã, eu realmente espero que eles sumam algum dia, não aguento mais essa rotina. Ainda irritada me dirigi para o banheiro e fiz minha higiene matinal, fiz uma careta ao olhar-me no espelho, eu me sentia feia pela manhã, sem maquiagem e com os cabelos parecendo um ninho de rato, queria ser essas mulheres lindas que já acordam maquiadas e com bom humor, seria a pessoa mais realizada no mundo. Infelizmente tenho que enfrentar a realidade e aceitar que pareço uma mendiga quando acordo.

"Lauren, desça para o café!" Escutei minha mãe gritar lá de baixo e suspirei, indo até meu guarda-roupa e pegando um moletom e um short, não desceria pelada, obviamente.

"Bom dia." Resmunguei ao sentar-me na cadeira e minha mãe riu, beijando minha testa.

"Minha bebê mal humorada." Olhei-a incrédula com o apelido e bufei, odiava ser chamada de bebê, ainda mais de mal humorada, sabia muito bem do meu humor e ninguém precisava falá-lo, obrigada.

"Cadê o papai?" Estranhei vendo que ele não estava na mesa, sempre ele está nos sábados.

"Ele foi até o centro comprar o seu pre..." Ela tapou a boca com as mãos e eu ergui a sobrancelha.

"Hum, presente?" Sorri animada.

"Não falei nada!" Ela saiu apressada da cozinha e eu ri.

Amanhã seria meu aniversário de dezenove anos, não estava animada, quem quer fazer dezenove? Está quase na casa dos vinte, é desesperador! Ainda mais sendo um domingo, sei muito bem que meus amigos irão me arrastar para alguma boate chata e eu irei ficar a noite toda resmungando pelo som alto e o cheiro forte e bebida alcoólica, eu não bebo e nunca toquei numa gota de álcool, acho ruim o gosto e pior ainda o efeito, é desnecessário a pessoa se sujeitar ao ridículo e beber como uma idiota até não ter mais seus sentidos. Mas de uma coisa eu estava animada, o presente do meu pai, todos os anos ele me dá algo que me deixa tão feliz que sou capaz de sair pelas ruas e beijar todos os desconhecidos. Eu me lembro bem do meu aniversário de sete anos quando ganhei uma bicicleta, eu fiquei tão feliz que gritei tanto agradecendo meu pai que fiquei rouca, não podendo falar por uma semana pois minha garganta doía pelo esforço, foi horrível para uma criança hiperativa que queria mostrar o presente para todos os amigos. Eu não sei o que aconteceu comigo, simplesmente me fechei para o mundo e a criança hiperativa deu lugar a uma adolescente anti-social é tímida, queria ter a cura e voltar a ser social quando eu era criança, mas como não tenho a cura me sinto bem em continuar como sou, não é tão chato de qualquer forma.

Terminei meu café e voltei para o quarto, pegando meu celular e respondendo as mensagens dos meus amigos. Olhei para a calça jogada no chão e mordi o lábio, eu ligava? Será que ela não ficaria brava por ligarem as dez da manhã num sábado? Mas eu realmente não conseguia conter a ansiedade e nem sabia o porquê de querer falar com a mulher.

"O que há de mal, afinal?" Perguntei a mim mesma e fui até a calça, puxando o papel com o seu número e voltando para a cama. Observei sua letra, era linda, queria eu ter uma letra assim. Respirei fundo ao discar o número e fechei os olhos, não deu nem dois toques e já tinham atendido.

"Alô?" Meu corpo todo tremeu ao ouvir sua voz, o que diabos estava acontecendo?

"A-alô." Gemi irritada ao soar tão nervosa.

"Ahm... Lauren?" Arregalei os olhos, como ela sabia?

"Sim." Franzi o cenho. "Como sabe?" Perguntei baixinho.

"É que eu só conheço você de ser capaz de gaguejar no telefone por ser tímida demais para falar normalmente. E claro, esperava sua ligação ansiosamente." Ela riu e eu senti minhas bochechas corarem.

"Desculpe por parecer uma idiota." Suspirei.

"Não fale assim, gatinha. Você é uma fofa." Ela me repreendeu e eu sorri involuntariamente, eu gostava do seu apelido.

"Eu não sei mais o que falar." Confessei após alguns minutos de silêncio.

"Que tal encontrar-me para um almoço?"

"Sério?" Mordi o lábio nervosa.

"Claro, você quer?"

"Ahm... Pode ser, e-eu encontro você onde?"

"Me passe seu endereço que eu te pego, gatinha." Senti sua voz soar como se ela sorrisse, eu me senti estranhamente incomodada por não vê-lo.

"Claro." Passei-a meu endereço e ela disse que em uma hora estaria aqui, quando desliguei o celular olhei para a parede atônita, eu realmente iria almoçar com Camila?

Sex ShopWhere stories live. Discover now