Capítulo 04 | Alguém novo

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Mídia acima: Pai Nosso, Ministério Pedras Vivas

No dia seguinte acordei mais atrasada do que deveria, meu pai já havia saído e Safira deveria ter ido ao mercado, pois só encontrei Odie em casa

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No dia seguinte acordei mais atrasada do que deveria, meu pai já havia saído e Safira deveria ter ido ao mercado, pois só encontrei Odie em casa. Vi a bíblia da minha mãe jogada no chão, eu deveria ter a empurrado enquanto dormia, mas isso reforçou em mim tudo o que eu havia pensado no dia anterior, consequentemente não foi fácil prosseguir dali em diante o que só me atrasou mais a pensar e sair de casa.

Peguei a bicicleta de Sonja e fui pedalei o mais rápido que consegui, mas eu já estava atrasada, esperava por um ato de misericórdia do professor de francês. Fui ao armário correndo, computando que já estava doze minutos atrasada e ia gastar pelo menos mais três para pegar os livros no armário, explodindo o limite de tolerância. Mas não custava tentar. Peguei as coisas e comecei a andar, conferindo os livros e cadernos um a um e, sem olhar para frente acabei esbarrando em alguém, o que completava minha desgraça.

— Eu sinto muito, eu estava com pressa e acabei nem te vendo — me desculpei, apanhando as coisas no chão o mais rápido que conseguia. Quando ele se abaixou para pegar as coisas também, quão grande não foi minha surpresa ao me deparar com Eric. Meu desgosto aumentou e eu não sabia se deveria ou não dizer algo, mas fui vencida pelo instinto — Na verdade, eu retiro minhas desculpas.

Eric apenas riu com um senso de deboche e se levantou, mexia a cabeça levemente de um lado para o outro sorrindo. Ele fazia de propósito, como se não ligasse, pelo contrário, parecia me menosprezar. Minha vontade foi de pegar o que tinha na minha mão e jogar nele, pois eu não sabia lidar com alguém com senso de superioridade.

— Você vai se ver comigo — disse, mais em um tom de provocação do que qualquer outra coisa. Era nítido que ele tinha levado para o lado pessoal, não só isso mas o que acontecera no dia anterior em sua casa.

— É, quem não tem amor próprio normalmente é assim.

— Você não sabe do que está falando.

Ele se virou e saiu, mas ainda carregava consigo aquele ar repulsivo. Depois de alguns segundos vendo ele sair, me lembrei de que eu tinha que estar na sala há um tempo antes e, ao encarar o relógio eu excedia em dois minutos a tolerância. Segui para a sala, mas torcendo internamente para que não entrasse, apesar de saber que precisaria da aula, pois eu não tinha cabeça para pensar sobre gramática ou literatura. Bati na porta e o professor nem me recebeu, só vi através do vidro um sinal negativo com a mão e depois apontou para o pulso. Ele não me deixaria entrar. Fui andando para o jardim, onde os alunos que matavam aula, era expulsos de sala ou esperavam pela outra aula ficavam. No caminho para lá, passei no meu armário, deixei os livros no armário e peguei meu portfólio e em seguida fui para o jardim.

Comecei a desenhar algo, mas não pegava forma simplesmente por eu não conseguir pensar. Então me recostei na parede apenas para respirar. Fechei meus olhos e dentro de mim eu clamava por uma resposta coerente sobre tudo que estava acontecendo. Senti um movimento em minha frente e quando abri os olhos estava ali Gabi, com todas as suas coisas sendo despejadas em minha mesa.

Aprendendo a Crer (Revisão)Where stories live. Discover now