Capítulo 43

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John.


Tudo parece estar desmoronando ao meu redor, as coisas não parecem certas, de repente as escolhas que me trouxeram até aqui parecem totalmente erradas. Meu mundo parece totalmente errado, e eu não sei mais o que fazer para tentar colocá-lo no lugar. Como se eu tivesse acabado de perder uma parte indispensável de mim, como se eu tivesse perdido o dom de respirar, perdido o dom de controlar a mim mesmo...

Mesmo sabendo que tudo estava acabado, de certo modo saber que ela ainda me amava me dava um consolo. Mesmo que um consolo doentio e egoísta.

Mas a certeza de que ela já me esqueceu, é...

Quando dou por mim o telefone que estava em minha mão já está sendo arremessado longe e acertando com força a estante de vidro, que se espatifa em um milhão de pedaços no chão. Não satisfeito eu caminho até a mesa de centro no meio da sala e a jogo longe. As taças em cima do aparador são lançados à parede mais próxima. Vou feito um furacão até o escritório pego sua foto e a jogo com toda a força contra a parede fazendo a moldura quebrar.

As coisas quebradas ao meu redor me lembram uma zona de guerra, mas nada nesse momento está mais quebrado do que meu próprio coração.

Eu não o sinto mais. Parece que ele acabou de perder sua função. Eu estou com tanta raiva, com tanto ódio, com tanta dor. Ouço gritos e me espanto ao notar que estão vindo de dentro de mim. Estão vindo do lugar mais profundo e machucado que existe dentro de mim.

Ela não pode fazer isso!

Ela não pode fazer essa merda!

Meus joelhos fraquejam, e, eu cedo caindo de joelhos no chão duro. Meus pulmões não colaboram, e não me ajudam a respirar. Está tudo se remoendo e morrendo, queimando e machucando.

Droga! Por que eu simplesmente não consigo esquecê-la?

E, porque machuca feito o inferno a ideia de ela se casar com outro? A ideia de ela ser de outro, e não minha?

Vejo algumas gotas no chão, e só agora percebo que estou chorando. Que as lágrimas caem sem que eu possa evitar. Odeio me sentir fraco, e impotente, e tenho certeza de que eu estou patético de joelhos no meio dessa bagunça, chorando por uma mulher.

Se ela resolveu seguir seu caminho e se casar com aquele imbecil eu deveria fazer o mesmo. Mas apenas a ideia é insuportável. E eu nunca iria querer ninguém ao meu lado que não fosse ela.

Ela é a única que eu quis, e não vai haver outra.

Ouço passos, mas eu me recuso a me mexer.

- John? – Pelo tom de voz percebo que ele está espantado. – Droga John! Que merda é essa? Perdeu a cabeça?

Mark vem até mim e segura meus braços com força tentando me fazer levantar, mas eu não quero que me toquem.

Eu estou tão furioso agora que eu tenho medo de cometer uma besteira.

- Não encoste em mim. – Digo empurrando sua mão com ferocidade para longe de mim.

Saio a passos furiosos indo para o bar que fica no canto da sala. Agarro a garrafa de whisky e a viro em um dos copos mais próximos, o enchendo, sem nem pensar duas vezes eu o viro em minha boca deixando o liquido queimar minha garganta. Limpo com violência a droga das lágrimas que insistem em cair.

- O quê aconteceu aqui? – Pergunta Mark sem tirar os olhos de mim. – Anda responde! O quê aconteceu para te deixar desse jeito?

- Ela vai casar. – Murmuro encarando o copo vazio a minha frente.

Sob Minha PeleWhere stories live. Discover now