Capítulo 24

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Mel.

A tempestade parece ter dado uma trégua, porém, agora menos barulhenta que antes. Eu apenas ouço o barulho de uma garoa do lado de fora. O sol parece mesmo ter ido embora.

Olhando em volta percebo que essa cabana é muito maior do que parece por fora. Acho que isso é mais uma tenda. Têm até alguns aparelhos eletrônicos, algumas mesas, inclusive a que eu estava com John há poucos minutos. Sinto minhas bochechas corarem.

Estamos deitados em uma espécie de sofá. Estou deitada no peito de John enquanto ele brinca com os meus cabelos. Ele está tão relaxado. E eu sinto o mesmo estando tão perto dele. Não posso deixar de notar que ele ama mexer em meus cabelos. Ele enrola algumas mechas em seu dedo, e depois o observa desenrolar. Minha cabeça sobe e desce no ritmo do seu peito. Ouço as batidas do seu coração. Está tudo muito quieto.

– Não tem mesmo perigo de ninguém vir aqui? – Pergunto ainda meio receosa.

Não sei qual seria minha reação se algum homem estranho entrasse aqui e me visse nessa situação. Acho que eu iria morrer de vergonha.

– Fica tranquila. – Ele diz baixinho. – Só vão vir aqui amanhã quando começarem a arrumar as coisas para quando nós formos embora. Eu não te traria aqui se eu não tivesse certeza. Acredite.

Eu sei que é verdade. Ele é muito ciumento.

E este outro assunto ainda me deixa muito apreensiva. Eu quero muito ir com ele, mas ao mesmo tempo meu coração se aperta com o pensamento de ir embora. Eu nunca nem mesmo fui muito longe da minha cidade, e agora eu estou pronta para viajar com um homem a quem eu nem conheço direito, e eu vou me casar com ele. Isso é o que eu chamo de um grande passo.

– Eu estava pensando em quando estivermos em Nova Iorque, eu podia me inscrever em alguma faculdade, ou em algum curso sabe. – Digo como quem não quer nada enquanto brinco com os pelos clarinhos do seu peito. – Quero encontrar alguma coisa para fazer.

– Você que sabe. – Ele muda de posição para poder me encarar. Ele crava seus olhos nos meus de uma maneira enervante. Com ternura. – O que te preocupa? Não quero que se preocupe com nada.

Ele parece enxergar dentro de mim. É assustador.

Dou de ombros.

– Não quero ser um estorvo. – Confesso enquanto fito minhas mãos. – Eu vou trabalhar também. Eu sempre trabalhei. Eu posso encontrar alguma coisa para fazer.

Ele bufa.

– Você não vai ser um estorvo – ele diz num tom enfático – você vai ser minha esposa, minha mulher, qualquer coisa que você quiser para mim vai estar ótimo. – Seus dedos inclinam o meu rosto para cima para eu poder encara-lo. – Você sabe que meu pai é empresário, e que de certa forma eu também sou. Eu sempre trabalhei neste ramo. – Franzo minha testa em confusão. – O que eu quero dizer, é que dinheiro não é um problema para mim.

Eu só posso ser meio idiota. É claro que ele tem dinheiro. A empresa do seu pai é muito grande, e logo ele vai ficar a frente de tudo. Parece uma grande responsabilidade.

– Ah. – Digo sem querer me aprofundar no assunto. Não quero falar sobre dinheiro. Muito menos sobre o dinheiro dele. – Dói? – Pergunto me referindo ao pequeno machucado em cima de seus lábios, um troféu da briga de hoje à tarde.

Melhor eu mudar de assunto!

– Sim. – Ele faz manha. – Mas, se você me der um beijinho, eu tenho certeza de que vai passar!

Sob Minha PeleWhere stories live. Discover now