Capítulo 52

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John.

Acho que dentre todas as noites mais difíceis que tive depois de conhecer Mel, essa com toda a certeza foi a pior. Eu não esperava vê-la ontem no restaurante. Eu havia acabado de sair do trabalho depois de um dia desgastante. Um dia muito cansativo. Tive que lutar contra meu próprio impulso para não ir procurá-la outra vez. Sei que foi tudo repentino, sei que ela precisa de um tempo e eu estou disposto a lhe dar esse tempo. Eu só não estava preparado para vê-la com outra pessoa. Com outro cara porra! O jeito como ele a olhava. Com admiração, com desejo, com amor fez meu sangue ferver. Eu não queria ir até lá e fazê-la me odiar, mas eu realmente não estava me aguentando.

Sua reação foi espantada e raivosa – nada que eu já não conhecesse nela. – Tentei me controlar ao máximo, apesar de estar quase explodindo de tanto ciúme, eu não queria dar outro motivo para ela se afastar de mim. Mas eu não sou idiota. Eu o vi o quanto eles são íntimos, o quanto eles se conhecem. Isso me entristeceu demais. Eu havia demorado demais.

Talvez ela o amasse.

Esse pensamento desapareceu da minha cabeça assim que meus olhos notaram o pingente pendurado em seu pescoço. Aquilo me deu esperança. Uma parte minha achou que ela o havia jogado fora. Fiquei muito feliz em constatar que não, que ela ainda o guardava que ela ainda usava uma parte minha junto ao seu peito.

Nós precisávamos conversar. Eu a conhecia bem e sabia que se eu a irritasse o bastante ela não se seguraria e viria tirar satisfações.

E foi exatamente isso o que ela fez.

Fiquei esperando por uns dez minutos no quarto. Mark havia ficado irritado por conta da minha cena no restaurante. Me senti culpado. Nós havíamos trabalhado muito o dia inteiro. Queríamos uma boa refeição antes de ir dormir, e eu estraguei tudo. Por isso ele acabou me deixando sozinho com o meu mau humor e com o monstro do ciúme, e saiu para procurar algo.

E eu fiquei esperando por ela.

E uma parte minha sabia que eu faria aquilo pelo resto da minha vida. Eu sempre esperaria por ela.

Ela demorou demais.

Fiquei com medo de ela ter me ignorado outra vez, e ter ido sair com o médico. Isso fez meu sangue ferver, e minha raiva entrar em erupção. Todos esses sentimentos cessaram assim que ouvi batidas firmes na porta.

E ali estava ela.

Irritada e linda!

Aquela imagem me transportou no tempo. Há três anos atrás, antes da última vez em que fizemos amor.

Ela estava disposta a arranjar confusão. Disposta a me irritar, entretanto eu consegui me controlar bem, quer dizer, até ela mencionar que ela e o médico tinham um tipo de amizade colorida.

Aquilo me deixou furioso!

Pode parecer antiquado, e talvez seja, mas para mim era horrível o pensamento de outro homem tocando-a, de outro homem beijando-a assim como eu fazia.

Foi demais para mim!

Eu precisava mostrar que ela ainda me pertencia. Eu precisava fazê-la lembrar de como era bom ficarmos juntos. De como era entorpecedor a sensação de nossos corpos juntos. Eu nunca fui capaz de esquecer. Estar com outras mulheres depois dela sempre foi vazio. Ela mesmo que ingenuamente – pois ela ainda era inexperiente – me mostrou como uma relação entre duas pessoas pode ter dois lados. Pode ser muito prazeroso. Mas quando se junta isso com a pessoa que ama, com a pessoa que está diretamente conectada ao seu coração é simplesmente celestial. Ela me levava ao paraíso.

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