XXI

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                               ALEX

Balanço o pé repetidas vezes enquanto encaro, sem muita razão, o canto da parede. Isso é o resultado de meu nervosismo. Tem que dá certo, tenho que sair daqui.

— Alexandre. — levanto a cabeça quando me chamam pelo nome que odeio.

Dou um sorriso de deboche quando vejo a pessoa.

— Ora ora, o que vemos aqui. Veio rezar um pai nosso, padre? — meu parceiro de cela rir. Ele não estava dormindo afinal. — Veio me ver em minha glória?

— Eu tento te ajudar garoto.

— Vai se foder, Fernando. — passo a mão na testa. Preciso saber como ela estava. — Como está Eva?

— Você nunca esqueceu essa menina? — me poupo de respondê-lo. — Dê graças a Deus que esse plano estúpido de vocês fugirem não deu certo. E sim, eu a vi hoje.

Isso significa que ela ainda está no convento.

— E como ela está?

— Sendo freira, como todas as outra.

— Nenhuma mudança?

— Como assim, mudança, Alexandre? —  respiro fundo. Ele deve estar testando minha paciência.

— Grávida idiota, ela parece grávida? — eu tinha a plena consciência de nossa noite sem proteção. Quando me toquei que ela havia parado de tomar pílula, eu já havia gozado duas vezes, mas uma vez não faria diferença. Se ela fosse ficar grávida, eu já tinha feito a merda.

— Não, sua freirinha continua perfeitamente normal. Porquê insiste pergunta isso? Assumiria a criança? — não respondo. Eva não estava grávida, isso já bastava, menos vermes do sangue dele para procriar. — Não vai fala nada? Estou tentando dizer que se essa menina parecesse grávida, você saberia muito bem o destino da criança.

Olho para ele sem entender.

— Eu a levaria até ao seu primo e ele seria criado com o clã, se não fosse menina, é claro, você sabe muito bem o destino de filhas mulheres na família, e sua querida Eva teria que...

Dou um pulo da cama e seguro a camisa social ridícula de Fernando pela gola.

— Não ouse triscar ou fazer mal a Eva! — puxo ele para mais perto da grade. — Quando eu sair daqui e souber que você fez algum mal a ela, eu vou soca tanto essa sua cara, que vão ser obrigado mais de cinco homens para tentarem me tirar de cima de você, porque eu vou te mata! — dito isso, o largo. Fernando tosse esfregando a garganta.

— Você...vai morrer na prisão. — ele começar a tossir.

— Até nosso próximo encontro Fernando. — ele me olhar desconfiado.

— Você nunca vai sair daqui. — diz tentando se convencer.

— Se você diz. — dou de ombros e volto a me sentar em minha cama. — E se algo acontecer com minha Eva, espero que você seja aprova de balas, porquê eu vou te mata.

— Boa sorte tentando sair daqui, sobrinho.

— Boa sorte tentando me deixar aqui, tio. — dou um sorriso e ele sai esfregando o pescoço.

— Ela deve ser muito importante. — olho para meu parceiro de cela. Sou sincero quando respondo.

— Muito.

Eu já estava nesse inferno a quatro meses, era pra eu estar bastante longe agora, mas não sei como diabos Fernando descobriu onde eu estava e fez meu caso arquivado ser aberto novamente. Mas dessa vez eu tinha uma carta na manga, e espero que Eva ainda me espere, porque finalmente estou preste a sair.

Convento Where stories live. Discover now