CAPÍTULO 11

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Mikhael nos guia por um corredor, chegamos a uma porta de ferro, ele se aproxima de um aparelho na parede ao lado dela e posiciona seu rosto em frente à uma tela, alguns segundos depois ouço uma voz metálica dizer "Mikhael Holand, Conselheiro, acesso liberado" então as portas se abrem e nos deparamos com uma sala. As paredes são brancas e há uma luz forte no local que está completamente vazio. Há um elevador no final dela. Mikhael sem dizer uma palavra vai até ele, e nós o seguimos. Quando estamos no elevador ele começa a falar.
-O que estão prestes a ver é desconhecido por toda a população da Pangéia, apenas os conselheiros tem acesso a essa ala, não há câmeras aqui, estamos seguros para conversar.
-O que estamos prestes a ver?- Christina indaga.
-Vocês estão prestes a ver- As portas do elevador se abrem e vejo uma série de cubículos, com portas de vidro. Dentro de cada um deles há uma pessoa- É o nosso exército... Eles são nossos aliados.
-Esses são os infiltrados?
-Não todos, mas a maioria deles, aqueles que a sua mãe não conseguiu esconder.
-Achei que os guardas da fronteira matavam as pessoas de fora da Pangéia.- Katherine fala pela primeira vez desde que estamos com Mikhael.
-Nos últimos anos o assassinato de pessoas do exterior foi proibido, sugeri aos outros conselheiros que essas pessoas poderiam guardar segredos sobre os planos dos continentes, isso garantiu que eu tivesse apoio deles para impedir o assassinato dos novos infiltrados...- Sua voz treme- Infelizmente nem sempre eles são poupados, se eles ameaçarem de alguma forma os guardas... Eles podem matar.
-Mas como podemos contar com eles se estão presos aqui?
-É aí que você entra Peter, ou melhor, você e a sua nova equipe. Esqueci de informar, vocês são um dos trios.
-Espera um pouco.- Christina fala enquanto se aproxima de um dos cubículos.- Como ninguém mais sabe da existência disso? Existem centenas de pessoas trabalhando aqui desde a fundação desse prédio, como é possível que ninguém saiba disso?
-Ninguém tem acesso a essa ala a não ser os conselheiros... Lembra? As pessoas sabem que há alguma coisa aqui em baixo, mas não sabem o que.- Ele faz uma pequena pausa para respirar, mas volta a falar, como se temesse ser interrompido novamente.- De qualquer forma, vocês precisam liberar essas pessoas em três semanas, quando nos estivermos na fase três do nosso plano, quando vamos precisar deles para o levante.
-Como vamos fazer isso?
-Em três semanas eu vou manipular o sistema e adicionar o rosto de Peter para que a porta se abra com o seu rosto, porém, como tirá-los daqui de dentro... Para esse problema, vocês precisam achar uma resolução, como precisam de preparação para fazer isso, estarão isentos da tarefa de eliminar os guardas, como apenas dez pessoas vão invadir o arsenal, isso significa que vocês só participarão efetivamente da terceira fase, porém, como estão dentro da segurança, vocês irão garantir que as câmeras não capturem a invasão ao arsenal de armas
-Muito bem, podemos fazer isso- Katherine diz tocando o meu ombro e o de Christina.
Mikhael nos encara, como se tivesse receio de que não conseguíssemos, depois aperta um botão na parede e começa a falar, entendo que esse botão serve para que as pessoas que estão dentro dos cubículos possam nos ouvir.
-Povo dos continentes, por muito tempo vocês esperaram, alguns de vocês passam por essa tormenta, presos aqui há anos... Mas seu sofrimento está preste a acabar- Um grito em uníssono toma conta de toda a ala, que nem consigo ver o fim.- Em três semanas vocês serão libertados. Vocês sofreram nas mãos do conselho, mas agora eles vão sofre em suas mãos- Tudo isso me dá enjôo- E esse dia já está marcado.- Ele faz uma pausa, mais gritos em uníssono se manifestam- Essas crianças libertarão vocês de seu cativeiro, depois disso já sabem o que fazer. Em poucas semanas conquistaremos a Pangéia, e em mais algumas, recuperaremos nosso mundo.
Ao final do discurso ele está com o tom da voz muito elevado, quase gritando, todas as pessoas nos cubículos respondem com gritos, berros, choros... Consigo ver a esperança em seus rostos, penso na responsabilidade que é estar designado a libertá-los, sinto a adrenalina correr por todo o meu corpo, quando dou por mim estou com o punho direito levantado e gritando com eles, me sinto um deles, sou um deles.

PangéiaWhere stories live. Discover now