A Mulher da Praia

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"Seriam as crenças religiosas apenas baseadas em seres abstratos, ou realmente existiriam fisicamente, realizando visitas em locais onde são procurados por seus adoradores?
O que é imaginário, e o que é real em nosso mundo?"

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O que vou contar aqui aconteceu com minha irmã mais nova.
Ela é uma das dançarinas de um famoso sambista no Rio de Janeiro, e no Reveillón de 2008 minha irmã precisou viajar com este grupo de samba para um show de abertura do ano novo em Florianópolis.
Após o show ela e seus amigos do grupo estavam na praia de Florianópolis para celebrar o ano de 2008 que estava iniciando.

A noite estava linda, mágica! A praia estava cheia de gente comemorando a chegada do novo ano de 2008 e o papo entre o grupo de minha irmã estava animado e eles riam felizes e conversavam animadamente sobre as gafes que ocorreram durante o show.
Foi quando de repente a minha irmã olhou para a beira do mar e viu uma mulher de cabelos enormes parada na beira da praia.
O que chamou a atenção da minha irmã é que esta mulher que estava ali parada na beira do mar se destacava das pessoas que estavam ali na praia naquela alegria toda, porque também a mulher tinha os cabelos enormes, muito grandes que chegavam quase em seus tornozelos e usava um vestido meio azulado muito longo, o qual tocava o mar, sendo um modelo que nenhuma mulher moderna usaria nos dias de hoje.

Minha irmã não sabe porque não conseguia parar de olhar para aquela mulher, a qual era no mínimo diferente, e então parou de conversar com o grupo e se afastou um pouco deles para observar melhor aquela figura de cabelos enormes e vestidos longos.
A mulher continuava ali parada, olhando fixamente para o mar e seus longos cabelos e vestido esvoaçavam com o vento que soprava na praia.
Seu longo vestido tocava as ondas do mar, mas a mulher não se importava, nem fazendo questão de levantar o vestido nem nada, continuava ali parada na mesma posição fixamente olhando o mar.
Ela não podia ver o rosto da mulher porque ela estava olhando fixamente para o mar, e minha irmã estava na areia observando, portanto a mulher estava de costas para a minha irmã e virada para o mar.

Esta figura feminina ficou ali imóvel, sempre na mesma posição olhando para o mar.
Minha irmã achava que havia algo estranho com aquela mulher, mesmo ela estando de costas, e ao mesmo tempo tentava entender que tipo de pessoa teria o cabelo até os tornozelos e ficaria naquela posição fora do normal por tanto tempo.
Ela voltou ao grupo e comentou sobre a mulher de cabelo enorme que estava ali parada olhando fixamente para o mar, mas percebeu que seus amigos não estavam vendo a mulher sobre quem ela estava falando, ou seja, somente a minha irmã estava vendo aquela mulher de cabelo grande e vestido azul claro e longo que tocava as águas do mar, ninguém mais via.

Minha irmã continuou olhando para a mulher já percebendo que se tratava de uma visão, porque somente ela estava vendo.
Mas, de repente um dos amigos dela que estava afastado do grupo voltou e parou do lado dela e perguntou assim:
- Amiga, você também está vendo aquela mulher de cabelo grande parada na beira do do mar? Estranha né!?
E ela respondeu desconfiada e confusa ao mesmo tempo para ele que sim! Que também estava vendo!
Agora somente ela e o amigo viam a mulher que continuava ali fixamente olhando para o mar com o vestido azul molhando nas ondas e os cabelos enormes esvoaçando por causa do vento.

Ela e seu amigo ficaram surpresos e assustados porque somente os dois podiam ver e concluíram que por ser Reveillón (ano novo), primeiro dia do ano, com aqueles vestido longo azul claro que podiam estar vendo a rainha do mar: Iemanjá!
E se perguntavam entre eles porque somente eles podiam vê-la?
Muitas das pessoas que estavam ali do grupo também frequentam centro de umbanda mas porque somente minha irmã e seu amigo podiam ver aquela estranha mulher?

Minha irmã e seu amigo pararam de olhar para a mulher por apenas um minuto, voltando a conversa com o grupo, e nesse intervalo perceberam que a mulher havia desaparecido em um piscar de olhos.
Olharam em volta e em outras direções, mas a mulher havia sumido!
Não daria tempo daquela mulher desaparecer dessa forma se fosse um ser humano normal, porque se saísse andando, eles ainda poderiam avistá-la se afastando, pois foi apenas em um intervalo de 1 minuto que eles pararam de olhar.

Para onde foi aquela mulher de cabelos cumpridos? Quem era? Por que só minha irmã e um amigo dela do grupo viram e os outros não? Por que a mulher ficou ali parada durante longo tempo olhando fixamente para o mar, e porque sumiu de repente assim como surgiu, nem mostrando seu rosto?
Será que era a rainha do mar, Iemanjá?
Enfim foram estas as perguntas que minha irmã e seu amigo fizeram um ao outro muito espantados com o que presenciaram.

Edilene / São Paulo

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