"Os cavaleiros do apocalipse"

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"É melhor reinar no inferno do que servir no Paraíso" - John Milton, O Paraíso Perdido


      — Como ninguém desconfiou do sobrenome do garoto? — Começou Lúcifer — Éosforo ou Phosphoro é a palavra grega para Lúcifer em latim, que significa estrela da manhã. — Havia uma certa beleza sombria no rosto do querubim caído, com aquele sorriso malicioso, aqueles olhos semifechados azuis brilhantes como latão em uma fornalha, e aqueles longos cabelos prateados. — Entendam estava tudo na cara de vocês, seus idiotas. Já experimentaram trocar o "N" de Natan por um "S"? 

"Natan" "Satan", as palavras eram muito parecidas, agora ela entendeu, ele só se aproveitara de Halley para se infiltrar na legião. Ele nunca fora um nefilim, ele era mais que isso, era o Arque-demônio principal do inferno, o anjo caído que sempre estava em oposição a Miguel o Arcanjo principal dos céus, Natan era o próprio Diabo, o rei dos demônios que estava desaparecido.

Um brilho avermelhado surgiu da espada do cavaleiro vermelho, era uma luz semelhante a fogo, Ariel olhou para o anjo e sussurrou algo para si mesma, tão baixo que Halley não pode sequer escutar.

— Linda, não é?! — Disse o anjo montado no cavalo vermelho cujo a armadura possuía uma cor escarlate.

— Devolva a espada seu desgraçado! — Gritou Ariel.

— Claro que não, a espada me escolheu! — Os olhos violeta de Abigor, o cavaleiro vermelho, fixaram-se em Halley e ele continuou, enquanto deixava seus cabelos ruivos caindo sobre sua face — Então essa só pode a nefilim escolhida pelos Céus para me matar, estou certo? Porém, devo avisar que nem todas as profecias acertam, lembre-se da profecia apocalíptica que dizia que Abaddon abriria os portões do submundo, ela errou, Abaddon está no submundo agora, transformado em uma mísera supernova.

— Espere, se Abaddon está morto então — disse Halley — Ícaro conseguiu!

— Mas isso não quer dizer que você vá! — Gritou o cavaleiro negro que portava uma balança na mão.

O cavaleiro que montava em um cavalo preto fez com que chamas verdes brotassem de dentro de seus olhos, olhos escuros e profundos como um abismo. Sua pele era escura, seus cabelos curtos e crespos, e seus lábios carnudos.

— Calma Abdiel, mantenha a calma! — Disse Azrael, o cavaleiro amarelo (o anjo da morte) ao cavaleiro negro. — Tenha calma!

Halley olhou para o anjo da morte que a conduzira para o inferno quando ela morreu e perguntou:

— Então você é um demônio? Agora entendo porque me levou ao Sheol.

— Sim, eu sou um dos caídos, porém, não foi por causa disso que mandei você ao submundo, Halley. Esse é o destino de todo nefilim, sou um dos poucos que ainda deve seguir pelo menos uma das regras dos Céus, porque continuo sendo Morte, sigo um certo protocolo. Então sou o único que vocês não podem matar, até porque um dia ceifarei todos vocês.

— Já chega! — Gritou Lúcifer para os outros três demônios do Armagedom— Eu só quero que vocês as matem, simples, como vocês três são idiotas.

— Só matarão Halley por cima do meu cadáver!

Halley reconheceu aquela voz serena e enigmática, era de Ícaro, ela virou-se e o viu junto de Ismael, porém algo havia mudado nele, seus cabelos batiam nas costas agora, e uma pedra como a de Natan posicionava-se em sua testa. Ele segurava com seu braço direito um elmo grego e com a mão esquerda erguia uma espada de bronze celestial.

— Ícaro! Você está bem? — Gritou a nefilim enquanto corria para os braços do Arcanjo Mortal.

Ela esticou-se para beijá-lo, porém ele recuou.

A Última Nefilim - Livro I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now