"Apenas uma valsa nos Céus"

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        Halley despertou com a cabeça doendo, todos estavam ao redor de uma fogueira, e ela não estava morta, ainda não.

— Finalmente a bela adormecida acordou, pena que não foi com um beijo do príncipe Felipe. —Disse Ariel enquanto ria.

— Por quanto tempo eu dormi?

— Três dias, amiga. Três longos e difíceis dias!

A noite estava fria, porém a fogueira trazia um calor aconchegante. Halley olhou para Ícaro, que estava com um enorme corte na testa e sorriu para ele, e ele retribuiu. Muriel dormia com a cabeça nas pernas de Ismael, e os cabelos de Ariel pareciam que estavam pegando fogo com a luz da fogueira. Ícaro lia um livro com um uma capa antiga e marrom, o mesmo que ele estava lendo quando ela o vira pela primeira vez, em sua sala de estar. Ele olhou para ela, porque havia percebido que ela estava o admirando, ela abaixou os olhos e tentou disfarçar, porém não deu certo. Então as chamas da fogueira aumentaram de uma forma sobrenatural. O fogo tomava a forma de um anjo, aqueles longos cabelos loiros, aqueles olhos doces, aquele paletó clássico, sem dúvida aquele era Gabriel. Ele se aproximou de Halley e disse:

— Mudança de planos, nefilim. O SENHOR me avisou que Abaddon, o anjo destruidor, está prestes a abrir as portas do submundo, se ele fizer isso todos os demônios mais antigos fugirão junto com os gafanhotos infernais.

— Mas estamos indo atrás de Abigor, como faremos para lutar contra Abigor e Abaddon?— Retrucou Ariel, indignada.  —Há muitos anjos, nefilins e guerreiros tanto nos céus quanto na Terra, por que justamente a gente?

Halley se levantou e disse na hora em que o arcanjo ia falar:

— Mas Ariel um de nós deve fazer isso, é o nosso destino.

— Por quê?

— Uma parte da profecia dizia: "Não deixe o destruidor abrir os portões, pois de lá sairá as destruições" agora isso finalmente faz sentido. Então a profecia não foi somente para mim, que devo impedir Abigor, mas para uma outra pessoa também, mas quem?

Gabriel saiu do fogo e tomou uma forma corpórea. Do barro ele criou um vaso e colocou uma mistura de terra com icor dentro dele e continuou dizendo algumas frases em uma língua desconhecida.

— Que língua é essa? —Perguntou a nefilim.

— É chamada pelos mortais de Língua dos Anjos, uma língua que nenhum humano na face da Terra consegue falar, aprender ou reproduzir. 

— E quanto aqueles que dizem falar?

— Você falou bem, eles 'dizem', mas não são seres puros, muito menos celestiais, para reproduzir tal língua.

Ao redor do vaso o arcanjo fez um desenho do selo de Salomão para selar o pacto da revelação com Deus. Então surgiu uma enorme árvore de dentro do vaso e a árvore pegou fogo. De dentro da árvore saiu uma voz como a de uma multidão, que dizia:

— Gabriel, por que invocaste o meu Santo Espírito?

— Ó Yahweh, Pai, estou aqui com 'a última nefilim' e seus companheiros para saber a qual deles foi dada a segunda parte da profecia.

— Bem, Gabriel, no fundo você sabe a quem foi dada a última parte da profecia, a pessoa que no fim derrotará Abaddon foi a mesma que um dia o derrotou nos céus.

— Mas como? Ele está desaparecido!

— Não! Vocês apenas não sentem a energia dele, porem Miguel continua entre nós, neste vasto universo.

A Última Nefilim - Livro I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now