Capítulo seis

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Cheguei com mais um capítulo. Espero que gostem. Mil beijos.
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As gotas da fria e forte tempestade que começou a cair molhavam Anastásia a deixando com os cabelos e vestes encharcados. A jovem andava sem rumo, só queria sumir das vistas do príncipe e nunca mais voltar ao palácio. Estava triste por deixar sua família, mas já não aguentava mais tudo o que estava passando. Ela andava pelo caminho contrário do castelo em uma longa estrada de terra que havia se tornado lama devido à chuva que caia, algumas pessoas passavam em suas carroças e ao avistar a moça que tremia de frio lhe lançavam olhares de piedade e tentavam ajudar a moça que se recusava, tinha medo de que o príncipe lhe achasse e além de a castigar, castigar essas pobres pessoas.
No castelo a família havia se reunido na sala de estar e conversavam sobre como aconteceria o baile para o teste do anel encantado, assunto esse que fazia o príncipe Christian se retesa.
– Precisamos organizar tudo para que este baile seja um espetáculo. – exclamou a rainha eufórica.
– Sim, querida temos que dar o melhor baile para todo o reino, afinal de contas ele ajudará nosso filho a encontrar a mulher amada e se casar para assumir meu lugar. Não quero que nada dê errado.
– Poderíamos não dar um baile. – sugeriu Christian.
– O que? Como podes dizer isto meu filho? – pergunta a rainha Grace e antes mesmo de responder é interrompido.
– Christian Trevelyan Grey, nem ouse em estragar meus planos. – disse Mia ao descer das escadas para se juntar a família.
Mia sempre foi responsável pela a organização de festas dada pela família real, passou alguns anos na Califórnia estudando sobre moda e decoração, tinha se tornado uma das melhores nesse ramo, viajava muito para atender aos pedidos de trabalho. Com a morte de seus pais teve que dar uma pausa, a noticia que o navio que seus pais viajavam em auto mar fazendo um cruzeiro como uma espécie de segunda lua de mel foi atingindo por um tornado deixando a tripulação afundar sem poder encontrar vestígios a deixou devastada sem ter mais vontade de viver, mas a família Grey sempre a apoiou e para alegra-la decidiram que ela seria a responsável pela organização da ornamentação do baile e de tudo que tinha direito, ela viu a possibilidade de retomar sua vida.
– Longe de mim, princesa. Apenas acho que isso não é necessário, pois estamos caminhando à cegas por acreditar em uma profecia que não sabemos se é verdade.
– Tenha mais fé, primo! Tua hora chegara, tenha paciência. Enquanto isso aceite seu destino e deixe de ser turrão, pois não se livrara dele assim facilmente. Se está escrito que assim será, assim vai ser.
Ainda discutindo sobre o baile que terá como o tema baile de mascara o rei decidiu que em um mês ele seria realizado pediu para que o general Taylor mais alguns soldados fossem comunicar nas redondezas sobre a notícia. Passavam-se das 20:00h a família tomavam chá servido por Hannah, o príncipe percebeu que depois do jantar não avistou mais Anastásia e sentiu falta da presença constante da jovem, achou estranho seu silêncio e resolveu perguntar:
– Onde está Anastásia?
– Eu não sei, alteza. – respondeu Hannah.
– Ela deve está descansando Christian, coitada, tão nova e trabalha como uma escrava, devias se envergonhar de por a moça para trabalhar tão pesado. – diz Mia com reprovação e o príncipe a fuzila com o olhar.
– É o dever dela! Sua família tem uma divida com vosso reino e ela está pagando-a trabalhando aqui. – Irritado Christian se levanta e segui até os aposentos de Ana para certificar-se de que a mesma esteja lá, ele não sabe como explicar, mas senti que há algo errado. Bate na porta do quarto da moça que não responde ele mexe na maçaneta e percebe que a porta não está trancada e a abre e logo constata que não há ninguém lá ao encontrar o pequeno cubículo vazio. Ele vai até a cozinha e encontra Gail.
– Onde está Anastásia?
– Desculpe, alteza, mas eu não sei. – responde a senhora com um olhar preocupado. Christian passa as mãos nos cabelos acobreados nervoso.
– Como assim não sabe?
– Ela sumiu desde cedo já a procurei em todos os lugares e não a encontrei.
O príncipe Elliot chega à cozinha e percebeu a movimentação.
– O que se passa? – pergunta ele que olha para o irmão que nada de um lado para o outro visivelmente irritado.
– Elliot, eu preciso que ache Welch e o faça questionar a todos os soldados deste reino se algum deles sabem do paradeiro de Anastásia, AGORA!
Elliot não entende, mas mesmo assim segue a ordem do irmão. Pouco tempo depois ele volta com Welch em seu enlaço com informações.
– Alteza, Andrew estava na torre do palácio mantendo vigilância quando a avistou saindo com um cesto, achou estranho já que ela não usou a entrada principal, mas não tinha ordem de sair de sua posição, então não interferiu.
– Maldita criada, fugiu, aposto. Mandem preparar meu cavalo, Welch. – ele diz e Welch se retira.
– Céus, irmão, com essa tempestade? – pergunta Elliot seguindo o irmão para fora do castelo, parece que o mundo está caindo lá fora.
– Sim, a trarei de volta nem que seja arrastada. E não diga a nossos pais sobre o ocorrido, mantenha tudo sobre controle até a minha volta. Ela não irá escapar! – murmurou.
– Hm, sei, andas a se importar demais com essa criada.
O príncipe Elliot observou o irmão montar seu cavalo e sair em meio ao vento forte com a chuva, afinal ele podia mandar um soldado fazer isso, mas foi pessoalmente. Preferiu descartar o pensamento, pois Christian nunca se envolveria ou se preocuparia com uma plebeia por ser inferior a ele, diferente de Aron que não se importava com as diferenças das classes sociais.
Christian estava com raiva pela fuga de Anastásia queria varrer o inferno pra fora dela. No fundo sabia que isso aconteceria principalmente depois do que houve hoje no banheiro, ela estava desconfortável e envergonhada. Naquele momento ele tinha desejado ter prazer com ela mesmo sendo errado não podia negar que ela era uma moça muito bela e despertava nele algo desconhecido completamente diferente da raiva que sentia ao se lembrar-se que ela matou seu irmão, desejou-a ali e a queria doma-la e o teria feito se não fosse pela interrupção de Leila que lhe rendeu uma enorme ereção precisando ser libertada e tratou de resolver aquele incomodo com ajuda de Leila. Mas o que estava deixando o príncipe intrigado era o sentimento que consumia seu coração com a ideia de que não veria mais Anastásia, não era apenas raiva e sim uma sensação de perda, talvez seria por não poder atormenta-la mais, se vingar dela o suficiente dela por ter matado seu irmão.
O príncipe cavalgou pela intensa chuva a casa dos pais da moça, se haveria um lugar em que ela estaria seria lá, provavelmente para fugir com seus pais. Chegando lá desceu de seu cavalo e caminhou em direção à porta e deu duas batidas. Ray abre a porta com suas vestes de dormir e se surpreende ao encontrar o príncipe àquela hora em meio a chuva em sua porta.
– Alteza, o que devo a honra? Por favor, entre, está frio aí fora. – diz Ray enquanto abre passagem para o príncipe entrar, o mesmo analisa o pequeno casebre humilde e logo seus olhos recaem no cesto em cima da mesa e ele reconhece como um dos cestos do castelo.
– Vim buscar Anastásia, chame-a agora. – ordenou.
– Perdão, alteza, não entendo!
Nesse momento Carla aparece junto de José e os dois olham confusos para o príncipe.
– Não minta para mim, homem! Sei que ela está aqui. Como prova aqui está o cesto que pertence ao palácio – ele aponta. –, você tem uma divida com o reino Sr. Steele e sua filha o está pagando e está cometendo um delito mantendo-a aqui sem minha ordem.
– Não estou mentindo para ti vossa alteza, é verdade que minha filha esteve aqui, mas se foi. Como podes ver minha casa é pequena e não tem como ela se esconder aqui e ainda não entendo porque ela se esconderia, ela fez algo errado? – pergunta o velho abraçado a esposa.
Ao ouvir o homem Christian percebeu sinceridade em suas palavras e viu que não tinha como Anastásia está ali. Sem dizer mais nenhuma palavra o príncipe tomou seu caminho novamente ouvindo:
– EI, ONDE ESTÁ A MINHA PRIMA? – grita José ao ver o príncipe se afastar, mas não teve resposta.
Ele retomou a estrada com os pensamentos a mil, era esperto tinha estratégias de combate e deduziu que ela tenha pegado o caminho contrário do reino cortando caminho pela floresta. Alcançou a estrada barrenta que quase derrubou seu cavalo de tão escorregadia. Em meio chuva enxergou com dificuldade uma silhueta de túnica verde feminina, só podia ser Anastásia ele reconhecia aquela túnica ela estava usando-a no dia em que se viram pela primeira vez.
Anastásia estava cansada, com frio e fome havia se passado horas que ela caminhava sem rumo naquela estrada, pensou que iria morrer naquelas condições. Andando com muita dificuldade a plebeia já tinha esquecido as vezes que caíra e mais uma vez ela se desequilibra e acaba caindo em meio à lama, sentiu alguém se aproximar levantou o rosto e viu as patas de um animal elevou os olhos para o alto e viu a figura do príncipe.
– Maldição, até aqui me persegues?
– Fugistes, agora vais voltar comigo, suba no cavalo.
– Não. – ela diz e se levanta tenta correr, mas era em vão. O príncipe desce e a joga por cima de seus ombros esperneando colocou-a atravessada em sua frente no cavalo e sai dali, ela grita protestando:
– Me solte, deixe-me descer!
– A levarei nem que seja amarrada.
– Me queres de volta para tirar liberdades comigo.
– E tu gostaste que percebi.
– Cretino. - gritou ela.
– Cale a boca sua escandalosa ou te amordaçarei.
Cavalgaram para retornar, só que no meio do caminho arvores são atingidas pela tempestade impedindo de passar, ele volta em direção contrária e avista uma pequena propriedade e resolve pedir abrigo. A chuva se intensificou cada vez mais, ele desceu de seu cavalo junto com Ana a segura pelo braço e vai em direção a pequena casa um senhor de chapéu de palha abriu a porta e arregalou os olhos e se curvou ao ver que era o príncipe.
– Em que posso ajudar alteza?
– Abrigo para pernoite.
– Mas é claro mais a frente tem uma cabana de hospedes pode ficar lá.
– Certo, serás recompensado bom homem.
– Levarei comida e água.
Caminharam mais um pouco até pararem em frente à porta de madeira.
– Entre.
– Não, prefiro me molhar a ter que dormir contigo aí dentro.
– Entre mulher!
O príncipe a segurou pela cintura, os cabelos da jovem pingavam, seu rosto estava pálido e os olhos enormes destacando bem seus olhos azuis, seu lábio inferior carnudo estava roxo e tremia. Ele alternava seus olhares entre os olhos e seus lábios. Seu corpo estava muito próximo ao dela que se debatia para sair do aperto de suas mãos.
– Não, já disse e me solta.
– Atrevida. – resmungou.
Christian segurou seu rosto com as mãos e tocou-lhe os lábios, Anastásia tentou empurra-lo, mas os braços fortes a imprensaram contra a entrada do local. O beijo envolveu caricias, a língua do príncipe passeava pela boca dela de forma lenta provando dos lábios e o gosto de sua boca. A jovem envolveu as mãos até o cabelo macio do príncipe e o beijo foi ficando mais intenso, ambos perdidos naquela sensação, ele chupava a língua dela com força enquanto timidamente ela acariciava a dele. Ana se deu conta de que se rendia e o empurrou acertando-lhe uma bofetada e ele colocou a mão no local que foi acertado.
– Nunca mais tire liberdades comigo! – disse ela respirando pesadamente.
Ele a pegou pelo braço e a arrastou para dentro e a jogou em cima da única cama que havia no local.
– O que vai fazer? – perguntou assustada.
– Te dá uma lição, baby!
Ele tentou levantar o vestido da moça que tentou se desvencilhar de suas mãos grandes, ela o empurrou com os pés em seu peito e sai da cama.
– NÃO ME TOQUE! Se pensas que tirara liberdades comigo, se enganas. Não deixarei que me humilhe. És um cretino, não me desonrará. – ela gritou com ele que se enfureceu com sua petulância.
– Olha como falas comigo, criada! Não fale de honra, pois sei que não tens nenhuma.
– Eu falo como quiser. Não tenho medo de você! Não sabes sobre minha vida, não deixarei que me difame, está fazendo isso comigo porque acha que matei Aron, mas eu não o matei seu covarde! – berrou.
Com a simples menção do nome do seu irmão todo o ódio voltou com força total, trazendo-lhe as lembranças que passaras com ele e a culpa por não tê-lo protegido como havia prometido.
– VOCÊ MATOU MEU IRMÃO, SUA MALDITA! – esbravejou com fúria, assustando-a.
– EU NÃO O MATEI! ARON ERA MEU AMIGO! – ele riu com amargura.
– Seu amigo? Achas mesmo que acreditarei nas tuas mentiras? Sei que é a culpada e pagaras por isso. – ele diz com a voz mortalmente ameaçadora e o olhar sombrio, Anastásia por um momento se intimidou e em um ato de coragem se aproximou dele ficando cara a cara.
– Bem que Aron me falou!
– O que estás dizendo? Não use o nome do meu irmão para profanar mentiras.
– Não estou mentindo! Uma vez Aron me disse que você era muito injusto. Acha-se o dono do mundo por ser o prometido ao trono e que descarta as pessoas que não cumprem as tuas ordens às maltrata como se fossem nada apenas acredita nas tuas verdades e sempre procura alguém para culpa-las de teus erros e descontar tua raiva, assim como está fazendo comigo, me julgaste e me condenaste sem nem ao menos me deixar defender apenas me acusa sem me dá o beneficio da duvida, apenas acreditou naquilo que o convém me tirando a liberdades de viver minha vida por algo que não fiz, mas eu sou inocente e não vou deixar você me humilhar. – ela diz com lágrimas em seus olhos olhando fixamente para ele que a olha atordoado por suas palavras. – E agora vejo que ele estava coberto de razão, então eu te pergunto alteza – ela da ênfase no nome “alteza”. – Ele estava mentido? – perguntou a jovem olhando fixamente.
Christian ficou desnorteado todas as palavras da jovem lhe atingiram como um soco no estomago. Sem dizer mais nada saiu daquela cabana, estava se sentindo sufocado tinha visto sinceridade em cada palavra de Anastásia acompanhado de tristeza e raiva e no mesmo instante o arrependimento lhe atingiu.
Quando Welch trouxe as informações sobre o assassinato de Aron constatava que ele tinha sido atingindo por uma flecha e a acusação para Anastásia era que algumas pessoas que viviam no vilarejo tinham visto a moça com suas vestes sujas de sangue perto do corpo do príncipe, e ao ver a movimentação fugiu. Não foi encontrado o arco que fora usado para acertar a flecha em Aron e pelo ferimento ele tinha sido golpeado por uma distancia de 20 metros, então se Anastásia era realmente a culpada, porque estava tão perto do corpo? Talvez para se certificar de que ele estava morto? E onde está o arco? Será mesmo que ela era culpada? E se o que ela diz for verdade, culpou-a sendo inocente? As duvidas tinham sido plantadas na mente do príncipe ele se sentia culpado pelo irmão, por Anastásia nunca tinha sentindo isso antes e a dor da perda voltou para lhe assombrar. Pegando seu cavalo monto-o e saiu dali às pressas.
– Yaaaahhhh!!!
Precisava ficar sozinho, estava enfrentando uma verdadeira batalha interna e o remoço predominava seu coração selvagem com a última lembrança que tivera de seu irmão.
Flash Back On:
“– Deverias se envergonhar! – exclamou Aron.
– Não me insulte, seu moleque atrevido, digo isso para teu próprio bem, não deves se envolver com uma mulher da classe baixa elas não estão ao nosso nível a maioria são interesseiras e só pensam em nossa riqueza, essa não deve ser diferente, e como teu irmão es meu dever te alertar e terás que cumprir minhas ordens e não verás mais está mulher”.
Aron havia contado para seu irmão que estava apaixonado por uma plebeia, Christian sempre fez questão de manter as diferenças sócias acima de tudo e quando ouviu que o irmão se apaixonou por alguém inferior a ele se irritou, mas a irritação foi substituído pela fúria ao ouvir o irmão dizer que estava disposto a largar tudo por ela. A família sempre ponderou a ideia dos filhos se casarem com pessoas da realeza para crescer a fortuna da família e sempre deixou isso claro para os filhos desde crianças, Aron sempre achou isso uma baboseira diferente de Elliot e Christian que seguiam as regras sem questionamento.
– Tuas ordens não me afetam. A vida és minha e faço o que bem entender dela.
– Se não tiras essa ideia absurda de tua cabeça, como prometido ao trono te deserdarei, não ficaras com nada e poderás esquecer que tem uma família, não pertencera mais ao nosso mundo. Não vou permitir que envergonhe nossa família trazendo uma morta de fome para o vosso reino. Você e ela não serão bem vindos aqui!
Diante das palavras duras do irmão, Aron arregalou os olhos, nunca pensou que ouviria isso dele, justamente dele que sempre o considerou como um amigo e até mesmo um pai. Que o ajudou a montar um cavalo, que o ensinou a usar uma espada e que falou de mulheres para ele que lhe contava histórias antes de dormir sobre as guerras que a família enfrentou e venceu durante gerações. Engolindo o caroço que se formou em sua garganta, Aron toma sua decisão.
– Pois bem alteza –diz ele dando ênfase ao alteza com a voz embargada pelo choro contido. – Faça como desejas! De todos aqui, achei que tu seria o único que m compreenderia, que era meu melhor amigo e que ficarias ao meu lado, mas vi que me enganei. És um egoísta que só pensa em si mesmo e nas aparências acha que as pessoas nunca estão a tua altura, mas te digo uma coisa: Um dia se arrependeras disso e quando perceber será tarde demais.
Dizendo isto Aron saiu para fora do quarto do irmão em direção a porta principal do castelo para ir de encontro a sua amada”.
Flash Back Off
A culpa, a dor e o desespero tomaram de conta de Christian ao lembrar-se de suas ultimas palavras duras para seu irmão e sem perceber estava chorando.
Durantes horas cavalgando pela chuva, o príncipe voltou para a cabana tremendo de frio, ao adentrar no pequeno cômodo notou que havia pão, bolo e uma garrafa de agua em cima da mesa perto da cama e viu Anastásia deitada na cama enrolada em um cobertor e avistou outro ao lado da cama. Fitou ela durante alguns instantes na cama, dúvidas rondavam sua cabeça o fazendo questionar se aquele ser que aparentava ser tão frágil teria mesmo alguma culpa por tamanha façanha. Iria investigar mais à fundo essa história, existiam muitas pontas soltas, depois das palavras da jovem sua mente parecia estar funcionando de forma mais coerente, estava deixando a razão falar mais alto do que o ódio. Continuou olhando-a, elevou sua mão até o rosto da jovem e lembrou-se do beijo que deram. Foi a melhor sensação que já sentiu ao provar de seus lábios, seu gosto queria ter provado mais e mais, ele não sabe de onde veio esses sentimentos e por qual motivo.
O que Christian não sabia era que Anastásia não era indiferente a ele.
****
Na manhã seguinte chegaram ao palácio atraindo olhares curiosos e dentre esses olhares estava um cheio de fúria. Montada no cavalo do príncipe, Anastásia vestia a capa real dele. Com a tempestade suas vestes ficaram muito molhadas e o príncipe ofereceu-a sua capa para que pudesse se esquentar já que o tempo não tinha melhorado, pensou em recusar, mas acabou aceitando. Desde a discursão que tiveram não trocaram muitas palavras. Ambos haviam se trancado em seus pensamentos. Custou muito para Anastásia dizer tudo aquilo a Christian teve que abrir uma ferida que o tempo não foi capaz de curar, tocar nesse assunto a fazia sofrer demais e as consequências disso lhe renderam uma noite inteira de lágrimas ao se recordar do dia mais triste de sua vida.
Dentro do palácio Anastásia desceu do cavalo e corre em direção a cozinha, Gail a ver e suspirou aliviada, tinha passado a noite inteira preocupada com a jovem, ela correu os olhos pela jovem e percebe a capa do príncipe vestida nela.
– Por Deus menina, onde estavas? O que deu em ti para sumir desse jeito? – pergunta Gail aflita, mesmo em tão pouco tempo adquiriu um sentimento maternal pela jovem.
– Apenas sai. – deu de ombros.
– E onde passaram a noite?
– Em uma cabana.
– Aconteceu algo? – perguntou a senhora com os olhos semicerrados.
– Não. – Diz simplesmente e se acomoda em um dos bancos da mesa, Gail segueu os movimentos da moça e se sentou a sua frente e toma-lhe as mãos.
– Não me enganas sei que estas a esconder algo. Conte-me. – pediu ela docemente.
Ana hesita e ao invés de palavras lágrimas são derramadas, seu choro a faz tremer violentamente, seus soluços são cada vez mais altos uma tentativa de poder diminuir a dor que sentia, ela se aninhou nos braços de Gail.
– Oh, pobre menina!
Gail percebe o quanto ela está frágil e apenas a consola sem fazer mais perguntas. As lembranças trazem a Ana sua vulnerabilidade e a dor que sentiu naquela noite só faz aumentar.
****
Alguns dias se passaram e Christian se mantinha distante de Anastásia, ainda se lembrava de suas palavras e do beijo trocado, não conseguia esquecer a sensação de tocar aqueles lábios. Nesses dias tinha pedido para que o general Taylor e Welch investigassem mais a fundo a morte de seu irmão, queria tirar todas as duvidas de sua mente e se Ana fosse realmente inocente o culpado estava a solta. Mesmo se mantendo distante dela para parava de pensar nela.
Anastásia não se encontrava com o príncipe constantemente naquele castelo e se sentia aliviada por não ter nenhuma interrupção dele em seus afazeres para humilha-la, mas ao mesmo tempo sentia falta da presença dele, não sabia como explicar, depois do beijo que trocaram ela vivia pensando nele e cada vez mais se repreendeu quando sua mente a traia levando a pensar nele. Com a confirmação do baile seu trabalho havia se multiplicado a rainha a presenteou com vestes e sapatos mais apresentáveis para servir no castelo a atitude da rainha surpreendeu a moça, mas sabia que era para o bem de todos ali. Suas aulas com a Mia e Katherine se progrediam cada vez mais. A força de vontade da plebeia surpreendia as duas. Foram contratados novos funcionários para trabalhar naquele castelo, com o baile se aproximando muito trabalho se acumulou, a princesa Mia trabalhava a todo favor na festa queria que tudo estivesse perfeito, contratando os melhores para lhe ajudar com os arranjos e decorações do baile de mascara.
Nessas duas semanas não houve nenhuma aproximação da parte de Christian com Anastásia e nenhuma de suas provocações e ele se mantinha sempre a distancia e quando queria algo pediu para Hannah ou Gail lhe servir. A rotina de Ana era a mesma e sem a presença do príncipe estava cada vez mais solta pelo palácio, sempre que podia saia e visitava seus pais ou ia se banhar no rio deixando Gail sempre preocupada com suas escapadas e sempre a alertava para tomar cuidado quando saia e quando ouvia isso uma sensação estranha crescia em seu peito como se algo ruim fosse acontecer, mas tratava de ignorar. O único problema que tinha ali era com Leila que sempre que podia a alfinetava, sabia que ela fazia isso porque sentia raiva dela, ainda se recorda do chilique ela deu quando soube que ela e o príncipe passaram a noite em uma cabana.
Flash Back On:
“Ana estava arrumando os aposentos da rainha quando a porta foi aberta abruptamente e Leila entrou como um furacão agarrando seu braço com força e a sacudindo.
– ONDE VOCÊ E O CHRISTIAN PASSARAM A NOITE? – gritou furiosa.
– Me solta!
– RESPONDA!
– EM UMA CABANA! – ela levantou a voz e com um puxão soltou seu braço
– Sua rameira maldita, não deixarei que o tire de mim. Ele é meu!
– Eu não o quero, não tenho nenhum interesse nele diferente de você que fica se assanhando para ele a todo o tempo.
– Olha lá como fala comigo sua criada. Você é uma pobre coitada que não tem onde cair morta e se acha que o Christian tem algum interesse em você está muito enganada é apenas um brinquedo nas mãos dele, não és nada! Fique longe dele ou irá se arrepender”.
Aquelas palavras feriram seu coração, mesmo sabendo que era verdade. Anastásia teve que segurar o choro não ia dar o gostinho para aquela cobra.
Flash Back Off
Balançou a cabeça para espantar a lembrança.
****
Todos os finais de tarde ensolarados Anastásia se banhava no rio. Mas mal sabia ela que olhos perigosos a observava às escondidas, ela mergulhava inércia da água cristalina se refrescado os olhos traiçoeiros corriam de seus mamilos rosados e endurecidos pela água fria até seu ventre. A jovem se perdeu no tempo se banhando nua como sempre fazia quando criança e com os pensamentos fixos nos acontecimento que aconteceu na cabana com o príncipe e do beijo que trocaram, todas as noites sonhava com aquele beijo, balançou a cabeça para afastar os pensamentos e lembrou-se que teria aula com Mia e Kate, não queria se atrasar. Saiu da água fazendo o homem lamber os lábios e ficar ereto começou a vestir quando um puxão em sua longa trança a fez andar para trás se chocando com um corpo forte masculino, pensou que seria o príncipe a atormenta-la com uma brincadeira de mau gosto. Mas sentiu o hálito quente exalando álcool em sua nuca e pelo som da voz não era ele.
– Porque andou a refestelar-se com o príncipe, era pra ser somente minha e de mais ninguém, mas se tornou uma vadia! - O homem puxou com mais força e doeu.
– Quem és tu? Solte-me, me deixe ir não sei do que falas. – pediu ela assustada.
– Não se faça de inocente, já não és virgem à muito tempo.
– Como ousa me difamar!? Eu sou virgem sim!
– Mentirosa, vives de liberdades com o príncipe.
Anastásia tentou se soltar se debatendo, sentiu medo ao lembrar dos casos que a mãe contará sobre jovens que foram violentadas e os avisos de Gail vieram a mente. Desejou ter nas mãos sua adaga, mas o príncipe lhe tomou a arma quando foi morar no castelo. Ela consegue ver o homem alto de roupas negras, um capuz que a impedia de reconhece-lo, a voz abafada pelo tecido negro que lhe cobria o rosto.
– Quem é você, o que quer? - Gaguejou percebendo o medo o homem sorriu com malícia a agarrando com as mãos grandes a prendeu em seus braços, enfiou uma das mãos debaixo de sua saia abaixando sua calçola apertou suas nádegas com violência.
– Te quero Anastásia, és minha, só minha. - O homem afunda suas narinas em seu pescoço, lhe dando violentos e ardidos chupões, Anastásia concluiu o que ele queria e o empurrou correndo entrando em um matagal desesperada queria fugir encontrar ajuda. Mas o homem continuou a perseguir, ele a alcançou e ela cuspiu em seu rosto.
– Solte-me, sabe o preço que os estupradores pagam.
– Cale-se és uma vadia! E, aliás, não terás provas de sua honra porque já não tens mais. – disse com fúria, o homem a esbofeteou seu rosto com raiva a jovem caiu com um corte nós lábios ficou esfregando o rosto delicado e quente quando o segundo bofetão veio e o homem subiu em cima dela.
Outra hora a beijava a força, seu estômago embrulhavam com cada carícia e outra hora lhe agredia lhe deu chutes enquanto se encolhia no chão tentando se proteger em vão. As lágrimas desciam estava cansada de apanhar não suportava mais os golpes não entendia o motivo de tanto ódio. Por fim veio o que ela esperava não tinha mais força pra lutar apenas implorou enquanto suas roupas eram rasgadas seus seios apertados com violência chegando a doer. O homem impaciente em tê-la, rasgou sua calçola deixando seu sexo a mostra arriou as calças, ela viu o que temia fechou os olhos e desejou que fosse rápido, que acabasse logo. Pensou em seus sonhos destruídos nunca teria a chance de se casar ninguém a ia querer seria envergonhada amaldiçoou o príncipe Christian era culpa dele se ele não a tivesse levado estaria em casa tecendo um belo tapete as mãos masculinas passearam em seu corpo ne com luxúria.
– Me desejas, Anastásia. - Ele abriu suas pernas que ela lutava para manter fechada e preservar sua honra à única coisa que lhe restará em meio aquele inferno.
– Não, por favor, não! – implorou em meio às lágrimas.
– Respondas vagabunda, estás excitada?
– Não.
– Porque qual é o problema? Porque não me corresponde? Não sentes nada por mim! - Ele segurou o fino pescoço da pobre jovem apertando cada vez mais repetindo a mesma pergunta várias vezes, deixando a plebeia sem ar com os lábios roxos se debatendo como um peixe fora d’agua até fechar os olhos azuis pouco a pouco se desfalecendo. O homem a ver desacordada e a sacodiu, mas ela não reage, estava gelada.
– Morta, estás morta Anastásia! - Se desesperou com as mãos na cabeça fitando o corpo imóvel e saiu correndo deixando em meio à grama o corpo inerte da jovem.
Os príncipes Christian e Elliot vinham de uma montaria, pegaram um atalho cortando pelo rio, durante todo esse tempo Elliot havia perguntado para o irmão o que houve naquela noite tempestuosa e Christina sempre se esquivava de suas perguntas. Em meia a conversas, Elliot avistou algo estranho no meio do mato pegam suas espadas e seguiram em direção ao mato. Avistaram um corpo e se aproximam. Uma jovem nua com suas vestes rasgadas. Perceberam que não era uma estranha era a pobre criada do palácio: Anastásia. A veia da testa de Christian latejou e soltou um palavrão ao vê-la ali soltou a espada, desceu do cavalo e correu ao encontro do corpo inerte da moça, com arranhões sinais de agressão teve medo de toca-la passou mil coisas em sua mente ao imaginar o que poderia ter acontecido com ela. Elliot com os olhos arregalados que estava com o mesmo semblante assustado.
– Está morta?
– Não, respira fracamente, olha as marcas no pescoço a estrangularam que crueldade! - disse Elliot com pena.
– Anastásia céus! O que houve!? Te violaram, abusaram de ti? - desacordada não respondia ele se desesperou ao mesmo tempo se culpou, ele se distanciou dela deixando-a solta. – Ordeno que fale mulher, por Deus! O que se passou? Fale comigo Ana é uma ordem, fale, por favor. - Elliot se surpreendeu com Christian pedindo "por favor" e a chamando de Ana, viu o desespero do irmão e resolveu interferir.
– Acalme-se Christian, nós temos que levar Anastásia daqui imediatamente.
– Certo. - Christian sem pensar duas vezes tirou sua capa real talhada em linhas douradas e vermelhas e cobriu a nudez da jovem pegando-a em seu colo com cuidado para não machuca-la ainda mais. A levaria de volta para o palácio em seus braços, dane-se quem quisesse especular coisas, cuidaria dela e acharia o agressor.

Um Príncipe em Cinquenta Tons (REPOSTANDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora