Uma grande surpresa

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2 MESES DEPOIS

- Natalie... Natalie! Abre essa porta amiga, estou preocupada.

Mia berra do outro lado da porta.

Respiro fundo e encontro forças para ficar de pé e sair do chão frio do banheiro.

- Está tudo bem, não precisa se preocupar - falo.

Consigo ouvir o suspiro frustrado de Mia e os passos fortes se afastando. Abro a torneira, lavo meu rosto e escovo os dentes. É a segunda vez que vomito em três dias. Não sei o que está acontecendo, definitivamente. Não é gravidez, eu tomo anticoncepcional... Certo? Estou no Canadá, mas há quatro dias eu estava na Tailândia. Devo ter comido algo exótico por lá e estou com alguma infecção. Mas não vou ao médico! De jeito nenhum.

Faz dois meses que me casei. Um mês depois, voltei a trabalhar. Estou muito feliz! Estava, aliás, quando estava perto de Benjamim. Fiquei muito animada para voltar ao trabalho, mas agora simplesmente não me sinto feliz. Mas minha agenda nunca esteve tão cheia! Todos curiosos para saber do meu casamento. Benjamim insistiu para que eu voltasse à ativa e todos os dias me liga. Ele sempre parece tão triste... Nem faz mais piadas.

Erin está piorando. Já está quase careca e vomita sem parar.

O que me faz odiar ainda mais o fato de estar trabalhando. Mas eu o entendo. Ele me quer longe. Não quer que eu veja o show de horrores. Mas ele não me entende. Não entende que estou disposta a estar lá. Pronta para segurá-lo quando O Dia chegar. E agora estou doente. Se eu contar, é capaz de ele pirar. Benjamim já está de saco cheio de doenças.

Saio do banheiro e deito na cama. Ponho "Latch" para tocar e fecho os olhos. Uma onda de felicidade me atinge e eu começo a cantar... Quando vejo, já estou dançando.

A música e seu poder de reverter sentimentos ruins em bons. A música é uma nata controladora de sentimentos. Por isso, quando estou triste, ao invés de colocar uma "sofrência", prefiro pôr uma música animada ou um funk. Sim, adoro funk brasileiro! É o melhor pra espantar tristeza.

Mia chega e começa a dançar comigo. Quando a música termina, deitamos cansadas.

- tem algo com você e precisamos ir no médico - ela diz.

Bufo - não.

- É a sua saúde, Natalie! - ela rosna - têm três opções: ou você está com uma infecção, uma doença pior ou está grávida! E nos três casos, precisamos saber com urgência.

- Você sabe que não me sinto confortável em hospitais - digo.

- tudo bem. Vou ligar para um médico vir aqui.

- Não! - grito - Mia, por favor. Se eu piorar, iremos ao hospital! Mas me deixa em paz por enquanto, por favor.

Ela solta um gritinho e sai do quarto.

Começo a sentir remorso. Eu não deveria ter sido tão rude, ela só está preocupada. Eu ficaria da mesma forma se fosse com ela. Vou até o closet e ponho uma roupa melhor, saindo do quarto em seguida. Entro no elevador e desço para o primeiro andar. Tenho certeza que ela está no bar. Entro no mesmo e sorrio... Acertei. Ela está no balcão, com um copo na mão e conversando com o balconista.

- Oi - sento ao seu lado.

- Tanto faz - ela pigarreia.

- Uma vodca, por favor - falo para o homem - e me desculpe, Mia.

- Não acho que vodca seja bom para o bebê - O balconista fala e minha boca faz um perfeito "o".

- Eu contei pra ele - Mia vira o copo.

𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐡𝐨𝐭𝐨𝐬𝐡𝐨𝐨𝐭Where stories live. Discover now