Eu caminhava e fingia

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A bendita barraca só tem suco sabor uva. Mas se quero voltar ao trabalho sem atrasos é o que vai ser. O sanduíche vai dar para enganar o estômago até a hora do café. De repente ouço: 

-Suzana, o que houve? Fiquei super preocupada! Se bem que a culpa é minha, eu deveria ter pego o número de seu celular.

 É verdade. Eu pensei a mesma coisa, e digo isso para Ana. Antes que esqueçamos, trocamos os números de celulares. Ana também compra um sanduíche, e enquanto terminamos nosso micro-almoço conto a ela a experiência que tive ao amparar o rapaz desconhecido. 

Enquanto conto a história toda, tenho a impressão de que não aconteceu de fato comigo. Como se outra pessoa houvesse tomado o meu lugar e tido tomado aquelas atitudes, que eu mesma  não tomaria. Ou será o contrário? E se eu fiquei escondida de mim mesma durante tanto tempo e hoje é que o eu verdadeiro começou a se revelar?

A tarde passou, e a  imagem daquele moço aflito continuou em minha cabeça. Enquanto pedalo para casa, passo em frente à escadaria onde mais cedo nos encontramos.Como será que ele está? Espero que não tenha desmaiado. A tentação de procurar por ele é grande, mas... melhor não. Agora não, algo dentro de mim avisa. De certa forma, tenho a impressão de que esta foi a primeira, mas não a última vez que nos vimos. Senti tanta agonia, tanta aflição... preciso vê-lo de novo, descobrir se  posso fazer mais algo. Por alguma razão, me identifiquei com o tal de Victor. Ele parece precisar tanto de atenção.Sei lá... 

Chego em casa, a bicicleta vai para o canto de sempre. Ouço murmúrios vindos de dentro da casa. Ai, se minha mãe reclamasse menos da vida! Será que posso fazer algo para que ela melhore um pouquinho? Ou só ela pode se ajudar? De qualquer forma, cumprimento-a dando um beijinho no rosto, como há tempos não fazia, surpreendendo-a pela segunda vez no dia. Agora, um bom copo de suco e meu quarto! Preciso anotar o que devo fazer amanhã, e quem sabe ler um pouco... sinto aquele familiar cansaço de fim de tarde chegando. Victor.. é esse o nome dele... o que será que houve  com este rapaz, para que ficasse daquele jeito, tão marcado e com semblante tão sofrido? 

E assim, mais um dia chegou. Sexta-feira! Um dia sem muitas novidades, que correu rapidamente.  O fim da tarde se aproxima e o tique-taque do relógio faz coro com meus pensamentos. Lembro da minha mãe e de sua amargura, de Victor com seus longos cabelos cobrindo seu rosto marcado, de Ana e seu convite inusitado para almoçar, e preciso colocar em ordem as fichas de atendimento, caramba!

Quatro e quarenta da tarde... mais um pouco e o final de semana começará. Acho que vou andar um pouco mais com a bicicleta, fazer um pequeno exercício, limpar a casa no sábado ouvindo música com os fones para não ouvir minha mãe resmungando e... mas que coisa, pensei de novo no tal de Victor! Eu não sou mais adolescente para ficar com esse tipo de ideia. Deixa esse cara pra lá... Quinze para as cinco. Termino de digitar o que é preciso e começo o processo de desligar o computador, guardar as coisas, trancar gavetas, enfim... o ritual de todas as tardes, com a pequena diferença de olhar duas vezes cada gaveta para ver se realmente tranquei tudo, afinal é sexta-feira e não quero que nada fique fora de seu lugar o final de semana todo. 

 O toque do telefone me tira do devaneio. É para a Ana. Antes mesmo de passar a ligação, faço um gesto para que ela atenda lá da sua sala.

Daqui vejo que não são boas notícias. Ana encosta-se na parede, está com uma expressão perplexa no rosto. Vejo ela escorregando pela parede, de encontro ao chão.. 

Minha nossa! O que pode ser tão terrível?  Preciso ir lá!

 - Ana. 

 Ouço apenas um suspiro. 

- Ana? O que foi?

 -  Não... isso não pode ter acontecido. Não agora..Não com o Sr. Geraldo...

 - Ana... o que aconteceu ? 

Nunca a vi deste jeito... e não estou com bom pressentimento. 



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