É a sua decisão!

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Mais um dia chega, o sol invade o quarto (droga, deixei a janela aberta), sinto o calor em minhas costas. Eu não quero acordar, ontem fiquei em uma festa até tarde.. mas esse brilho do sol me obriga a levantar um pouco mais cedo, pela primeira vez em anos. Ontem terminei a noite em um apartamento estranho, não lembro direito o rosto da moça.. foi uma aventura casual. Não sinto vontade de sair e procurar o rosto dela no meio da multidão da cidade. Sei que muitas que saíram comigo, foi por pena, ou por estarem tão loucas depois da balada como eu costumo ficar. Talvez nem ela lembre o que aconteceu ontem, assim como eu lembro pouquíssimo.

Esta ressaca de hoje está diferente... não costumo sentir arrependimento, nem dor, nada. Simplesmente levanto e vou conquistar alguns reais para poder sair de novo à noite. Mas hoje acordei com a consciência doendo. Lampejos da pessoa que já fui. A manhã de setembro, cuja lembrança me esforço tanto para afogar em álcool durante a noite, agora está forte e límpida em minha mente, trazendo de volta a dor, vívida como se tudo estivesse acontecendo de novo. Estou estragando o que sobrou da minha vida, tenho total consciência disto, mas ao mesmo tempo não tenho coragem para fazer algo que me tire deste pesadelo.

Hoje não tenho vontade de dar o tradicional tapa no baseado. Estou pensando se vou tomar café da manhã e se ainda tenho alguma camiseta limpa dentro do cômodo bagunçado que chamo de armário.Preciso de algo mais forte para tentar esquecer. Ou será que já não há mais o que tentar? Será que não está na hora de parar de fugir, já que não consigo mesmo?  Estou ficando cansado... 

Faz cinco anos que tento renegar o que fui, que tento tapar as feridas, criar um mundo próprio Joguei tantas referências ao passado fora... menos uma, que repousa em um canto.A dor hoje parece mais forte, ressurgindo das profundezas do ego, suplantando a barreira do álcool e das baladas. E pela primeira vez, não tento fugir. Revivo as cenas daquela manhã de setembro mais uma vez, sem entorpecimento. Até a ressaca já foi embora. Acho que pela primeira vez em cinco anos estou acordado de verdade.

É um sentimento assustador. Ao mesmo tempo em que me sinto empurrado para a mesma rotina que levo há tempos, parte de mim está farta disto. Farta de esconder, farta de suprimir dor, farta de se entorpecer, pois não está dando certo, não está! Dividido entre continuar até me destruir de vez e quebrar este ciclo, mesmo sem saber como, fico aqui sentado na cama, semivestido. Sabendo que  a parte de mim que não quer mais fugir, está  cada vez mais forte. 



Várias Facetas, Várias VidasUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum