- Ah, obrigada. -Agradeço passando a mão no meu coque mal feito e dou passagem. -Por favor, entra!

Luke passa por mim e me dá um beijo no rosto, assim de surpresa. Isso será um cumprimento frequente? Por que se for, vou ter sérios problemas.

- Vim o mais rápido que pude para poder comer com calma. Depois temos que buscar a pequena na casa da minha irmã.

-Eu acabei de colocar a mesa... Vem! -Ele me segue até a cozinha. -Esse é o Milk. -Aponto o gato esparramado embaixo do banco.

- Oi garoto! - Ele diz abaixando perto dele e pergunta. - Ele é arisco?

-Não, é um doce. Se deixar, já, já ele vai querer subir em você...

- Vou pegar ele um pouco, posso?

-Claro! Mas você vai ficar cheio de pelo... -Aviso, apontando sua camiseta preta.

- Não tem problema. Passei vinte e cinco anos sem ter um bicho porque minha mãe não aprovava animais em casa. Vem cá meninão... - Ele pega Milk com cuidado. O gato mia e aos poucos vai se aninhando quando sente o cafuné na cabeça. Desejar ser um gato nesse momento, talvez seja o meu atestado de insanidade comprovado. - Ela dizia que bichos só trazem doenças. Adoro animais e o seu é uma graça.

-Obrigada! Os animais são uns amores. Ainda fazem companhia, não é bebê?! -Chego perto e dou um beijinho na cabeça peluda do gatinho. -Agora que você mora sozinho, pode ter um... -Sugiro.

- Estou pensando nisso... - Ele sorri de lado. - Quero só escolher o bichinho certo. Embora digam que, eles nos escolhem e não o contrário.

-Isso é verdade. Eu e Milk tivemos um caso sério de amor a primeira vista... -Tiro xícaras e copos do armário e coloco sobre a mesa. -Não sabia direito o que você gosta de comer no café, então coloquei um pouco de tudo... Se estiver faltando alguma coisa, me fala tá?!

- Não se preocupe, eu como qualquer coisa. Comida não é problema pra mim. - Sentou a mesa e colocou Milk no chão. - Agora você pode ir brincar gatinho. - Voltando a mim, diz - Você arrumou uma mesa e tanto, moça. Já me sinto uma celebridade assim..

-Tenho que causar boa impressão, ué... Você é nada mais nada menos que o motivo de eu montar o fã clube que te falei ontem. -Brinco e me sento também.

- Você ainda está pensando nisso? - Ele ri. - Vou acabar acreditando, viu.

-É pra acreditar. -Sorrio. -Posso servir? -Pergunto, apontando o café.

- Por favor. E você o que quer? - Diz pegando minha xícara para servir também.

-Vou acompanhar você! -Sirvo as duas xícaras e espero ele experimentar. -Se estiver muito horrível, pode falar.

- Ok! Vou provar... - Ele bebe um gole e fica em silencio depois de engolir devagar. Ah minha nossa, será que está amargo ou doce demais? Estou aflita.

-Ta ruim, né?! Desculpa, eu acabei nem experimentando...

O danado abre um sorriso largo.

- Estou brincando com você. O café está muito bom. Como acertou que gosto dele forte?

-Ah, que bom. Você fez suspense... -Sorrio. -Deu sorte, também o prefiro assim!

Ele deu outro gole de café e agora não faz careta. Começamos a comer. Milk caminha em volta da mesa por causa do cheiro bom. Digo pra ele comer sua ração, mas ele nem dá bola. Fica de pé e põe as patinhas da frente na minha coxa. Acaricio sua cabeça e ele ronrona.

- Manhoso ele, não é? - Luke comenta.

-É... Fico com dó porque ele passa boa parte do dia sozinho, apesar dos gatos serem bem mais independentes, eles gostam de carinho... -Explico.

25 - LP.Jackson Where stories live. Discover now