Uma Segunda Chance

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-- Calma aí deixa só eu achar... -- Ela se apoiou na mesa e botou a mão na cabeça, corri pra perto dela e a segurei -- eu estou meio tonta.

Foi a última coisa que ela falou antes de cair em meus braços desacordada.

Corro até ela e a segurei nos braços, seu rosto estava pálido e eu sentia uma angústia no peito a qual não sentia a muito tempo -- Camz fala comigo por favor Camz acorda -- O medo de perde-lá era maior que tudo -- ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA -- gritei o mais alto que pude já sentindo o choro rasgar minha garganta.

A ambulância ia demorar muito a chegar então com a ajuda de alguns funcionários eu a levei até meu carro e dirigir igual uma louca até o hospital mais próximo e o melhor por sinal, assim que levaram ela pra emergência eu fiquei do lado de fora esperando, até então não tinha chorado o quanto eu precisava, mas eu tinha que ser forte por mim e por ela.

Peguei o celular e liguei pra Verônica, ela podia ser meio maluca mas era minha melhor amiga e sempre sabia o que fazer.

-- Jauregui espero que você tenha uma ótima explicação pra empatar minha fod....

-- A Camila tá no hospital -- Falei no fio de voz.

-- O que como assim?

-- Por favor vero vem pra cá, eu não sei o que fazer eu tô com medo.

-- Tá tô indo só me passa o endereço....

Em exatamente 20 minutos ela chegou, me perguntei se ela veio de carro ou de avião porque sinceramente foi muito rápido, assim que ela chegou já foi me abraçando e eu enterrei minha cabeça na curva do seu pescoço e me permitir chorar, chorei como uma criança, meu peito doía, minha garganta dava aquele nó horroroso -- Eu tô com tanto medo -- Falei baixinho e ela apenas assentiu me abraçando mais forte.

-- Vai ficar tudo bem, eu prometo.

-- Ela desmaiou do nada -- Chorei novamente -- Eu a amo Verônica, mesmo depois de todas as nossas brigas e do pedido de Divórcio eu a amo demais e só agora percebi que não sei o que vai ser da minha vida sem ela.

-- Ei calma ela não morreu tá, foi só um desmaio Laur -- Lucy falou tentando me acalmar e me fazendo cafuné -- A Milla é forte.

-- Ela estava agindo estranha esses últimos dias sabe e hoje ela desmaiou -- Disse tentando me acalmar e logo vi o doutor se aproximando lendo algo na prancheta em suas mãos.

-- Sra. Jauregui queira por favor me acompanhar até minha sala -- Ele disse fazendo um sinal para que eu o acompanhasse e assim fiz chegando lá vi camila sentada numa maca.

-- Hey Camz -- Falei abraçando tão forte que ela estremeceu -- Que bom que você já está melhor, eu fiquei tão preocupada.

-- Tá tudo bem Lauren, já estou me sentindo bem melhor -- Ela disse forçando um sorriso então olhamos para o doutor que nos olhava com um semblante... Feliz?

-- Por favor queiram se sentar aqui -- Apontou pra duas cadeiras a sua frente -- Bom o que a Camila teve não foi nada grave certo, ela simplesmente está sentindo os sintomas e isso é normal.

-- Sintomas? De que? -- Perguntamos praticamente juntas interrompendo o doutor que agora nos olhava meio surpreso.

-- Vocês não sabem? -- Ele franziu a testa e nos falamos que não -- Nossa, bom vocês vem tentando fazer inseminação artificial ou algo do tipo?

-- Não doutor, eu sou intersexual -- Falei já quase sabendo onde essa conversa ia da.

Ele assentiu e suspirou -- Então está explicado, bom Camila então eu só tenho que te dá os parabéns você está grávida.

GRÁVIDA? Era isso mesmo que eu ouvir? Camila grávida? Nossa, confesso que fiquei sem reação alguma, eu não sabia o que falar ou como agir, éramos casadas a mais de 5 anos e nunca havíamos pensado nessa possibilidade ainda, a Camila sempre tomava remédios pra não engravidar e estava dando certo.

-- É eu acho que eu preciso de um ar -- Camila falou se levantando e saindo da sala, eu agradeci e ao doutor e logo sair também, dando de cara com Vero e Lucy me olhando apreensivas.

-- Ela tá grávida -- Falei ainda sem acreditar pois não era tipo como uma gravidez indesejada, só que ela não veio num momento bom.

-- Você vai ser pai Jauregay -- Vero sempre esparrosa me girou no ar e Lucy se aproximou pra controlar a namorada e me dando os parabéns também, mas meu pensamento estava apenas em Camila.

Fui pra fora do hospital e não a vi por lá, tentei ligar só que ela não atendeu, peguei o carro e fui pra casa talvez ela tivesse ido de táxi, dito ela feito assim que cheguei vim um táxi saindo, entrei as pressas e subir pro quarto onde encontrei ela chorando com a cabeça enterrada no travesseiro.

Eu não sabia o que falar então fiz a única coisa que a confortava antes da nossa vida virar um inferno, me deitei ao seu lado e a abracei bem forte lhe fazendo carinho até ela se acalmar um pouco.

-- Acho que temos que conversar -- Falei e ouvir ela suspirando contra meu pescoço eu sabia que aquilo ia ser difícil pra gente.

-- É eu sei -- Ela levantou e sentou bem na minha frente limpando o rosto com a costa das mãos.

-- Posso começar? -- ela apenas assentiu -- Eu sei que não estamos em um dos nossos melhores momentos, sei que se fosse em outro tempo estaríamos pulando de alegria e já teríamos anunciado isso aos quatros cantos do mundo, sei que hoje nosso casamento tá por um fio -- Vi uma lágrima caindo em seu rosto e logo tratei de limpar com meu polegar -- Mas também sei o quanto é ruim crescer sem um pai dentro de casa sabe, por mais que o pai seja presente nunca é a mesma coisa, sei o quanto é ruim esperar todas as noites por um beijo de boa noite ou quando acordar com pesadelo não ter alguém lá pra lhe proteger -- Agora eu que já estava quase chorando -- E sinceramente eu não quero que meu filho cresça assim, então por favor Camila vamos tentar mais uma vez, por ele -- Fiz carinho em sua barriga -- Por você -- Levei minha mão até seu rosto -- E por mim -- Ela já estava chorando novamente e eu não estava diferente -- Vamos nos dá Uma Segunda Chance por favor.

Colei nossos lábios e senti algo que não sentia a muito tempo quando eu a beijava, sentir a famosa dança de borboletas novamente no estômago, eu estava me apaixonando mais uma vez por ela, o beijo era calma e suave, porém viciante, aos poucos fomos nós afastando e ficamos de testas coladas.

-- Eu preciso pensar -- Ela disse quebrando o silêncio e eu apenas concordei, afinal eu sabia que não ia ser fácil.

Uma Segunda chance (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now