Início da Evolução

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— O que você sabe sobre os Aquas? – Gritei. Essa garota me estressava. – Você nunca conviveu conosco, nunca viu nossos costumes. Como pode sair nos julgando assim? – Olho para ela com raiva. Ela apenas escuta sem nenhuma emoção no rosto. – Ora por favor Foguer, não seja mais ridícula do que já é! – Falei me desencostando da árvore e andando.

— Você me chamou de quê? – Ela gritou me fazendo parar e  o olhar para trás. Seus olhos se acenderam com o vermelho da dominação.

Ri sem emoção. Ela não me dava medo.

— Ridícula! Acha que só você está certa. Nem todos são como vocês sabiam? – Gritei e então me aproximei dela ficando frente a frente. – Nem todo mundo é traiçoeiro e insensível! Temos sentimentos ao contrário de vocês! – Cuspi tudo olhando em seus olhos vermelhos.

Os olhos dela se apagaram de imediato e ela me olhou com uma raiva misturado com tristeza, vi seus olhos marejarem. Eu a magoei com minhas palavras, Foguers também têm sentimentos. Afinal, também são pessoas e não animais.

Como eu era idiota! Eu magoei a garota!

Ela saiu correndo em direção aposta a tínhamos vindo sem dizer nada, corri atrás dela na tentativa de pedir desculpas. Ela era rápida e estava indo pro meio da floresta.

— Molly, me desculpa... – Corria atrás dela.

Ela não parou.

— Me deixa em paz Aqua! Eu não tenho sentimentos, porque perdoaria você? Eu não sinto nada! – Ela continuava correndo.

Aumentei minha velocidade.

— Porque você é uma pessoa como eu que também é capaz de perdoar! – Consigo a alcançar e a seguro pelo braço a fazendo parar em minha frente, quase batemos de frente. – Me desculpa, não queria falar aquilo. – Suspirei soltando seu braço. – Eu falei em momento de raiva. Eu não acho que você não tenha sentimentos, eu só acho que você seja boa em esconder eles. – Falei cansado.

Eu estava ofegante pela correria, ela também. Sentia uma gota de suor começando a escorrer pela minha testa.

Vi uma lágrima escorrendo de seus olhos, mas ela logo a enxugou virando o rosto tentando esconder.

— Mas falou, simples assim. – Sua voz era afiada. Ela queria esconder a mágoa, mas não conseguia. Não de mim.

— Falei sem prensar. – Virei seu rosto para mim e tirei uma mecha de cabelo do seu rosto. – Não precisa esconder uma lágr...

Ela corou minha fala.

— Pense antes de falar! – Empurrou meu braço e se virou para andar marchando de raiva.

Eu queria rir do jeito de durona dela, mas me segurei pra não estragar tudo de novo.

Segurei sua cintura e a puxei fazendo colar suas costas em mim, a abracei por trás escondendo meu rosto no seu pescoço. Ela tinha cheiro de insenso de sálvia. Minha mãe amava esse cheiro, eu também.

— Me perdoa... – Falo em uma última tentativa, percebi que ela ficou tensa.

Ela suspira pesado.

— Cameron... Me solta... – Disse séria.

Suspirei e a soltei abaixando minha cabeça sabendo que ela não me perdoaria. Eu era um burro mesmo.

— Eu tenho sentimentos e desejos como todos. – Ela disse calma, sua voz demostrava cansaço e mágoa.

Levantei a cabeça e a vi parada bem a minha frente, me observando.

 Elemental (Em Revisão)Where stories live. Discover now