Capítulo 2

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[Gostaria de agradecer a quem comentou no capítulo anterior, muito obrigado mesmo, fiquei feliz ao saber que vocês gostaram, me motivaram a escrever esse capítulo. Obrigado!]

Acordei com uma dor insuportável na minha cabeça, sentia que ela poderia explodir a qualquer momento. Isso era o efeito da droga, também era a parte que eu menos gostava.

Levantei da cama e caminhei até a janela, o dia estava frio e nublado, assim como eu. Caminhei em direção ao banheiro para fazer minha higiene. Senti minha cabeça rodar e lágrimas vieram aos meus olhos quando vi meu reflexo no espelho, eu estava uma merda, além dos danos causados pela droga, havia um hematoma roxo no lado direito do meu rosto, meu rímel havia borrado, fazendo manchas escuras em volta dos meus olhos e nas minhas bochechas, meus olhos azuis estavam sem brilho, no caminho do meu pescoço aos meus seios, havia marcas de mordidas e chupões. Sem contar da minha mão, ela estava doendo muito, mas não tive coragem para retirar a atadura improvisada que eu havia enrolado nela na noite passada, eu estava com medo de olhar como ela estava. Provavelmente péssima.

Não suportei me olhar no espelho por mais tempo, eu já havia visto o necessário para concluir que eu estava acabada. Terminei de escovar meus dentes e tirei minha roupa, jogando em algum canto do banheiro.
Entrei no box e liguei o chuveiro, senti a água quente escorrer pelo meu corpo, me relaxando um pouco. Comecei a esfregar minha pele com força, estava ficando vermelha e ardia um pouco, mas eu só queria me livrar da sensação de estar suja, mesmo quase arrancando minha pele fora, a sensação não ia embora. Talvez eu esteja suja por dentro.

Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto ao lembrar da noite passada, era algo tão doentio, tão desumano, roubar e destruir a alma de uma pessoa assim, é simplesmente horrível.

Terminei meu banho enquanto ainda chorava, peguei minha toalha e sai do banheiro, caminhando em direção ao meu quarto.

Meu quarto era simples, paredes brancas, chão claro, uma cama branca encostada na parede, ao lado estava minha mesinha com meu abajur e meu livro, no canto esquerdo do quarto havia uma penteadeira, onde ficava minha escova e meus produtos de higiene, havia um espelho enorme na parede do outro lado do quarto, havia letras pretas coladas na porta do quarto, elas formavam o meu nome, Luna, Meu roupeiro se encontrava ao lado do banheiro, onde eu estava nesse momento.

Me observei no espelho por segundos, meus olhos estavam vermelhos e inchados. Nada que eu já não esteja acostumada.

Depois de me vestir, desci as escadas lentamente, tentando ver se havia algum sinal do meu pai na casa. Eu temia ter que encontrar com ele de novo. Sábados e Domingos eram os piores dias, pois ele trabalhava a semana toda, mas quando chegava no sábado ou domingo, ele ficava em casa e eu tinha que ficar o momento todo trancada no meu quarto. As vezes eu fugia para beber ou me drogar, outras vezes fazia isso no meu quarto mesmo. Esses dois dias eram os que ele mais bebia, ou ele me batia, ou abusava de mim, ou me ofendia, tinha vezes que eram as três coisas juntas.

Estava na cozinha quando escutei a porta da frente ser aberta, tentei ao máximo ir ver quem é, sem fazer barulho, meu plano foi um completo fracasso quando tropecei em algo que estava no chão, chamando a atenção do meu pai.

"O que você estava fazendo ai?"

"N-Nada" Digo nervosa.

Dava para sentir o fedor de bebida de longe. Passei correndo por ele, subi as escadas e entrei no meu quarto, trancando a porta.
Ele logo subiu atrás e bateu na porta do quarto.

"Luna, minha querida, vamos conversar. Você sabe que eu te amo, nunca quis machucar você, mas você tem que entender que mereceu aquilo, por ser uma menina má"

"VAI SE FERRAR"

"Luna, não me faça perder a paciência, abre logo a porra da porta"

"Não. Vai embora, nojento. Você é doente e precisa se tratar, me deixa em paz"

"Luna, porquê você ta chorando? Alguém machucou você? Me deixa entrar, por favor meu amor"

Ele era completamente louco. Uma hora eu era uma vadia e na outra eu era o seu amor? Ele era bipolar e doente mental.

Deixei ele falando sozinho na porta. Fui até o meu roupeiro e troquei de roupa, peguei minha droga, meus cigarros e dinheiro, coloquei dentro de uma bolsinha de lado preta, coloquei meu cuturno preto e pulei a janela do quarto. Caminhei apressadamente até a esquina da minha rua, onde encontrei um táxi quase indo embora.

"Espera" Entrei dentro do carro.

"Qual o destino, senhorita?"

"Qualquer bar ou boate. De preferência o mais longe possível daqui."

Eu estava me afogando lentamente em um mar de depressão e drogas.

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Não tenho certeza se esse capítulo está bom, peço desculpas se estiver uma merda, sério. Comentem suas opiniões por favor e votem, isso ajuda muito.

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