Capítulo 1

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Tudo começou no dia 19 de maio de 1998, a gravidez da minha mãe era de risco, tanto ela, quanto eu, poderíamos ter morrido durante o parto, para a minha infelicidade, a minha mãe acabou falecendo, deixando a mim, uma bebê recém nascida, nas mãos do bêbado do meu pai. Meu pai sempre me culpou pela morte da minha mãe, e ele tem razão, a culpa realmente foi minha, se eu não tivesse nascido, ela ainda estaria aqui, e a minha vida não seria o inferno que é hoje. Eu não a culpo por isso, sei que a culpa é totalmente minha, mas tudo teria sido mais fácil se ela tivesse me abortado.

Sou desperta dos meus pensamentos com o barulho de vidro quebrando na sala, eu não preciso levantar para saber que é o meu pai chegando bêbado em casa. Só mais um dia igual a todos os outros.

Escuto barulhos nas escadas, tento me apressar para fechar a porta do quarto com a chave, mas ele é mais rápido que eu, em segundos a porta é aberta brutalmente, me fazendo levar um susto com o barulho dela batendo na parede. O som fica ecoando na minha mente, junto com as palavras de ofensa que ele lança em direção a mim. Meus olhos estão cheios de lágrimas, prontos para transbordar toda a dor da minha alma, mas eu não deixo que isso aconteça, tento me manter forte na frente dele, não posso me desfazer agora.

"O q-que você quer?" Pergunto com a voz trêmula.

"Você sabe o que eu quero, minha doce Luna" O som da sua voz me fazia sentir ânsia de vômito.

A sua voz estava completamente rouca, ele caminhava em direção a mim, meu corpo tremia de medo, na minha mente eu imaginava mil coisas que ele faria comigo, eu estava impotente, não conseguia reagir. Quando eu menos esperava, ele me empurrou para a cama, fazendo com que eu caísse de costas. Não teve tempo para pensar, ele praticamente se jogou em cima de mim.

"SAI! Sai de cima de mim, seu porco nojento"

Finalmente eu havia dito alguma coisa, mas ele não fez nada, somente me mostrou um sorriso malicioso.

Não era a primeira vez que ele fazia isso, a primeira vez que ele me tocou foi aos 10 anos, a primeira vez que ele me violou foi aos 14, depois disso, meus dias passaram todos a serem cinzentos, todos os dias eu era espancada, violada e humilhada, tudo isso pela única pessoa que deveria me amar, que deveria me proteger. Depois disso venho as drogas, era a única maneira de encontrar paz, quanto mais forte, melhor era a sensação.

Tentei sair de baixo dele, mas isso o irritou, resultando em um tapa no lado direito do meu rosto.

"PARA!! SAI DE CIMA DE MIM"

Eu estava me debatendo feito uma louca, isso era um absurdo, ele não tinha o direito de fazer isso comigo, ele deveria ser meu pai.

Ele começou a me beijar, eu não abri a minha boca, só conseguia sentir nojo dele. Ele mordeu meu lábio inferior muito forte, me fazendo gritar de dor. Ele aproveitou o momento para enfiar sua língua nojenta na minha boca, me fazendo ter ânsia de vômito.

Eu tentei mais uma vez sair de baixo dele, mas não consegui. Senti ele colocar sua mão por dentro da minha calcinha, me tocando, enfiando seus dedos dentro de mim. As lágrimas estavam quentes sobre o meu rosto pálido, elas escorriam deixando uma sensação de queimação por onde passavam. Fechei meus olhos, tentando afastar aquele momento repugnante da minha mente.

Não sei ao certo quanto tempo passou, acabei me perdendo dentro da minha própria mente, imaginando quando isso acabaria, se algum dia chegaria a acabar.

Senti ele sair de dentro de mim, e depois a porta do quarto bateu com força.

Comecei a chorar descontroladamente, me levantei da cama e dei um soco no meu espelho, fazendo ele quebrar e sangue escorrer da minha mão. Eu estava tão irritada e triste, a adrenalina no meu corpo não me permitia sentir a dor na minha mão. Abri a gaveta da minha cômoda procurando algo para parar o sangramento na minha mão, comecei a tirar minhas roupas íntimas ferozmente de dentro da gaveta, jogando no chão do meu quarto. Parei imediatamente quando encontrei meu saquinho de cocaína no fundo da mesma, não pensei duas vezes antes de usar a substância, fiz três fileiras, uma ao lado da outra, aspirando com desespero a droga. Não demorou muito para eu sentir a sensação da paz temporária tomar conta de mim.

Eu estava tão destruída, não havia jeito de ser consertada.

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