Trinta e quatro

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Tremendo ligo o aparelho e, depois de séculos, mando uma mensagem para Bernardo.

Cléo: Bê, não adianta, meu pai não vai deixar você me ver. Ele tem essa regra maluca que nenhum amigo menino meu pode entrar aqui. Eu estou bem. Juro.

Uma mensagem chega em seguida.

Bernardo: Nossa. Que bom! Estou mais aliviado agora. Mas eu preciso ver você. E VOU ver você. Sou teimoso lembra?

Cléo: Ai, meu Deus! Você não vai passar pela portaria. Não adianta.

Bernardo: tudo bem, um carro acabou de sair daqui. Estou entrando escondido pela garagem. Não esquenta. Daqui a pouco chego aí. Seu pai não vai ser capaz de bater a porta na minha cara.

Acredite, ele pode bater muito mais coisas em você do que imagina, Bernardo.

Fico ansiosa roendo as poucas unhas que tenho. Já vi que vou ter que colocar umas postiças para o aniversário da Priscilinha sábado que vem.

Dez minutos de angustia se passam. Tenho a ideia de mandar uma mensagem a Bernardo pedindo que ele me espere na escada de incêndio, pois vou dar um jeito de fugir do apartamento. A campainha acaba tocando antes mesmo que eu ponha o plano em prática.

Ai. Meu.Deus. Me. Ajuda.

Fico escondida no corredor que leva à sala rezando para que não seja o Bernardo.

Meu pai abre a porta e começa a fazer uma série de perguntas para a pessoa. Sim, é o Bernardo. Meu Deus. Ele é louco. Só pode. Ou então ainda não conhece a fama do meu pai.

Bê se apresenta como meu amigo, diz que quer muito me ver, mas com o senhor Rogério não tem conversa. Ele pergunta como Bernardo chegou ali e, sem nem mesmo esperar pela reposta, começa a dar uma bronca no garoto. Meu vizinho tenta argumentar, o que é pura perda de tempo.

Vou até a porta com a intenção de fazer alguma coisa. Bernardo me vê e grita meu nome dando um sorriso cheio de satisfação e alegria, mas meu pai a fecha com força.

Logo em seguida ele liga para o porteiro contando que Bernardo está no prédio e que ele tome as devidas medidas de segurança.

Desesperada achando que o Domingos pode chamar a polícia pego o celular e ligo para Bernardo. Ele atende no terceiro toque.

Estou tão desesperada que desato a falar.

-Por favor, Bê. Vai embora. Você só vai arrumar confusão. Por favor, por favor.

-Mas eu só quero te ver.

-Eu estou bem. Sério. Não tive apendicite. Foi só uma cólica muito forte.

-Verdade?

-Sim.

Ele parece mais calmo agora com a revelação.

-Tudo bem. Eu vou. Mas é que eu fiquei preocupado...

-Eu sei. Obrigada.

-Além do mais eu preciso falar com você, só que não por telefone. É importante.

Oh, Deus. É sobre a mensagem. O que será que ele tem a me dizer?

-Tá. A gente se vê na escola então?

-Sim. Mas passo no seu apartamento antes.

-Certo.

-Um beijo.

-Outro pra você.

Assim que desligo vejo meu pai parado na porta do quarto e tomo um susto.

-Muito bem. Pode ir falando. Quem é esse tal de Bernardo?

E esse é mais um dos momentos em que eu queria estar morta.





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Hello, pessoas!

Sim, o capítulo foi curtinho. Mas tenho novidade. Quarta vou postar mais um. Quero dizer, são só mensagens e meio pequenas, mas elas vão preparar o terreno para o capítulo de sexta, que, por sinal, ainda estou escrevendo.  Me desculpem.

  De qualquer maneira espero que tenham gostado do capítulo.

Ah, e o concurso dos comentários começa a valer a partir desse capítulo, ok? E vai até o final. Então quem quer participar pode começar por esse. Quem não quiser continuem comentando do jeito que vcs fazem, pois amo saber o que vcs estão achando da história.

Enfim, é isso!

 Obrigada pela leitora fofa que foi me ver no Clube do livro no sábado. Gente, ela veio de muito longe. Vilar dos Teles. Vcs não tem ideia! E ainda arrastou pai e mãe pra lá. E um beijo também pra amiga dela, Gabi, se não me engano, que não pode ir, mas que gravei uma mensagem de áudio pra ela mandando um beijo.

E agora o beijo é pra vcs. Tchau, gente. Até quarta.

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