unseen || ziam

Leave

"Continuamos em frente do Connelly High School. Desde manhã estamos acompanhando o atentado do aluno Brian Hall ao colégio. De acordo com relatos do alunos, Brian chegou hoje de manhã com uma arma, explosivos e totalmente descontrolado. A Policia confirmou que todos os alunos já foram liberados da escola, com exceção de Zayn Malik." Suas pernas falharam ao ouvir tal nome. Zayn estava nas mãos de Brian, provavelmente correndo risco de vida, ele perderia mais alguém em sua vida. Então ele percebeu que não queria e nem poderia perder Zayn, porque Liam o amava, com certeza o amava, como nunca antes e como nunca mais iria amar alguém. "O aluno Zayn Malik está sendo feito de refém já há algum tempo, e a policia tenta negociar com Brian. Continuem ligados ao canal para mais informações."

Logo um outro repórter começou a falar, mas Liam não escutava mais nada. Sentia os olhos de Louis e Harry ainda sobre si, mas ele também não se mexia. Sua mente, por incrível que pareça, não estava uma bagunça e sim um escuro total. Cada nervo, hormônio, órgão de seu corpo parecia não funcionar mais. A única coisa que Liam sentiu foi uma lágrima solitária caindo do seu olho direito, o trazendo de volta para a realidade.

- Vocês têm que me levar até lá.

- Não! — Louis entrou na frente de Harry, fazendo Liam o olhar confuso. — Não mesmo! Isso não é brincadeira, esse Brian é perigoso, ele está armado. Não posso deixar você correr esse risco, eu prometi a mim mesmo que iria cuidar de você! Você não vai, eu sinto muito.

- Louis, olha para mim. — O garoto agarrou o rosto do tutor, enquanto chorava. — Eu me sinto culpado pela morte de meus pais, você melhor do que ninguém sabe disso. Eu poderia ter evitado que eles saíssem justo aquele dia, justo aquele horário, mas eu não fiz nada. Toda minha vida tem sido horrível por causa desse peso nas minhas costas do qual eu nunca, jamais, conseguirei me livrar. A não ser que você me deixe ir lá. Me deixa tentar salvar a vida do Zayn, por favor.

- Qual é seu plano, afinal? — Harry perguntou, preocupado.

- Eu não sei. — Limpou as lágrimas, tentando se acalmar. — Eu só preciso pedir desculpas e dizer que o amo. Por favor, Harry, você faria tudo por amor... Me deixe fazer também! Me leve até lá.

Os aquecimentos seguintes foram bem rápidos; Harry foi convencido por Liam afinal, pegando a chave do carro. Louis ainda relutou um pouco, mas pior do que concordar com isso era fingir que não estava acontecendo. Liam limpou as lágrimas e correu para o carro, sendo seguido pelos mais velhos. O esquisito olhava pela janela, inquieto, nunca percebendo o quanto sua casa poderia ser longe do colégio, ele pode ouvir Louis sussurrando para Harry coisas do tipo "Ele não pode colocar o amor que ele sente por outro na frente do amor próprio", "Se algo acontecer a ele, Harry, eu nunca vou te perdoar" ou até mesmo "Esse não é mais um de seus livros."

Liam evitava ouvir, não gostava de causar brigas entre sua família, mas ele não deixaria Zayn. Só Zeus sabia o quanto ele se arrependia de não ter ouvido Malik, de não ter dado a chance para ele se explicar. Poderia tudo ser diferente, não? Ele não conseguia acreditar que iria causar a morte de mais uma pessoa que o amava. Quem seria o próximo? Louis? Harry? Niall? Sra. Cibella? Porque ele não morria logo de uma vez?

Seu desespero devia estar estampado em suas expressões, pois quando seu olhar se direcionou ao retrovisor interno, Harry o olhava juntamente com Louis. Apenas um olho azul e um olho verde estavam refletidos ali, meio a meio, passando toda a confiança que podiam para Liam. O garoto assentiu, só percebendo então que já estava em frente ao colégio. Desceram todos do carro, e observaram a cena que parecia irreal; todos os alunos e funcionários do colégio estavam ali, alguns pais também estavam presentes assim como curiosos. Ambulâncias, viaturas (e consequentemente muitos policiais), além de jornalistas de diversos canais eram a "cereja" daquele "'bolo". O medo parecia ser estar presente em todos os sentidos, olfato, visão, audição tato e até mesmo paladar. O gosto de bile na boca de Liam mostrava que era possível.