✳ 16 ✳

846 93 1
                                    

Fiquei parada a olhar para ele sem saber o q dizer. Ele está a falar a sério?
-A... Kyle, eu...
-Eu estou a falar a sério. Podemos ao menos tentar? É só um jantar... Aceitas?
Hesito e tenho dificuldade em pensar naquele momento.
-Acho que... Sim.
Ele sorriu.
-Venho buscar te às 20h30.
E foi para o carro.

Foi pontual. Às 20h30 estava a tocar me à campainha. Abri a porta e ele olha me de cima abaixo.
-Estás linda!
Vesti um dos meus únicos vestidos. Curto com saia rodada preto. Nas costas era de renda. Acho que todas as mulheres deviam ter pelo menos um vestido preto, fica sempre bem. Prendi o cabelo num rabo de cavalo. Calcei uns saltos altos igualmente pretos. Não gosto muito de os usar mas é uma ocasião especial.
Ele estendeu o braço e eu agarrei o.
-Não me deixes cair, hoje. - disse referindo me ao facto de poder cair dos saltos.
-Eu nunca te deixarei cair. - respondeu fixando o olhar no meu.
Não sei porquê, mas senti que aquela afirmação não tinha nada a ver com os sapatos. Algo mais profundo. Uma promessa.
Desviei o olhar e andámos até ao carro.

Na rádio estava a dar uma das minhas músicas favoritas, Fallen Angel dos Three Days Grace. Sorri e comecei a cantar baixinho mas não deve ter sido baixo o suficiente porque quando olho para o lado, Kyle está a olhar para mim mas rapidamente volta a olhar para a estrada. Vejo um sorriso a desenhar se nos seus lábios.
Talvez isto resulte. E se não resultar ao menos tentámos.

Ri me quando chegámos ao local. Não era um restaurante mas sim o prado.
-Eu calcei uns saltos altos e um vestido para virmos aqui? Que sofisticado, Kyle. - disse lhe em tom brincalhão.
-Não te obrigo a mantê los vestidos. - diz também na bricadeira.
Coro e olho para o chão.
-Vamos jantar aqui?
-Exatamente. - estende uma manta no chão e eu descalço os sapatos e sento me.
Ele pega numa garrafa de champanhe e enche dois copos que trouxe dentro de uma mochila. Misturou sangue e estendeu me um dos copos.
-Vamos brindar. Eu sei que te deixei confusa, mas era só porque eu também estava. Promete me que nunca mais me deixas nem desapareces assim.
-Promete me que não me partes o coração.
-Prometo.
Brindámos e quando levo o copo à boca sinto o aroma fantástico. O sabor metálico borbulhante invade me a boca. Isto é mesmo bom!
-Porquê aqui? - perguntei.
-Porque foi onde nos conhecemos. Onde te vi em pânico, queria ajudar mas não sabia como. Onde senti estas coisas que tenho medo de sentir.
Sorrio. Ele cora o que me surpreende.
Aproximo me e pouso suavemente os meus lábios nos seus.
Sorrimos.
-Está a ficar tarde. É melhor irmos.
Arrumou as coisas e de seguida pegou me na mão levando me até ao carro.

Parou à porta de minha casa e desligou o carro.
Passei para o seu colo e rodeei o seu pescoço com os meus braços.
-Obrigada pelo jantar.
Ele sorriu e beijou me.
Lembrei me que a minha mãe deve estar em casa e fico vermelha só de pensar que ela pode estar a assistir à cena.
Afasto me delicadamente. Olho para casa e vejo que está tudo apagado e o carro não está ali.
-Acho que a minha mãe não está em casa.
Ele mostra me um sorriso maroto e eu pergunto.
-Queres entrar?
Saio do seu colo e do carro e ele segue me até ao interior da minha sala. Dirijo me à cozinha e vejo um bilhete da minha mãe. Viagem de negócios de emergência. Volta em três dias.
-Está fora?
-Sim.
Kyle aproxima se e coloca as suas mãos na minha cintura.
-O que é que queres fazer? - pergunta me beijando a seguir a minha bochecha.
-Tenho umas ideias em mente...
-E elas incluem isto...? - e beija me.
-Talvez...
-E isto...? - começa a abrir o fecho do vestido lentamente.
A minha temperatura começa a subir.
-Talvez isto... - continua.
Descalço os sapatos e o vestido desliza até ao chão deixando me de sutiã e cuecas. Kyle tira a sua t shirt num movimento rápido e agarra me nas coxas, colocando me no seu colo. Rodeio a sua cintura com as minhas pernas e as minhas mãos seguram os seus ombros. Senta se no sofá ainda comigo ao colo e sem nunca largar os meus lábios. As suas mãos passeiam pelas minhas costas deixando rastos de fogo.
Começa a beijar me o pescoço. No início são só beijos mas depois sinto uma picada no pescoço. Ele está a usar os caninos. E está a saber bem...
Deixo escapar um suspiro e sinto o seu sorriso contra a minha pele.
A seguir ataco eu o seu pescoço. Mal o seu sangue entra em contacto com a minha boca, sou transportada para outro local...

Estou no prado. Na noite em que desapareci. Recebi a mensagem da Kate a avisar que não pode vir.
Oiço passos e olho para a origem do barulho. Vejo uma sombra. Um rapaz e vejo os seus olhos. Verdes. Reconheço o. É o Kyle!
Sem me dar tempo para reagir, sinto uma dor aguda no pescoço. Ele está a sugar me o sangue.

Estou na sala de novo. Kyle esta com um ar preocupado à espera de uma reação minha.
-Foste tu que me transformaste... - acabo por dizer, gaguejando.

Mordida pelas SombrasWhere stories live. Discover now