PRÓLOGO

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Minha vida era estupidamente ridícula antes de tudo acontecer. Eu era um Zé Ninguem, um idiota que servia de palhaço para todos; menos amado pelos pais, ignorado pelo mundo. Não senti impacto algum com essa mudança desastrosa, mas também nunca desejei que algo tão perturbador acontecesse.

Perdi minha mãe, meu pai, meus irmãos. Perdi tudo que era para me tornar tudo o que sou, este mundo me ensinou a ser assim. Tive que crescer, me transformar em algo que nunca fui, e não me arrependo de nada.

O caos consumiu o mundo, reduzindo-o a pó. É perigoso viver assim, mas não há outra alternativa.

Meu nome é Lauan e tudo que um dia fui não existe mais. Sobrevivo nesses dias insanos pelo puro prazer de matar os mortos, não tenho um objetivo, muito menos um porque para fazer o que faço. Não tenho amigos e desde o começo desse inferno vago por aí, sozinho, apenas na companhia de minha arma improvisada: uma espécie de bastão de beisebol com adagas acopladas em sua extremidade. É algo prático e leve de se usar. Leve devido ao fato de ser composto por um tipo metal prateado impermeável.

É assim desde o início: eu e ele, e mais ninguem. Se eu sinto falta de companhia? Não, nunca tive muita companhia em meus dezesseis anos de vida. Sou apenas um adolescente sem rumo vivendo em um mundo perdido, não tenho um futuro planejado, apenas vivo um dia após o outro. As coisas não importam mais como um dia importaram. Não necessito de atenção, tampouco de amigos, não em um mundo onde eu posso os perder a qualquer minuto.

Prefiro a solidão do que a tristeza por perder alguém que amo. É assim que vivo agora, sempre será, não existe nada que eu possa fazer a respeito, não em um mundo dominado por um apocalipse zumbi.

The Walking Dead - A Marcha dos MortosWhere stories live. Discover now