Capítulo 10 - A lenda de Salen. Parte III.

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Os guardas assentiram com a cabeça e vieram na minha direção. Estava imóvel no meu lugar. Não estava acreditando que Salen estava fazendo isso comigo. Ainda tinha esperança que tudo não passasse de uma brincadeira babaca que ele sempre fazia comigo. Estava acabada. Morta por dentro. Não tinha forças para sair do lugar. Lágrimas rolavam lentamente pelas minhas bochechas.

Cada um dos cavaleiros segurou um braço meu, sem delicadeza alguma, mas eu não me mexi, tudo que eu fiz foi encarar Salen durante toda a movimentação. E ele fazia o mesmo, mas parecia não se abalar com tudo que estava acontecendo. O Salen que eu conhecia já tinha ido embora e eu não queria acreditar naquilo.

- Você é um covarde. - gritei, enquanto era arrastada para fora do salão. Esperava que ele respondesse alguma coisa ou mostrasse alguma reação. Mas ele não fez nada.

Me deixei então ser levada salão a fora pelos guardas, mas não ousei abaixar a cabeça segundo algum.

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Minha barriga pesava para baixo e minha coluna doía. Mas nenhuma dor era pior do que a dor que eu sentia no meu coração.

Fui arrastada por vários corredores até finalmente descermos e eu ser jogada brutalmente em uma cela escura, ao lado de outras quatro mais.

- Espero que aproveite sua estadia, bonitinha. - um dos guardas disse, ironicamente, antes de se virar e me deixar ali sozinha.

Senti uma pontada na barriga e tremi. Meu filho.

- Meu amor, me desculpe. - disse, em meio às lágrimas. - prometo que sairemos daqui e seguiremos nossa vida, com ou sem Salen. - acariciava a minha barriga e chorava feito uma criança, soluçando. O que eu sentia era inexplicável.

Salen não podia ter mentido esse tempo todo para mim. Eu sentia. Era verdadeiro, e era recíproco. Algo tinha acontecido nesse meio tempo, sentia isso.

Olhei ao redor e o lugar era escuro. Completamente escuro. Não enxergava um palmo a minha frente. Apalpei o chão até encontrar algo macio no canto da cela. Deitei minha cabeça ali, e tentei me acalmar, mas só o que passava pela minha cabeça eram os momentos que passei com Salen.

Pare, Amélia! Me repreendi, levantando rapidamente e me sentando, com a coluna apoiada na parede. Isso não ficaria assim! Acariciei a minha barriga. Precisava pensar em alguma coisa, eu sairei daqui, custe o que custar. A vida do meu filho está em jogo. Conclui.

Com os pensamentos encaminhados, respirei fundo e comecei a bolar um plano para fugir desse castelo.

Salen podia tirar tudo de mim, podia me humilhar, me rejeitar, mas não podia tirar de mim minha força e vontade de viver, isso não estava disponível para troca.

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Já sabia o que deveria fazer. Já tinha tudo planejado, tudo esquematizado. Só tinha que esperar o momento certo.

E ele finalmente chegou.

Tinha medo do que faria, mas tinha certeza que daria certo.

Me coloquei de pé e bati com força na grade, gritando.

- Meu bebê, eu acho que ele...oh céus! Ele vai nascer! Não, não. - comecei a me desesperar e a bater com mais força, forçando falsas lágrimas. - por favor, me ajude! - bati com mais força na grade, até finalmente escutar passos vindo em minha direção.

Até agora tinha dado certo.

Levei minhas mãos lentamente até a parte de trás do meu vestido e soltei a fita, enrolando-a discretamente, até formar um bolo, em seguida me concentrei e pensei no que queria, assim como tinha praticado outras diversas vezes.

Scaban [Completo]Where stories live. Discover now