30. Apaixonados, amaldiçoados e totalmente imprudentes.

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Eu era oficialmente a namorada de Jeon Jungkook

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Eu era oficialmente a namorada de Jeon Jungkook.

O título parecia sacudir meus ossos como uma reminiscência enganosa, uma sensação inquietante de que aquele lugar já havia sido ocupado por mim antes, mas não da maneira certa. E essa, sem dúvida, era uma nova era para nós. Três semanas, apenas três semanas desde que meus conceitos abstratos e minhas ideias covardes foram despedaçados, mas não completamente extintos.

Ainda estava anestesiada pela ilha, e estar longe demais do trabalho, da rotina, tornou tudo mais simples, mas mergulhar de volta em Nova York e no trabalho foi como um lembrete automático de onde me meti. Fiz uma lista mental do que precisava resolver primeiro já dentro do avião, usando as doze horas seguintes de voo para uma sessão de autotortura. Ainda precisava conversar com Ben, afinal, por mais que não tivéssemos um relacionamento sério, ou qualquer rótulo, ainda existiu um vínculo emocional. E, é claro, com Chloe, que desconfiaria imediatamente assim que voltasse ao prédio da redação. E papai e mamãe. Ah, mamãe iria amar, lógico.

Durante os últimos anos, qualquer motivo tolo era suficiente para arrancar Jungkook das profundezas e lembrá-lo de forma insólita, da maneira menos sutil possível.

Ironicamente, a primeira pessoa para quem pensei em contar sobre a minha decisão mais impulsiva e caótica dos últimos meses havia sido Kim.

Enviei centenas de mensagens no aplicativo e até um e-mail na última semana, mas não obtive retorno. Sabia que Kim estava mergulhado em um caso um pouco mais complexo, e seus sumiços repentinos envolviam ir até os confins de Daegu em um pequeno apartamento alugado, cercar-se de seus livros, objetos de estudo e desaparecer.

Voltava uma semana ou duas depois, reavido dos mortos.

Era estranho sentir que as coisas estavam bem apesar do meu medo. Daquela sensação especialmente atípica de ter um namorado sério pela primeira vez em vinte e cinco anos de existência, as coisas pareciam ter voltado ao eixo, ao lugar onde pertenço. Jungkook e eu nos despedimos no hotel, com a promessa de que em três semanas ele estaria em Nova York para me ver, só nós dois. Mas levando em consideração sua vida importante e todos os seus compromissos, achava meio impossível que ele aparecesse por aqui.

Trine estava em lua de mel nas Maldivas e ocasionalmente recebia fotos do seu bronzeado dourado em progresso, com Yoongi besuntado de protetor solar ao fundo. Hoseok havia voltado para casa, mas nos falávamos sempre que o interesse romântico da semana dava as caras para jantar no seu apartamento. Eram fragmentos de felicidade, e o mundo parecia menos colorido e mais adulto sem aquele recorte universitário que vivemos por um final de semana, como um efeito de molly dissolvido na ponta da língua.

A minha percepção de algum tipo de barulho interno tinha sido silenciada, o motor que há anos estremecia, parecia mais macio, funcionando em uma qualidade perfeita. Meu coração como um Aston Martin novo em folha. Contudo, as horas de voo me colocavam em looping sobre tudo que Jungkook havia me dito, não que levasse a sério o papo de que ele e Aya só tiveram um lance de uma noite, eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele não era desse tipo, que conseguia segurar a emoção para uma transa casual que acabava ali, na mesma noite, então no mínimo os dois estavam juntos por um tempo. A ideia passeia pela minha cabeça da pior maneira possível, desenhando os cenários mais cretinos que alguém poderia imaginar em uma situação de paixão. Isso deveria mesmo me incomodar agora?

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⏰ Last updated: May 19 ⏰

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