Promete? - Katrick

Capítulo 30

🖤 KAREN GASPAR 🖤

Após entrar no elevador, fiquei preocupada com Patrick, o pessoal está pegando pesado com a gente. Mandei mensagem para saber se ele estava bem, mas ele não tinha recebido ainda, provavelmente não chegou em casa.

Ao chegar em meu andar, saio do elevador e entro em casa, minha mãe estava na sala, acho que o que a Lívia falou era só pra me fazer subir sozinha, mamãe estava assistindo, caminhei em direção ao meu quarto, mas antes mesmo de sair da sala sou barrada.

— Pode ir voltando — paro e me viro em direção a minha mãe — senta aqui — lhe encaro, ela desliga a televisão — agora, Karen, anda, vem, senta aqui — ela estava brava, caminho até ela e sento ao seu lado no sofá — que história é essa de se unir ao Patrick pra separar o Romeu da Julieta? 

— É mentira, eu não fiz nada, mas ninguém acredita em mim — respiro fundo.

— E tem como acreditar, Karen? Existem provas de que vocês dois fizeram isso.

— Provas forjadas, armaram para o Patrick e para mim — falo, mas sou ignorada.

— Que história de provas forjadas, Karen, isso é desculpa pra não assumir a responsabilidade dos seus atos, nunca mais faça algo assim, isso foi horrível, filha, se o Romeu e a Julieta querem ser amigos, deixe, os pais resolvem os problemas deles depois, você não tem nada que tentar separar ninguém e pra aprender a nunca mais fazer isso você está de castigo.

— O que? Mas mãe, eu não fiz nada, acredita em mim, por favor — falo indignada, mas ela já estava decidida.

— Uma semana, não, uma semana é pouco, duas semanas sem sair de casa, só vai sair para a escola e para o CEC, duas semanas sem celular e não vai falar com o Patrick por tempo indeterminado, a Lívia já tá informada disso e não vai desgrudar de você, ela não vai permitir vocês dois se aproximarem mais, assim talvez você aprenda a se comportar.

— É sério isso? — pergunto inconformada e ela assente — ótimo, queria ver se fosse a Lívia, se ela tivesse aprontado, eu tenho certeza que a senhora só iria passar a mão na cabeça dela e dizer pra não fazer mais isso, mas sou eu, eu nem fiz e vou receber um castigo enorme como se tivesse cometido um crime — falo com raiva.

— Olha aqui, Karen, eu não vou admitir que você fale assim comigo, tudo que me falou lá na praça foi da boca pra fora? Me respeite que eu sou sua mãe.

— Não, mãe, nada que falei foi da boca pra fora, mas é impossível me manter calma sabendo que se fosse a Lívia ela não seria castigada, às vezes eu me pergunto se a senhora realmente queria que eu tivesse nascido ou se arrependeu com o tempo, porque não é possível, isso só acontece comigo, a Lívia nunca fica de castigo, a Ellen faz uma zona na casa com a Trufa e a senhora só diz que ela é criança e é normal fazer bagunça, se eu derrubar uma faca no chão entro de castigo, isso é injusto, eu não fiz nada, mas vou pagar por isso porque todo mundo prefere acreditar em uma mentira do que me ouvir — falo irritada.

— Ô, Karen, não começa não, isso não acontece.

— Não? Quando foi a última vez que elas entraram de castigo? — pergunto e ela fica sem resposta — não lembra, né? É porque a senhora passa pano pra tudo que elas fazem, mas, ok, vou cumprir o castigo — desligo meu celular — tá aqui, esconde, quebra, joga fora, faz o que quiser — falo e corro pro quarto.

— KAREN, Ô KAREN, VOLTA JÁ AQUI — ouço minha mãe gritando comigo algumas vezes, a porta estava trancada, ela nunca entraria aqui, deito em minha cama e desabo, isso estava doendo tanto, por que ninguém acredita em mim? Agora não posso nem falar com o Patrick pra me ajudar, alguns minutos se passam, eu estava quase dormindo quando ouço algumas batidas fortes na porta.