26⁰ Capítulo - A Invasão

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  A primavera já estava dando as caras por aqui. Ajeitei o buquê de flores que acabei de colher, o colocando em um vaso em cima da mesa. Lavei minhas mãos e coloquei a lasanha que havia feito no forno.
  Sábados e domingos eram meus dias preferidos. Amava preparar as refeições e decorar a mesa.
  Abri uma fresta da porta do escritório e vi Christian caminhando para um lado e para o outro, falando ao telefone, parecia nervoso. Nunca fui de escutar conversas atrás da porta, mas precisava saber o que estava deixando meu marido nervoso.

CHRISTIAN: - Eles estão entre quantos Richard? - Christian estava conversando com o prefeito da cidade. - Christian colocou a mão na cabeça baguncando seu cabelo. - Pode deixar! E você também me mantenha informado por favor! - ele  encerrou a ligação e fez outra. - Taylor preciso que venha até a fazenda urgente! - agora eu é que estava ficando nervosa. Qual seria o motivo de tanto alvoroço?  - Precisa de alguma coisa meu amor? - perguntou me pegando no flagra, afastando o telefone do rosto.

ANA: - Posso servir o almoço? - ele respirou fundo.

CHRISTIAN: - Pode sim! Só vou terminar de falar com Taylor.

  Me afastei indo em direção à cozinha. Christian passou por mim indo até a adega trazendo de lá uma garrafa de vinho tinto. Ele estava muito quieto.

ANA: - Está me escondendo alguma coisa? - perguntei enquanto temperava a salada.

CHRISTIAN: - Escutando atrás da porta Srª Grey? - ele abriu o vinho e me seguiu até a mesa. Servindo duas taças.

  Almoçamos em silêncio e sim o problema parecia mais sério do que imaginei. Taylor chegou com a fisionomia preocupada, estava pálido. Trocamos meias palavras e os dois foram para o escritório que se encontrava fechado à chave.
  Já eram três horas da tarde e nada deles saírem de lá. Tomei uma ducha, me vesti e quando fui pegar a chave do carro Christian e Taylor estavam saindo do escritório.

CHRISTIAN: - Onde vai? - ele caminhou rápido em minha direção. - Preciso que fique em casa! - pegou a chave da minha mão nervoso.

ANA: - Eu fiquei o domingo inteiro sozinha nesta enorme casa. - falei furiosa. Eu não sei o que estava acontecendo, mas eu estava começando a ficar com medo. - Só quero ver minha mãe!

CHRISTIAN: - Você está proibida de sair de casa Ana! - falou firme.

TAYLOR: - Preciso ir! Christian qualquer coisa me ligue! - falou nos deixando à sós.

ANA: - Você não vai me contar o que está acontecendo? Estou ficando preocupada! - choraminguei. - Christian me abraçou como se quisesse me proteger. - Liguei pra mamãe e ela também está aflita! Sem saber de nada!

CHRISTIAN: Eu não quero que se preocupe meu amor! Só preciso que fique aqui comigo.

  Resolvi fazer o que ele me pedia! Ficamos assistindo filme o resto da tarde, mas volta e meia Christian saia para atender o telefone. Fui dormir cedo e ele trancado novamente no escritório.

  Eu estava cercada por todos os lados. Homens mascarados e com metralhadoras nas mãos faziam um círculo em torno de mim. Aos poucos foram se afastando, e pude ver minha mãe ajoelhada no chão protegendo sua minúscula barriga com as mãos implorando para não fazerem nada a  ela e ao bebê. Um mascarado se aproximou apontando a arma para sua cabeça. De repente um estrondo arrepiante se ouviu e eu gritei.

CHRISTIAN: - Ana! - ele me abraçou e acordei aos prantos. - Meu amor foi só um trovão!

  Me agarrei a ele com todas as forças chorando copiosamente. Será que aquele sonho era algum tipo de aviso.
  Aos poucos fui me acalmando. Christian voltou a dormir mas eu não conseguia mais. Eram quatro horas da madrugada e relâmpagos clareavam o céu. Tomei um banho e desci para fazer um chá. Fui até o escritório pegando um livro para ler e me acomodei no sofá em frente à lareira me cobrindo com uma manta que ali estava. O tempo foi abrindo conforme o dia clareava. Olhei para o relógio e já marcavam seis horas. Peguei meu celular para ligar para mamãe.

O CONTRATO Where stories live. Discover now