O CONTRATO

6⁰ Capítulo - Decepção

  Acordei com uma linda rosa vermelha ao lado da minha cama. Sorri ao lembrar dos últimos acontecimentos.
  Desci para o café da manhã bastante animada. Gail ao me ver sorriu.

ANA: - Bom dia Gail!

GAIL: - Bom dia Ana! Alguma coisa especial para o café?

ANA: - O de sempre!

MIA/KATE: - Bom dia! - falaram juntas.

MIA: - Eu nem acredito que amanhã já vamos ir embora. - falou chorosa. - Ana vai ter tanto trabalho que não terá mais tempo pra gente.

ANA: - Vou voltar para La Salle! - o silêncio tomou conta do ambiente.

KATE: - Como assim? Vai abrir mão do seu sonho pra voltar a morar aqui?

ANA: - Na verdade não vou abrir mão do meu sonho! Vou continuar sonhando aqui! - suspirei dando uma pausa. - Eu fui pedida em casamento! - falei abaixando a cabeça.

MIA: - COMO É QUE É? - Mia se levantou da cadeira espantada. - Não me diga que meu irmão...

ANA: - Sim Mia! Christian me pediu em casamento!

  Naquele momento só se ouviam gritos pela casa. Até Gail pulava de alegria.

KATE: - Meu Deus amiga que notícia maravilhosa! - falou me abraçando apertado. - Mas nos conta! Como aconteceu?

ANA: - Christian se declarou pra mim! Disse que sempre foi apaixonado por mim, mas que devido a nossa diferença de idade nunca quis se aproximar.

KATE: - Uau! Christian sempre nos surpreendendo.

MIA: - Mas me conta! Pra quando é o casamento?

ANA: - Pra daqui à dois meses!

MIA: - Então precisamos correr com os preparativos! - falou empolgada.

  Passamos o dia inteiro procurando referências na internet. Mia salvava tudo em uma pasta. Fomos interrompidas por Gail que chegou nervosa na sala acompanhada de uma mulher loira, elegante, grávida de uns quatro/cinco meses.

MIA: - Gia!

GIA: - Olá Mia! Que bom ver um rosto familiar aqui neste fim de mundo! - falou com desdém.

MIA: - O que faz aqui?

GIA: - Quem é você? - se dirigiu a mim ignorando a pergunta de Mia.

ANA: - Anastasia Steel! - me levantei do sofá para cumprimentá-la. - E você quem é? - eu estava com medo da resposta que ela me daria.

GIA: - Me chamo Gia Matteo! Noiva de Christian e mãe do herdeiro deste lugar.

  Cai sentada no sofá. Como assim noiva de Christian? E ainda por cima grávida de um filho dele.

GIA: - Leve minha bagagem pra suíte principal por favor! - ordenou a Gail que estava assim como nós sem reação. - Hei! Estou falando com você! - esbravejou.

  Me levantei novamente do sofá com o estômago embrulhado. Corri escada à cima sendo seguida por Kate. Entrei no banheiro do quarto despejando todo o conteúdo do meu estômago no sanitário.

KATE: - ANA! - chamou batendo na porta do banheiro. - Ana! Abre a porta! - respirei fundo tentando me acalmar escovei meus dentes e abri a porta.

ANA: - Preciso ir embora daqui! - peguei minha mala e fui colocando minhas coisas de qualquer jeito dentro dela. - Me ajuda Kate! Quero sair daqui antes de anoitecer!

  Kate era aquela amiga de todas as horas. Sabia respeitar minha dor e meu espaço. Ela entrou correndo no banheiro juntou todas as minhas coisas me ajudando a terminar de arrumar a mala.

MIA: - Já liguei pra Christian! - falou entrando agitada no quarto. - Ele pediu pra você esperar aqui! Disse que está chegando.

ANA: - Christian é a última pessoa da face da terra que eu quero ver agora! - falei vestindo um casaco e colocando meu celular dentro da bolsa.

MIA: - Ana! Espera por favor! - falou me seguindo pelo corredor.

ANA: - Mia não! Não quero me desentender com você! - me desvencilhei de seus braços. - Me deixa ir! - falei me controlando para não chorar na frente delas.

  Desci as escadas correndo com Kate e Mia atrás de mim.
  A tal Gia já não estava mais na sala. Somente Gail que parecia aflita e Taylor que acabava de entrar pela porta principal.

ANA: - Taylor! - corri em sua direção. - Pode por favor me lavar pra casa? - implorei.

TAYLOR: - É claro que sim! - falou pegando a mala de minha mão. - Vamos!

  Estávamos descendo os últimos degraus da entrada da casa quando Christian desceu correndo do carro vindo em minha direção.

CHRISTIAN: - ANA! - o ignorei andando apressada em direção ao carro de Taylor. - ANASTASIA! POR FAVOR VAMOS CONVERSAR! - ele me alcançou me segurando pela cintura.

ANA: - Não temos nada pra conversar! - falei tremendo de raiva e me controlando para não explodir. - Vai lá conversar com a mãe do seu filho! - falei o encarando. - Eu fui muito burra em acreditar na sua conversinha.

CHRISTIAN: - Vamos conversar meu amor! - segurou meu rosto entre suas mãos.

ANA: - Nunca mais toque em mim! - falei arrancando suas mãos de mim. - EU ODEIO VOCÊ CHRISTIAN GREY! ODEIO!

  A percurso até minha antiga casa parecia longo. Dei graças à Deus quando Taylor estacionou em frente à casa de mamãe.

TAYLOR: - Oh minha pequena! - ele me abraçou e não consegui conter o choro.

  Taylor foi o primeiro amor de minha mãe. Papai tinha muita inveja dele e acabou trapaceando e roubando mamãe dele.
  Ray era viciado em jogos. Nunca foi um pai presente muito menos um bom marido.
  Taylor era um paizão pra mim. Desde pequena era ele quem me protegia, me dava carinho e atenção. Queria que ele fosse meu pai, não Ray!

TAYLOR: - Vai ficar tudo bem! - falou me acalmando.

  Entrei em casa e mamãe estava na cozinha preparando alguma coisa. Acenei pra ela e segui direto pro quarto sem trocar uma palavra. Eu precisava ficar um pouco sozinha.

  Na manhã seguinte acordei cedo. Tomei um banho demorado e desci pra tomar café.

CARLA: - Bom dia amor! - falou beijando minha cabeça.

ANA: - Bom dia mãe!

CARLA: - Christian ligou quatro vezes querendo falar com você! Disse que você não atende as ligações dele.

ANA: - Não quero mais ouvir falar desse homem mamãe!

CARLA: - Ok! E assim será!

ANA: - Você me leva até Denver? Meu avião sai na primeira hora da tarde.

CARLA: Você não iria ficar mais alguns dias aqui?

ANA: - Não quero ficar nem mais um dia aqui mamãe.

CARLA: - Tudo bem! Vou servir o café e em seguida saímos.

  Mamãe me deixou no aeroporto aos prantos. Ela sabia que eu não iria mais voltar pra aquela cidade tão cedo. Lhe dei um abraço apertado deixando claro todo o amor que tinha por ela e fui rumo à minha nova vida.