ĪĪ - Tempestade.

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Lauren pov:

Estava sentada em frente a escola, o local já estava parcialmente vazio, o que me deixava ansiosa pela demora da minha mãe, que dissera que assim que batesse 17:30, ela já estaria me esperando em frente da escola. Mas não estava, já iria dar 18:30, e nada de Clara, minhas pernas batiam freneticamente no chão, e meus olhos lacrimejavam, quase não haviam pessoas em volta, apenas alguns garotos com casacos típicos de filmes, nos quais sempre evitei de assistir - eram chatos e monótonos. - e algumas garotas agarradas em seus pescoços.

O sol já havia ido embora a alguns minutos, e deixou uma bela vista para se apreciar, uma mistura de cores; laranja, rosa, roxo e azul. Fiquei ali, distraída com o pôr do sol, mas quando um azul escuro, quase preto, cobriu minha visão, voltei meus olhos para o horário. 19:00. Em um impulso de coragem, levantei agarrando minha mochila rapidamente, olhando para os lados, com um pingo de esperança de que veria minha mãe, mas nada. Eu sabia o caminho de casa, apesar de só o ter feito uma única vez desde que chegara Miami. Então assim segui, comecei a caminhar em direção ao novo lar que agora me pertencia, era um caminho relativamente longo, talvez leva-se uns 30 minutos.

Assim eu pensava, pingos começaram a cair em cima de mim, e ao olhar para cima, me deparei com cinza, o céu totalmente cinza, nuvens o cobriam, e em poucos segundos, uma chuva forte caira, fazendo com que as pessoas abrissem seus guarda chuvas, e começassem a caminhar rapidamente em direção à suas casas. 

Eu não tinha um guarda chuva, talvez pelo fato de imaginar que minha mãe viria me buscar. Me enganei amargamente. Meus passos eram rápidos, enquanto minhas lágrimas se misturavam com as grossas gotas de chuva. Sentia falta de São Francisco, eu não estaria agora fugindo de uma chuva torrencial, com lágrimas molhando meu rosto, não estarei agora chamando minha mãe de forma tão baixa, que duvidava que qualquer um estaria escutando. Sentia falta da minha vida antiga.

Finalmente a casa azulada, com um grande quintal apareceu em minha vista, eu havia chegado em casa, e ao olhar para os lados, o carro de Clara não estava ali, ela não estava em casa. Entrei, tirando meus sapatos encharcados, meu corpo tremia pelo frio, arranquei a mochila dos meus ombros, logo tirando o casaco molhado. A cada milésimo de segundo que se passava, mais alto ficava os sons dos trovões.

— Eu ‘tô com medo — Sussurrei, caminhei em direção à escada, mas ao ouvir um forte estrondo, me abaixei, sentando no primeiro degrau, deixando com que as lágrimas escorressem livremente pelo meu rosto. Eu estava com tanto medo.

Sempre odiei chuva, principalmente as fortes, com trovões, eles faziam muito barulho, e isso me deixava incomodada, com medo, a cada relâmpago, era como se algo rasgasse meus tímpanos. 

Um barulho de porta fora ouvindo, mas nem se quer levantei minha cabeça para saber o que era.

— Lauren, querida! — A voz assustada de minha mãe ecoou pela sala. — Oh meu amor, me desculpe — seu corpo se chocou contra o meu, senti um incomodo de imediato, afastando meu corpo do seu. — Droga, me desculpe — franziu os lábios, levantado. Me encolhi na parede, balançando meu corpo. — Venha, preciso secar você, ou pegará um horrível resfriado. — sem encostar em mim, Clara estendeu sua mão.

— Por que não foi me buscar?! — perguntei com a voz embargada, recusando sua mão, e levantando sozinha. — Eu te esperei por horas! — não esperei por sua resposta, subi em direção ao meu quarto, e bati a porta com o máximo de força que consegui.

— LAUREN MICHELLE! — suspirei, encostando minha cabeça na porta, virando a chave para tranca-lá. Os passos de Clara logo foram ouvidos — abra a porta filha, sabe que não gosto de te deixar sozinha quando está transtornada.

— Só me deixe em paz Clara — caminhei em direção ao banheiro, arrancando minhas roupas pelo caminho, só percebi o frio que eu sentia quando entrei na água quente.

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Quando sai do banheiro, fui até a janela, fechada pela cortina, e vi que a chuva não estava mais tão forte, não haviam mais trovões, porém haviam algumas árvores caídas pelas ruas, dentre elas, a que ficava no meu quintal, a garagem estava bloqueada por ela. Estava tudo escuro lá embaixo, supôs que Clara já estivesse dormindo, então desci as escadas, silenciosamente, tomando um susto ao ver minha mãe sentada no sofá, com sua cabeça baixa, suspirando pesadamente.

— Mama? — Por mais irritada que eu estivesse com ela, não deixaria ela no momento no qual sei que ela não está bem.

— Hey querida, está se sentindo melhor? A chuva está bem mais fraca agora. — levantou sua cabeça, falando de forma carinhosa.

— Estou, eu vi que a árvore do quintal caiu, posso tentar levantá-la amanhã? — Clara riu levemente, abrindo um sorriso no canto dos lábios.

— Laur querida essa árvore deve ser muito pesada, nem nós duas juntas conseguiremos levantá-la, terei que chamar alguém para tirá-la dali... ela era tão bonita, parecia estar a um bom tempo aqui — suspirou triste.

— Podemos plantar outra sim? Podemos plantar uma Tibouchina granulosa, ela é bem bonita, acho que todos parariam para vê-la aqui na frente, mas... — franzi minha testa, pensando — não sei se ela se adaptaria ao clima de Miami — crispei os lábios.

— Podemos pesquisar mais sobre. — Olhei em seus olhos esverdeados, pensando em todos os últimos acontecimentos.

— Por que não foi me buscar? — Os ombros de Clara ficaram tensos, caminhei até perto, ficando em pé em sua frente.

— Aconteceram alguns imprevistos no hospital — falara tudo com seus olhos desviados dos meus, mexendo em sua mão nervosamente.

— Por que não me ligou?! Te esperei por horas! Todos foram embora e eu fiquei lá, igual a uma idiota — Minha voz saira um tanto alterada, o que fez com que Clara me olhasse alerta.

— Não tive bateria Lauren, não tive tempo para colocar para carregar, okay? Aconteceu um...acidente no metrô da quinta avenida. — em meio a sua fala, Clara parou, e pensou por poucos segundos, voltando seu monólogo. Te tudo isso, cheguei a uma única conclusão. Clara estava mentindo, mentindo para mim, igual ele fizera comigo.

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É isso pessoas
Até a próxima 💜

My Girl Where stories live. Discover now