A mulher dos meus sonhos

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Pov Kaike:

E então ela se senta e adota uma postura séria, eu me inclino em direção a ela, curioso para ouvir o que ela tem a dizer.
Vejo uma lágrima involuntária descer do rosto da Marina, ela não tá pronta pra falar sobre isso.
— Marina, se não quiser falar... tudo bem.
— Não, deixa.
Ela limpa o rosto rapidamente e sorri.
Ela se ajeita na cadeira e logo começa a me contar.
— Eu senti que eu não deveria estar lá, Deus falou comigo.
— Então por que não foi embora?
— Eu não tinha como ir...
— O que aconteceu lá?
— Ele bebeu muito! Tava fora de si...
Ela diz com as mãos na cabeça.
E então ela me olha seriamente e continua a contar.
— E... ele me tocou, enquanto eu estava "dormindo".
— Te tocou?
— É, ele passou a mão em mim, de uma forma...
— Tá, eu entendi.
Eu digo rapidamente pra ela não ter que continuar a falar, parece torturante. Eu fico com muita raiva após isso.
— E não foi só isso...
— Ainda tem mais?
Eu digo inconformado. Esse cara não presta mesmo.
— Sim, Ele me sufocou e me jogou contra a parede.
— QUE?
— É, eu não conseguia respirar. Ele tava delirando, acho.
— Não importa como ele tava, e sim, o que ele fez. Você entende que não justifica? Ele é péssimo, pra não dizer coisa pior.

Eu digo para ela cair na real.

— Eu... eu sei, tá? Agora que contei é a tua vez. Por que quis se distanciar?

Ela quer desviar do assunto, mas eu quero saber de uma coisa antes...

— Marina, você vai voltar pra ele?
— Que?
— Quero saber se você vai perdoar ele, porque com certeza ele vai vir te pedir desculpa, com aquele papo furado dele.
— É complicado.
— Complicado? Marina, ele te jogou contra a parede!

Ela não deve estar em seu perfeito juízo, para levar em consideração, a possibilidade de voltar.

— Não quero que você me ache doida, ou coisa do tipo. É só que... eu sei que se o Vitor vir falar comigo, eu vou acabar cedendo, mesmo depois de tudo. É sempre assim.
— É só não ceder.
Eu tô completamente irado.
— Fala isso pro meu cérebro! Eu tenho a noção que tá errado, mas é só eu ver ele... eu não consigo dizer não.
— Marina!
Eu percebo o meu tom enraivecido e então,eu respiro fundo, não quero que ela fique chateada.
Ela coloca as mãos nos olhos e então eu fico com mais raiva desse cara, ela tem dependência nesse traste, eu não acredito.
— Marina, olha pra mim...
Ela limpa os olhos e me olha.
— Tá tudo bem, eu não vou deixar isso acontecer. Você não vai ter que ver ele.
Ela arregala os olhos e sorri.
— É sério? Não precisa se meter nisso Kaike...
— Não, eu quero me meter. Fica tranquila.
— Mas por que? A gente se conhece têm 3 dias.
— Eu sei, que parece loucura. Mas você mexe comigo, eu vou explicar.
— Você tá apaixonado por mim?
— Que? Não, não é isso.
Eu dou risada.
— Então é o que?
Ela ri.
— É que... tem umas semanas que eu tô sonhando com você.
— Semanas? Mas a gente só se conhece a dias.
Ela diz assustada.
— Isso, eu sonho com o seu rosto, quando ainda éramos desconhecidos.
— Você tá dizendo, que sonhava comigo?
— Sim! Por isso falei com você no hospital. Eu lembrei do seu rosto, todos os dias eu sonhava com você, e te ver em minha frente... é louco! Achei que era a minha imaginação, mas você existe.
Eu falo nervosamente e ela fica em silêncio pensativa, entendo que é muita coisa para digerir.
— Você... tá brincando, né?
— Não! Os meus sonhos eram literalmente o seu rosto.
— E como eram esses sonhos?
— Você aparecia, eu te chamava e você caminhava até mim sorrindo.
Ela coloca a mão na boca, parecendo chocada.
— Você falava o meu nome?
— Sim, por que você acha que eu perguntei o seu nome naquele dia? Pra eu ter certeza e além disso, pedi o seu número pra secretária. Eu estava desesperado.
— Sou a mulher dos seus sonhos então.
Ela gargalha.
— Marina, isso é sério. Por isso eu quis distância.
— Distância por conta desses sonhos? Se eu tivesse um sonho assim com alguém, eu iria querer ficar mais próxima, não o contrário.
— É que... eu fiquei meio confuso.
— Confuso com o que?
— Com a situação...
— Hum, acho que não entendi...
— Eu acho, que eu criei um sentimento por você no sonho, tá sendo difícil separar o real da imaginação. E você namorava, o que era estranho também. Pelo menos, pra mim.
Eu falo timidamente e então ela sorri.
— Gostei... por isso quer me proteger.
Ela fala com as mãos apoiadas no queixo.

Sinto um frio na barriga. Não, não! Eram só sonhos, eu não posso trazer para a realidade. A Marina acabou de terminar um relacionamento conturbado, e só nos conhecemos a 3 dias.
Isso é esquisito. Para com isso Kaike.
— Kaike?
Eu desperto dos meus pensamentos.
— Oi.
— Você contou pro Vitor? Naquele dia?
— Sim, ele reagiu bem. Por isso, achei ele bacana no momento.
— Ele é bacana, o problema é a bebida. A bebida também está estragando o meu irmão.
— O que aconteceu, seu irmão te expulsou, não foi?
— Foi, meu irmão tá dando uma festa lá em casa. Tudo nas minhas costas, o Vitor sabia! Foi comigo na igreja, só para eu não ficar sabendo dessa festa. Deve ser uma festa muito pesada, com coisas ilícitas, sabe? Meu irmão ficou desesperado quando me viu. Me empurrou para que eu fosse embora, mas agora ele deve estar preocupado, por ter me deixado com o Vitor.

Caramba, tadinha.

— Tudo isso aconteceu hoje?
— Sim...
— O teu irmão não confia no Vitor?
— Confia, mas não para se relacionar comigo. Ele diz que o Vitor tá se aproveitando da minha inocência.
Ela diz rindo.
— Olha, eu também acho. Era claro o jeito que ele te manipulava. Por isso, você continua dependente dele, mas você não precisa dele para ser feliz Marina.
Ela fica pensativa.
— Você acha?
Ela pergunta e eu confirmo com a cabeça e então ela sorri, parecendo ter lembrado de algo.
— No dia que nos conhecemos, era o meu aniversário...
Ela diz com um sorriso radiante, que me deixa sem jeito.
— Sério?
— É, foi o dia que o Vitor se declarou para mim, também.
E então a minha emoção se vai, junto com essa frase.
— Vocês namoraram pouco tempo...
— Sim, e ele conseguiu me deixar traumatizada nesse pouco tempo.
Ela ri.
— Tá ficando meio tarde, melhor irmos dormir.
Eu digo e logo, ela se agarra em mim, em um abraço afobado.
— Que foi?
Eu digo assustado.
— Eu me sinto segura com você, obrigada.
Eu dou um sorriso bobo
— Se sente segura?
— Sim. Mesmo nos conhecendo pouco, você me ajudou muito.
— Não foi nada, não precisa me agradecer.
Ela continua me abraçando.
— Marina, tá bom já.
Ela ri e me solta.
E então ela fica séria, parecendo emotiva.
— Você promete não deixar de ser meu amigo?
— Nossa, eu prometo. Relaxa.
— Agora eu posso dormir tranquila.
Eu a pego pelo braço e a levo até um quarto, que é de frente pro meu.
— Dorme.
Eu digo e saio do quarto, para ir pro meu.
Ela não para de falar. Logo eu dou risada sozinho.
Entro no meu quarto e fecho a porta.

Notas:
Terão capítulos semanais, toda semana eu irei postar.
Obrigada e não esqueçam de avaliar.

O meu diário secreto para Deus- ROMANCE CRISTÃO Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz