O meu diário secreto para Deus- ROMANCE CRISTÃO

ele está mentindo

02/01/23.
Humor: alegre.

O VITOR SE DECLAROU PRA MIM! Nossa, Deus!
Eu pensava que estaria na friendzone pra sempre. Eu não consigo acreditar! Eu sempre desejei ele, acho que é pra ser. Mas antes de tudo eu queria a sua opinião ,até porque, eu não quero me machucar...
O Vitor não é um menino da igreja e eu não sei como ele trata uma namorada, porque ele nunca teve uma.
Será que eu consigo levar ele pra você? Eu sempre quis que o meu namorado te amasse tanto quanto eu. Ou será que ele vai me afastar de você? Ah, isso é impossível. Eu te amo tanto.
Deus obrigada por esse dia! o Senhor me proporcionou tantas coisas. Não só hoje, mas a minha vida toda. Obrigada por eu ter completado mais um ano de vida com muita saúde.
Eu já disse que o Senhor é demais?

— filha?
— oii mãe.

Minha mãe parece meio triste, que estranho.

— posso entrar?
— claro!

Ela entra de mansinho e fecha a porta logo em seguida. Ela se senta ao meu lado e me analisa antes de iniciar a conversa.

— você tá tão animada... O que houve?

Eu dou uma risada com esse comentário repentino.

— ah.... O Vitor finalmente se declarou pra mim, acredita?
— ah, o Vitor..

Minha mãe fica em silêncio e olha para baixo.

— o que foi? Achei que gostasse de nós dois juntos.
— sim, eu gosto...
— o que aconteceu mamãe?

Minha mãe coloca as mãos sobre o rosto e suspira alto, o que me assusta pois nunca tinha a visto nesse estado.

— a senhora tá bem? Quer que eu traga um copo de água?
— filha! eu preciso que você fique calma nesse momento. Eu não queria de jeito nenhum ter que te dar uma notícia dessas logo no seu aniversário.
— mãe! A senhora tá me assustando. Seja o que for, pode me dizer.
— O Vitor acabou de sofrer um acidente com a moto.

Eu me desperto e levanto da cama.

— COMO?

Os meus olhos começam a arder.

— um carro pegou ele.
— ele tá bem? Por favor diz que ele tá.

Eu começo a chorar sem parar.

— FILHA!
— hum?
— se acalma! Ele quer ver você.
— me ver?
— sim, o Lucas já tá indo... ele tá te esperando na sala.

Com essa informação, sem exitar eu corro para a sala de estar onde encontro o meu irmão sentado no sofá.

— pelo visto você já soube, então vamos?
— lógico.

Ele pega a chave do carro e me puxa com ele.
Quando entramos no carro, rapidamente o meu irmão da a partida e chegamos na clínica em questão de poucos minutos.
E então meu irmão me leva a sala de espera. A secretária nos atende e diz a sala que o Vitor se encontra, mas tem um porém, pode entrar somente uma pessoa por vez.
Meu irmão cede e deixa eu entrar primeiro.
Vou andando nos corredores da clínica com um frio gelado na barriga, mas dessa vez a sensação não é nem um pouco boa.
Eu vou caminhando repetindo o número da sala, para não correr o risco de esquecer.
Quando chego em frente a sala vejo um doutor de costas. Ele deve saber como o Vitor está!
E sem pensar duas vezes eu o cutuco.

— Oi! Como posso ajudar?

Ele é bonito demais pra ser médico.. e novo demais pra ser doutor! O que esse homem está fazendo aqui de jaleco? Eu o olho de cima a baixo e vejo um crachá no peito direito. " kaike, estagiário".
— ah, me desculpe! Achei que fosse o médico.
Ele solta uma risada muito esquisita e contagiante.
— quem sabe um dia...
— legal.
Eu desvio o olhar.
Ah, cara! Por que eu sempre faço isso?
— o que é legal?
— ah, esquece! Você sabe o que houve com esse paciente?

Eu aponto para a sala do Vitor.

— humm.. Sei! Ele se acidentou de moto. Não foi tão feio assim. Essas coisas sempre acontecem com quem pilota moto.
— mas nunca tinha acontecido com ele.
— pra tudo tem uma primeira vez. Né?

Eu não o respondo e isso acaba o deixando desconfortável.
Ele coloca as mãos no bolso do jaleco e me dá um sorriso desajeitado que me tira um sorriso.

— olha, muito obrigada! Se me der licença...
— ah, desculpa.

Ele dá um passo para o lado, assim, saindo da frente da porta da sala.
E então eu entro e fecho a porta.

— VITOR!

Ver ele nesse estado me faz chorar instantâneamente.
Fico tão desesperada que o abraço com força e ele geme de dor.
Coitado!

— me desculpa..
Ele ri.
— eu que te peço desculpas.
— mas por que?
— porque eu estraguei o seu aniversário! eu poderia ter esperado algumas horas pra ter me quebrado na estrada.
— não fala assim... eu tô irritada mas não é por isso! E sim, por você dirigir feito louco.
— tá no meu sangue.
— para de falar besteira. Você deveria perder a sua carteira isso sim.
— não fala isso nem brincando!
— eu já tô tendo repulsa dessa sua moto.
— poxa, vem cá.

Ele pega em minha mão para eu sentar na cama em que ele está deitado.

— mas por que?
— porque você fica ridículo quando tá dirigindo ela. Perde totalmente a noção.

Ele faz aquela cara de sonso e não me responde, fico com uma vontade de voar no pescoço dele. Ah, que raiva!

— não precisa ter ciúmes, eu prefiro você.
— sério? Eu tenho as minhas dúvidas.

Ele bufa. E somos salvos pelo Lucas, que bate impacientemente na porta.

— espera aí! Chato.
— anda logo! Vocês vão ter ainda muito tempo pra namorar.

Eu suspiro com esse comentário.

— olha, Vitor.. eu só tô preocupada com você.
— eu sei disso.
— você poderia dirigir só com um pouco mais de responsabilidade. Já me deixaria mais calma.

Ele me dá um sorriso e passa a mão no meu cabelo.

— é bom saber que você se preocupa.
— anda gente!

Eu me levanto da cama.

— eu já vou! Capaz do Lucas arrombar essa porta.
Ele ri.
Eu destranco a porta e saio da sala.
E a primeira coisa que me chama a atenção é o estagiário.
Ele está sentado mexendo no telefone.
Eu o encaro tanto que ele percebe.
Parece que ele está vindo na minha direção. Que vergonha!

— Oi de novo.
— oi.
— ele parece bem?
— ah, sim. Ele tá. Só com um pouco de dor..
— huum. Você é namorada dele?
Eu engasgo com essa pergunta.
— quase isso então? Olha, eu não quero me meter. Eu te achei muito simpática então eu quero te falar.
— falar o que?
— veio uma mocinha aí mais cedo.
— mocinha?
— sim! Era loira e alta. Ela veio ver ele. Não parecia ser amiga não.

Derrepente eu congelo.
O Vitor tá namorando? Mas ele me disse que... ah, não acredito!

— mas..
— pode acreditar! Eu não quero atrapalhar e nem me meter... eu só...
— eu entendo! Obrigada.

Eu saio correndo para o primeiro banheiro  feminino que vejo.

Notas da autora:
Quem será que está mentindo nessa história?
Vocês só vão descobrir no próximo capítulo até a próxima fiquem com Deus.