O meu diário secreto para Deus- ROMANCE CRISTÃO

querer tanto tão rapido é ruim?

Já arrumadas e vestidas, decidimos ir até os meninos, para ver como eles estão.
Chegamos de mansinho para que não notem a nossa presença.
Por mais que cheguemos próximas a eles,não dá para ouvir a conversa, por que eles estão falando tão baixo? Isso me deixa tensa.

— amiga,você tá escutando?

Eu balanço a cabeça em negativo como resposta.

— não dá de ouvir, esquece. Vamos lá.
Eu digo em um tom deprimido.

A Miriam pega em meu braço e vamos juntas até a cozinha.

Os meninos se assustam quando nos vêem mas tentam disfarçar.

— ah, olha quem voltou.
O Vitor diz e logo me toma em seus braços.
— você tá extremamente linda.
E me dá vários beijos na bochecha.

Com isso, a Miriam tosse para chamar a nossa atenção.

— o que foi?
O Vitor pergunta irritado.

— é proibido namorar na minha residência.

Eu gargalho com esse comentário.

Olho para o Kaike que parece muito sério e pensativo. Do que eles estavam falando?
Tenho a impressão que o Kaike me contaria facilmente sobre a conversa, esse menino é sincero demais.

Eu me afasto do Vitor e sento ao lado do Kaike, eu o cutuco de baixo da mesa para que ele olhe para mim. O Kaike me olha confuso e me cutuca de volta irritado.
Eu dou uma risada baixa com isso, ele não deve ter entendido.
Então, eu pego o meu telefone e envio uma mensagem para ele, perguntando sobre a conversa, bem direta.
O garoto lê a mensagem e me olha seriamente.
E então me ignora virando a cabeça pro outro lado, o que será que aconteceu?
Eu não fiz nada para ele, que absurdo.
Teimosa como sou, cutuco ele por de baixo da mesa novamente.
E ele bufa.

— licença, a gente já volta.

Ele me pega pelo braço e me leva para fora da casa, na varanda.

— dá pra parar com isso?
— só quando você me responder...
Ele suspira.
— não sou obrigado a te contar tudo, isso é pessoal.
— e você acha que eu ligo? Tô nem aí Kaike. Eu quero saber e ponto.

Ele ri nitidamente irritado.

— você é insistente e chata. Sabia disso não?
— só descobriu isso agora?

Ele abaixa o seu olhar para o meu quadril.

— o que tá olhando?
Falo irritada.
— o que é isso?
Ele coloca a mão e puxa a página do meu diário de um dos meus bolsos.
— ei! Me devolve.
— o que é?
Ele balança a página na minha frente.
— é o meu diário secreto para Deus.
— o que? Você tem um diário pra DEUS? Isso não tem o menor sentido.
— isso não tem que fazer sentido pra você. É uma forma que eu encontrei de conversar com Ele. E é secreto, ou seja, me devolva.
— hummmmmm!
Ele dobra a página e coloca em seu bolso.
— que isso, cara!
— vamos fazer o seguinte, uma troca justa.
Eu ergo a sobrancelha interessada.
— eu te conto sobre a conversa e você me deixa ler essa página.
— sem chance!
— você não quer saber sobre a conversa?
— quero.
— esse é o preço.
Eu gargalho indignada com o que acabei de ouvir.
— como você é horrível.
— não sou! Uma coisa pela outra.

JAMAIS! ele não pode ler nada disso.
Falei exatamente sobre tudo, inclusive sobre ele.

— nada disso.
— deve ter ouro nesse papel pra você recusar.
— pode até ser, mas você não vai descobrir. Me devolve!
Ele me olha esperançoso.
— tem certeza? Você sabe que o teu namorado não vai dizer..
— que seja! Não tô mais interessada nisso, é pessoal.
Ele ri surpreso com a minha resposta.
E entrega o papel em minhas mãos.
— muito obrigada.
— não tem de quê.
"Falamos irônicos."
E quando abro a porta pra entrar novamente na casa, ele segura o meu braço.
E fecha a porta atrás de mim.
— sério, Marina.
— o que?
— acho melhor não nos falarmos mais.
— oi?
— é!
Ele me olha sem graça.
— por que isso do nada?
— não é "do nada".
— pode me explicar a situação?
— pra explicar eu teria que contar sobre a conversa pessoal e você não aceitou a minha oferta...
— isso tem a ver com o Vitor?
— não exatamente como você pensa.
— e como seria então?
Ele suspira.
— foi uma decisão minha, ele não me pediu pra fazer nada. Fica tranquila.
— decisão sua? Isso tá me deixando chateada, é sério?
O Kaike ri nervosamente.
— fica calma, confia em mim, é melhor dessa forma.

Fico petrificada o olhando, eu não acredito no que estou ouvindo. Mal nos conhecemos e ele já quer cortar a relação?
Isso não tem sentido.

— o seu namorado é bem gente boa por incrível que pareça... você só tem que levar ele pra Jesus, aí vai tá tudo uma maravilha.

Eu fico chocada com tudo, sem saber o que dizer.

— nos conhecemos tão pouco e você já quer distância?
— olha, não é permanente... só por um tempo. Até eu colocar a minha mente no lugar, sabe?
— não, não sei!
— ainda dá pra aceitar aquela oferta..
— eu já disse que não..
— então, okay. Vamos deixar como tá.

Depois de dizer essa frase e entrar na casa sem ao menos olhar pra mim, fez eu me sentir estranha.
Nem quando o Vitor fingia não me perceber doeu tanto. E eu nem o conheço direito. Isso é loucura, eu não deveria me importar. Ele é metido, irritante, chato, exibido... e entre outras coisas.
Por que eu quero tanto a amizade dele?
Até antes eu não precisava disso, eu disse pra Miriam.
Por que eu sou tão confusa?
Eu bufo frustrada e me sento na calçada da varanda.

Notas da autora:
Espero que tenham gostado deste capítulo..
Qual será o assunto da conversa dos meninos?
Não esqueçam de avaliar, até a próxima! Fiquem com Deus.