conhecido ou desconhecido?

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Estamos em frente ao quarto do pastor e então a Miriam abre a porta com uma brutalidade que acaba assustando o pobre do pai dela.
— Pai!
— meu Deus menina! Que susto.
— olha quem tá aqui. A Miriam diz animada-

E então eu dou um tchauzinho tímido.

— Marina! Faz um tempo que não te vejo por aqui..
— sim, é que eu não passei o fim de ano aqui.
— sim, a Miriam me disse.
— pai, a Mari precisa da sua oração.
— claro, mas aconteceu alguma coisa grave?
— é que ela anda muito confusa com umas coisas, é pra ela ter uma direção melhor. Ficar mais centrada.

Eu cutuco a Miriam para que ela não acabe falando demais.

— sei...

O pastor se levanta e vem em minha direção.

— você brigou com alguém Mari?
— ham? Por que?
— Deus me mostrou, mas se não quiser me contar, tudo bem!
— eu tive uma briga com o meu irmão.

O pastor fecha os olhos e segura em minhas mãos.

— Senhor meu Deus! Essa jovem é tua, que tu possas guiar ela no caminho correto e que ela não se corrompa com as coisas deste mundo. Todas as tentações e paixões que são passageiras, que ela não perca a essência dela.
Dê calma e discernimento, que os sentimentos não controlem ela. Pois só o Senhor tem esse poder. Que a Marina consiga se reconciliar com o seu irmão e tomar a decisão certa por meio da tua palavra.
Em nome de Jesus, nós dizemos: amém.

— amém! Obrigada pastor Eduardo.

Eu digo em lágrimas e o abraço.

— não foi nada Mari!

Depois disso, a Miriam me leva para fora do quarto do pastor e fecha a porta do quarto com força.

— você não tem geladeira, não?

Ela ri.

— Eu tô decidida Miriam.
— que bom mas pra quê?
— como assim pra quê? Eu vou falar com o Vitor.
— AGORA?
— fala baixo, cara. Sim, agora!
— ah, não! Deixa pra amanhã.
— por que amanhã se eu posso fazer agora mesmo?
— porque nós combinamos de assistir o dorama juntas, esqueceu?
— se acalma! Eu não vou demorar.

A minha amiga bufa revoltada e vai até o seu quarto, e então me vejo sozinha.
Pego o meu telefone e busco pelo contato do Vitor.
Eu respiro fundo, tomando coragem para ligar.
Ele atende rapidamente e quando eu escuto a voz dele na chamada, o meu coração começa a palpitar de uma forma exagerada.
— Mari!
— oi..
— tá me ligando agora? Achei que estivesse com a sua amiga.
— e eu estou! Quero conversar com você sobre um assunto sério.
—pode falar. Aconteceu algo?
— eu acho melhor nós terminarmos.
— oi?
— a gente não tá na mesma sintonia, Vitor. Você já é um homem vivido e eu tô começando ainda. Dizem que eu sou muito inocente.
— okay, quem te disse isso? Você não é mais criança Marina.
— você acha? Eu não consigo nem terminar um relacionamento de uma forma decente.

Ouço ele rindo do outro lado da linha.

— tenho certeza que isso tem a ver com o Lucas. É só ciúme de irmão mais velho... não dá bola.
— você acha?
— acho, sim. Você sabe que eu não me declarei antes, porque ele ficava super em cima de você, né? Eu sempre te amei Marina.
— isso é verdade?
— claro! Por que eu mentiria pra você?
—  eu vou te dar uma chance, mas você precisa ir para a igreja comigo.
— ah, igreja? Fazer o que lá?
— o que se faz em uma igreja, Vitor? Eu quero que você vá comigo.

Derrepente ele fica em silêncio.

— Vitor?
— oi.
— achei que você tivesse desligado.
— não... tô aqui. Pensando.
— tá pensando demais, é uma proposta simples. Eu quero que o meu namorado vá comigo na igreja, se você não puder me proporcionar isso, a gente simplesmente termina.
Eu não quero arrastar um relacionamento onde eu não esteja feliz, você entende?
— Eu entendo.
— e?
— e.. eu... ah, Marina que complicado!
— não tem nada de complicado.

Eu acabo soltando uma risada de nervosismo, ver ele exitar dessa forma me desencoraja a prosseguir namorando com ele. Ele diz que me ama mas não vai fazer um esforço pra ir na igreja comigo? Que amor é esse?

— a gente pode ir, sim. Eu vou com você.
Automaticamente eu sorrio.
— todas as vezes que eu for, você vai me acompanhar?
—  pra todo lugar que você for eu vou que nem um patinho atrás. Era isso?
— Era.
— hum, quando nós vamos pra igreja. Quem sabe, eu até me torne uma pessoa religiosa.
— não é sobre religião, Vitor. Mas acho legal você ser mente aberta pra isso.
— Eu sou o que você quiser... mas e aí? Que dia nós vamos?
— Vai ter um congresso de jovens, amanhã a noite.
— amanhã? Combinado então. Tchau linda. E não me venha com essa ideia doida de terminar de novo, você quase me matou do coração.

Eu gargalho baixinho para que só ele escute.

— tchau vitinho.

E então ele desliga.
E eu posso respirar novamente, que alívio. Sabia que ele acabaria indo comigo.
Eu suspiro risonha.
E então recebo uma notificação de um número desconhecido. Quem será?

— oi, Mari. Kaike aqui. Desculpa a inconveniência, peguei o seu número com a secretária.

Caramba, a secretária do hospital passou o meu número? Achei que isso fosse confidencial.
Eu ignoro isso e resolvo responder.

— oi, carinha!
— desculpa o horário, tá? Fiquei ansioso pra falar com você.
— ansioso? Entendi. Como o paciente Vitor está?
— hum, bem. Ele é meio rabugento só.

Eu gargalho com essa mensagem.
E então percebo a minha amiga me
Observando.
— que susto, o que faz aí?
— posso ver o que você tanto ri para esse telefone? Pra quem acabou de terminar você tá feliz demais.
— eu não terminei com ele..
— aí Marina! Você não tava decidida?
— eu estava, mas... olha, ele vai comigo para o congresso.
— ele vai? Interessante... que Deus te ajude.
— ele vai.

A minha amiga caminha até mim e derrepente arranca o meu telefone de minhas mãos.

— aham! Sabia que isso não era nada de Vitor.
— para com isso!
— quem é? Eu conheço esse número.
— conhece? Tem certeza? É um cara que faz estágio no hospital.

Vejo a minha amiga arregalar os olhos animada.
E me diz.
— você conhece o Kaike?

Notas da autora:
Agradeço as leituras!
Comentem aqui o que estão achando da história e o que acham que vai acontecer. Beijos, fiquem com Deus.

O meu diário secreto para Deus- ROMANCE CRISTÃO Where stories live. Discover now