grandes emoções

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De acordo com os dias que passavam lentos e preguiçosos, aos poucos o piloto ia voltando com sua memória, de pouquinho a pouquinho

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De acordo com os dias que passavam lentos e preguiçosos, aos poucos o piloto ia voltando com sua memória, de pouquinho a pouquinho.

Primeiro se lembrou de suas sobrinhas. Foi uma emoção danada para toda a família, coisa linda de se assistir. Em um lapso de memória se lembrou de seus pais, irmão e a cunhada. Recebeu visitas de seu engenheiro, mecânicos, e boa parte das pessoas que trabalhavam com ele.

Em uma tarde qualquer como se não fosse nada, ele se lembrou de Pietro. Pediu para ver o menino, estava com muitas saudades e passaram quase um dia inteiro juntos de fofocas sobre carros.

Otaviano e Giane foram os próximos a serem enfim de fato reconhecidos por ele. Em meio a visita deles, todos ficaram surpresos com a pergunta que ele fez.

— E a morena que tentou tocar meu cabelo aquela vez? Ela nunca mais vai voltar aqui? – ele quis saber, curioso.

Giovanna nunca mais voltou ao hospital depois que ele a expulsou do quarto em um momento de fúria. Ela nunca deixou de saber do estado físico dele, ficou um tempo no hotel até que os pais do piloto fizeram questão de levá-la para a casa deles.

Depois de um mês, ele foi transferido de hospital e foi levado para mais perto dos pais, na cidade deles.

Todo mundo conseguia ver que faltava algo para que ele voltasse a ser o mesmo de sempre.

Faltava ela.

Além da memória que voltava aos poucos, ele também estava tratando do braço deslocado e da perna que foi ferida com bastante gravidade com o peso do carro por cima do osso. Andava com certa dificuldade, e quando ele se esforçava demais sentia dores fortes.

Giovanna montou um mini escritório na sala da casa de dona Iracema, com todo o apoio dela. Trabalhava maior parte da manhã, a tarde se preocupava em ouvir qual era o relatório médico do dia e como o piloto estava.

A pior parte de todas era a noite. Não dormia direito, só rolava na cama com aquela angústia no peito, aquela tão forte sensação de arrependimento, de não ter dito que o amava enquanto ele ainda se lembrava dela.

Sabia que não seria capaz de amar nenhum outro.

Alexandre estava marcado em seu coração, sua pele, sua mente, e no mais fundo de seu ventre.

Eram três da manhã quando o toque de seu celular soou pelo quarto escuro, iluminado apenas pela lua refletida e tímida em sua janela.

— Ota. Aconteceu alguma coisa? – ela se sentou na cama aflita, o coração a mil.

— Ele quer te ver.

burning red | gnWhere stories live. Discover now