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Estava inquieto, sem paciência.
Nem perdeu tempo arrumando o cabelo como gostava de fazer, ao invés disso após sair do banho com a toalha enrolada na cintura e sua conversa com ela martelando em sua mente, ele se vestiu dos pés a cabeça de preto.
Precisava respirar um ar puro, naquele quarto enlouqueceria.
Entrou no elevador até o andar do restaurante&bar que o hotel oferecia aos hóspedes, precisava beber. Cedo ele recebeu o convide de Charles e aceitou por estar abalado demais, precisando desabafar mesmo que isso não fosse uma coisa que costumava fazer.
— Vai abrir o jogo comigo sobre tudo que tá rolando? Eu acho que já sei, mas seria bom ouvir de você..
Os dois dividiam uma garrafa de vinho branco.
— Quer ouvir o que exatamente? É isso que você sabe..Eu e ela.. Bem, aconteceu. – ele bebeu de sua taça e ajeitou a toca na própria cabeça.
Charles percebia algo de diferente no piloto, uma certa inquietação. Uma coisa que nunca fez parte da vida dele antes, mas que desde que entrou para a escudeira tomou conta do homem sentado a sua frente.
— Isso eu já entendi, Nero. Nem fiquei surpreso, pra ser sincero.. Você sempre teve um fraco pelas mulheres que não deveria se meter. Foi assim com a última equipe.
O homem negou, o sorriso de canto dando sinal.
— É diferente. Você não entende.. – bufou. — Da última vez rolou porque a mulher era uma safada e quis me dar sem se importar com o chifre na cabeça do marido dela.. Talvez tivesse sido melhor pensar com a cabeça de cima, mas já era tarde de mais. Com Giovanna é diferente.
Charles prestava atenção, estava realmente interessado em compreender a cabeça do amigo.
— Eu não a queria. Quer dizer.. Não sou cego. Notei que ela era gostosa assim que coloquei os olhos nela, mas ela abriu aquela maldita boca e discutimos. Eu soube ali que seria um suicídio ter algo com aquela mulher infernal de tão petulante.. – ele se concentrou na taça sobre a mesa e esfregou a barba em agonia.
Pensar nela o agoniava por inteiro.
— Mas então.. rolou. – o outro o incentivou a continuar.
— Não foi apenas uma questão de rolar, porra. Ela sabia me enlouquecer ao ponto de não saber se queria usar as minhas mãos para enforcar aquele pescoço fino ou para puxar sua cintura e beijar sua boca. Foi fora de controle, fora do meu controle. Quando eu notei já estávamos tão entrelaçados nessa situação toda que não tive tempo de me afastar e colocar minha cabeça no lugar.. Eu não sei que porra de poder essa mulher tem sobre mim, cara. Só não consigo fazer nada sem querer estar com ela toda as noites na minha cama.
