74.

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O mal alcança desprotegido.

Caio Souza.

Pego a pequena Maite no colo meio sem jeito, seus olhinhos abrem um pouco e sua boca forma um biquinho lindo, me fazendo sorrir e bater a vontade de chorar. Matteo mamava no peito da minha irmã, que tinha um rosto feliz e satisfeita, ao poder amamentar em paz depois de um mês do nascimento dos gêmeos.

Sim, um mês já que meus pequenos estão no mundo. E só vão poder sair do hospital hoje.

Sacanagem, mas tô ligado que era preciso.

Vejo a porta abrir e o Matias entrar com uma bolsa do lado.

— Cadê o nenê do dindo? — ele vai para o lado da Carolinne. Matteo que mamava, parou, fazendo a minha irmã guardar o seio, ele olhava para o padrinho com atenção mas deu nem um minuto abriu a boca chorando, fazendo a Maite no meu colo chorar também e eu suspirar. — Ih qual foi meu parceiro.

— Assustou a criança, Escuridão. — Carol fala rindo tentando acalmar o filho.

Me levanto balançando a maite nos braços devagar, tentando fazer minha afilhada se acalmar.

— Cadê a Mariana? — pergunto curioso.
Não vi a branca desde ontem.

— Tá com outro. — me responde colocando a bolsa em cima da bancadinha e passando álcool em gel nas mãos.

— Marcelo da clínica ou Marcelo original? — arqueio as sobrancelhas e ele me olha confuso.

— Quem é Marcelo original?

— Um cara que a Mariana saia. — Carol responde por mim ainda tentando acalmar meu sobrinho.

— Acho que é esse então. — ele dá de ombros me fazendo arregalar os olhos quase esquecendo que estou com uma criança nos braços.

— Não fala isso, Caio pode derrubar a minha filha. — Carol fala preocupada.

— É o Gay cara, relaxa. — ele ri pegando a Maite dos meus braços com cuidado. Fazendo ela parar de chorar, Matias me olha convencido me fazendo revirar os olhos. Infantil. — na hora que eu sai de lá ela tava fechando a clinica com ele, ia pra casa da Carol ajeitar as coisas para a chegada dos bebês. — explica e eu concordo pegando meu celular vendo marcar quatro horas da tarde, hora exata da alta dos gêmeos.

— Não aguento mais ficar vindo nesse lugar todos os dias. — ela fala se levantando com o Matteo no colo que já havia se acalmado e agora dormia calmamente feito um anjinho.

Falar aqui, puxou o tio.

— Acabou gata. — beijo a testa dela. — agora é sofrimento em casa. — falo fazendo os dois rirem.

Saímos do hospital e fomos para meu carro, dirigo devagar e com cuidado redobrado até a rocinha. Chegando lá, paro o carro em frente a casa dela, tirando as coisas e ajudando ela.

Lucas abre o portão fazendo um toque comigo e recebendo ela com um beijo e pegando o filho no colo. Moloque tava todo besta, e era bom demais ver o Lc assim, só nóis mermo sabe o quanto ele é merecedor de todas essas conquistas que ele veem tendo ultimamente.

Entro sentindo o cheiro bom de comida. Comida da Dona Vilma, claro. E não perco tempo e já vou direto para a cozinha.

— Bença, tia! — peço pegando na sua mão que recebe sorrindo.

— Deus que lhe abençoe, filho. — solta minha mão animada. — meus netos já chegaram? — concordo com a cabeça e ela passa por mim toda alegre me fazendo rir.

— Ela tá feliz. — ouço a voz da minha futura esposa e me viro vendo ela entrando na cozinha, toda gata.

— Nois tudo tá. — ela concorda sorrindo vindo me abraçar. — tava com saudades já, branca.

— Também, amor. Muita! — levanto seu rosto com a minha mão, beijando sua boca devagar. Nosso beijo é interrompido por choro de criança e a gente se afasta rindo. — daqui pra frente vai ser assim. Teremos que nos acostumar.

— Difícil, som irritante da porra. — dou risada e ela nega rindo.

— Vou ir ver minha afilhada e meu sobrinho. — diz já saindo da cozinha.

— Que ta a minha cara! — falo sorrindo de lado olhando para a sua enorme bunda que me deixa louco.

— Convencido! — ela grita.

Vou logo atrás, vendo a Agnes entrar na casa cheia de sacola. Ela deixa tudo em cima do sofá e vai até minha irmã á enchendo de beijos. Toda doida.

— Eu tava com tantas saudades. — fala exagerada.

— Eu também tava e muita. — Carol sorri se sentando. — mas a saudades que eu estava da minha casa é totalmente inexplicável.

— Saudades você vai sentir é do seu sono, se prepare. — Dona Fátima fala com o Matteo no colo.

— Ja to imaginando. — Lc faz careta.

Deve ser mó brisa, você não conseguir dormir por conta do choro de criança. Aquela coisa irritante te incomodando.

Deus é mais.

Pego meu celular, vendo um número desconhecido. Fico confuso e entro na conversa.

"Se a minha vida, não sendo do jeito que eu queria, a de vocês também não vai ser. M "

Travo a mandíbula, olhando para o Md que me encarava sério, faço sinal com a cabeça e ele entende, se levantando e saindo de fininho, faço o mesmo me encontrando com ele no quintal.

— Denovo? — concordo entregando meu celular para ele que lê com atenção.  — M...

A duas semanas, venho recebendo mensagens anônimas, com tipos de mensagens dando a entender inveja.

Não julgo.

É difícil não ter.

Não avisei o Lucas, não quero encher a cabeça dele e fazer ele tirar a atenção dos filhos e da Carolinne.

— Viado, nois vai ter que ir atrás. — coço o cavanhaque intrigado.

— Tem suspeita?

— M, Md. — repito a inicial. — So vem um. — ele concorda me entregando o celular.

— Acha que é por ela? — aponta com a cabeça.

— Talvez seja, ou talvez tenha algo a mais por trás disso que ninguém nunca desconfiou...

— Tô ligado.

×××

M?...

Para sempre você. Where stories live. Discover now