29.

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Antes de começarem a ler, quero que vocês prestem atenção na numeração do capítulo.
O wattpad desorganizou a ordem, do 9 pulou para o 19, aí voltou para o 10 e ainda está desorganizado, já editei diversas vezes mas não adianta, atualiza e depois volta a como estava. Do 9 ao 36 está fora da ordem correta, então peço que olhem a numeração para não pegar spoiler e nem se perderem na história. Desde já, agradeço! 🥰

"Sua vida é única meu bem ninguém vai viver por você"

Caio Souza.

Tava com a mente a milhão, Lc tava diferentão comigo e eu tava puto porque ele jogou o bagulho nas minhas costas e não me cobrou satisfação. Aí não vem trocar uma ideia e fica de cara feia por aí.

Olho pela janela do quarto e vejo a Carolinne e o Lucas entrando no quintal, estranho logo. Ver esses dois juntos, sem ter nenhum motivo, é de dar medo.

Desço as escadas achando mera conhecida, Lucas deve ter vindo resolver alguma coisa comigo e a Carolinne tava chegando e se encontraram.

— Opa! — faço meu toque de sempre com o Lucas e, dessa vez, sinto uma firmeza á mais do que nas outras últimas vezes. — Carolinne, da licença por favor. Eu e o Lucas temos umas coisas para resolver!

Peço firme e ela não fala nada e nem se quer sai do lugar. Lucas suspira pesado e olho pra ele que abaixa a cabeça passando as mãos no rosto preocupado.

— Caio. A gente precisa conversar.

Sua voz estava fraca e por algum motivo, senti tristeza e decepção na sua voz. Isso me causou um aperto enorme no peito me fazendo ir até ela que tinha os olhos inchados.

— Tá tudo bem com você? — pergunto e ela nega com a cabeça. — O que tá acontecendo, Carolinne? Não me preocupa não caralho.

— Irmão, se acalma que o bagulho é sério! — Lucas responde por ela se sentando no sofá com os cotovelos no joelho e as mãos cruzadas olhando a situação.

— Que porra tu aprontou? — sinto uma agonia por não entender nada do que tava acontecendo.

— Eu tô grávida.

Sua voz sai baixa, mas o suficiente para os meus ouvidos escutarem, sinto meu corpo vacilar um pouco pra trás e meu mundo simplesmente rodar. Era como se eu tivesse fumado vários baseados e maconhas e que tudo isso era uma alucinação.

Pisco os olhos diversas vezes seguidas, rezando para ser uma alucinação maluca.

Direciono meu olhar para a sua barriga, que ainda não se notava tamanho pela blusa folgada e com certeza estava de novinho.

Eu não tinha nenhum parente de sangue, a não ser ela. E agora, a pessoa que salva minha vida todos os dias, dará a vida para alguém. Meu sobrinho.

Ando até ela a abraço fortemente, não tinha o que falar. Eu não encontrava nada para dizer, as palavras sumiram da minha boca.

— Me desculpa por te decepcionar. Por não ter me tornando a mulher que você tanto quis, por não ter me estabelecido em alguma lugar e já estar com filho! — sua voz embarcada pelo choro me causa uma dor imensa, por ela pensar que algum dia eu irei me decepcionar com ela.

— Parabéns. — dou um beijo na sua testa. — Eu te amo! E prometo cuidar de você e dessa criança até meu último suspiro. — ouço sua respiração se estabilizar.

— Eu te amo. — Ela se afasta sorrindo.

Paro um pouco para racionar o motivo do Lucas estar aqui. Por ser algo totalmente pessoal e familiar, em outras situações, Carolinne contaria para mim quando estivéssemos sozinhos e, com certeza, eu seria o primeiro a saber.

— Quem é o pai? — pergunto com a reposta na ponta da língua e o maxilar travado.

— Sou eu. — fecho os olhos fortemente sentindo uma raiva absurda. Tiração do caralho.

— Que papo torto é esse, Carolinne? — altero um pouco a voz e Lc toma a frente se levantando. Ficando cara a cara comigo.

— Estamos kits agora, parceiro. — da ênfase no parceiro. — pegava tua irmã escondido, mas agora a casa caiu. Junto com a tua! — aponta o dedo no meu peito me fazendo tirar rapidamente.

— Do que tu tá falando, Lucas? — Carol saí de trás dele indo para seu lado.

— Que isso, Coringa. Não contou para tua irmã que foi você que matou o avô paterno do filho dela? — sinto minha mão voar para seu rosto, fazendo ele soltar uma enorme risada, passando a mão no lugar e voltando a me olhar.

Carolinne tinha uma decepção estampada no rosto. Mas ela gritou assim que Lucas me acertou um murro fazendo eu cair por conta da surpresa.

— Meu Deus, para! — ela empurra o Lucas e me ajuda a levantar ficando no meio de nois dois.

— Qual foi Lucas caralho! — Grito passando a mão no lugar. — Tu sabia o filho da puta que ele era!

— Mas era meu pai, porra. — Lc grita.

Ouço a porta ser aberta e as três últimas pessoas que eu queria que estivessem aqui agora entram.

— A gritaria de vocês da para ouvir de lá de fora! — Agnes fala me fazendo respirar fundo para não surtar com todos e mandar todo mundo ir tomar no cu.

Mariana arregala os olhos ao me ver, ela vem até mim colocando as mãos no meu rosto.

— Sua boca tá sagrando... — passo a língua no canto da boca sentindo o gosto.

— Bora, Coringa. — Lucas atiça. Ele tava bravo, mas ele não queria estar fazendo aquilo, eu percebia pela forma como ele estava, a decepção na sua voz era nítida. — aproveita que tá todo mundo reunido e conta. — sua voz embarca de choro e a Carol o puxa fazendo ele sentar no sofá.

— Meus filhos, pelo amor de Deus! — Ouço a voz da Dona Vilma e direciono meu olhar para ela que tinha um semblante triste. — eu não criei vocês para ficarem de briga. Vocês são irmãos.

— Eu matei o Leonardo. — Jogo tirando as mãos da Mariana do meu rosto e me afastando deles.

A merda do silêncio se instalou na sala, eu não ouvia nada a não ser os soluços baixos do Lucas e da Carolinne.

Agnes abaixa a cabeça dando as costas pra mim e indo pra cozinha, Dona Vilma não tinha expressão nenhuma não, mas eu já tava ligado na decepção dela, lutou tanto para criar alguém que nem do seu sangue é, para matar o pai do filho dela.

— Caio... — ela suspira sentando no sofá.

— Te agradeço demais por tudo que a senhora fez por mim. Nas minhas orações o seu nome está! Mas se apartir de hoje, Dona Vilma. O que a senhora sentiu por mim, morrer. Eu entendo o bagulho, mas nada em mim vai mudar, a gratidão sempre vai ser a mesma, por que o que eu fiz, foi pra salvar a sua vida! Tirar você de tudo que passou com aquele imundo. — desabafo tirando um peso enorme das minhas costas. Nem ela e nem ninguém falava nada.

Tirava a razão de ninguém também, fui errado de matar e esconder esse tempo todo, de continuar morando na casa. Mas tive meus motivos, e se for pra julgar, olhe para eles.

×××
Música do início do capítulo:
SE O MUNDO ACABASSE HOJE — OROCHI.
Maratona (2/5)

Para sempre você. Where stories live. Discover now