Manual Para Garotas Indisciplinadas

dancing with our hands tied

Quando a porta da casa luxuosa dos Uchihas foi aberta pela centésima vez naquela noite, Sasuke rolou os olhos; Itachi e Shisui comemoraram e Naruto gritou o nome da pessoa que passou pela mesma muito mais alto que o barulho das caixas de som no último volume com uma música animada da playlist de Kiba.

— Sakura! Sabia que você viria, nunca perde uma boa festa. — o loiro falava animado, enquanto passava um dos braços pelo pescoço da menina de cabelos rosa.

Esta, que tinha os olhos verdes analisando cada perímetro do lugar, captando tudo com aquele par de olhos sagazes, Sasuke não deixou de pensar que Sakura parecia uma cobra enquanto vasculhava todo o ambiente; e quando os mesmo olhos perigosos pousaram em Sasuke, o sorriso zombeteiro rasgou-se em seus lábios vermelhos e brilhosos devido ao gloss que Sasuke sabia que tinha cheiro e gosto de cereja. Sasuke revirou os olhos mais uma vez, levando o copo de plástico até a boca, a fim de ingerir o álcool que ali havia. Viu quando Sakura acenou com a cabeça para o seu irmão e seu cunhado e sumiu no meio das pessoas logo em seguida, sem mais Naruto agarrado em seu pescoço.

— Cara, essa mina me deixa a ponto de bala! — Uzumaki exclamou afoito.

— Que nojo.

— Que? — virou-se para Sasuke. O tom de voz beirava indignação. — Você está se escutando? Acorda, é a Sakura!

— E você parece um idiota quando o assunto é ela, se toca. — Sasuke rebateu, bebendo um gole de sua bebida. Logo em seguida crispou os lábios.

— Claro, porra. Se ela pedisse, eu beijaria os pés dela, lamberia o chão que ela pisa. Você que é meio louco por não dar a mínima pra uma garota como ela.

Sasuke ficou em silêncio e revirou os olhos pela quinquagésima vez naquela noite. O pior de tudo, era que no off, ele era tão fascinado por Sakura tanto  quanto Naruto – e o resto da universidade – era. A venerava e morreria por um só beijo, entretanto, a personalidade de bad girl que ela possuía irritava o Uchiha em níveis estratosféricos e, por esse motivo, Sasuke fingia não dar a mínima para ela. Carregava o sangue Uchiha nas veias e junto a ele, o orgulho inquebrável; por esse motivo o joguinho de gato e rato com Sakura nunca acabava.

Mas no final das contas, gostava dele. Gostava de trocar farpas com a dona daquela boca bem desenhada e maldosa, com o gloss  que Sasuke morreria para provar do gosto.

Naruto o puxou para a pista de dança improvisada na sala e, mesmo contra sua vontade, deixou-se ser levado. A batida que tocava naquele momento era contagiante e fazia vibrar por dentro. Sasuke não dançava. Nunca. Mas às vezes não se proibia de vez ou outra balançar minimamente a cabeça e batucar de forma discreta o pé no chão. Estava alheio vendo as pessoas dançarem quando seus olhos pousaram onde ele sabia que não deveria pousar.

Ela era como um diabo. Maldita mulher. Sim, um diabo com cabelos cor-de-rosa.

Não demorou muito para que ela se virasse em sua direção seus olhos felinos cravarem no Uchiha. O sorriso perverso dançou em seus lábios cheinhos. Quando avistou Sasuke no meio da sala, no meio de todas aquelas pessoas dançando, Sakura, decidida a provocá-lo, dirigiu-se até ele. Ainda com um sorriso atrevido nos lábios, ela se aproximou.

— Pensei que você não dançava, Sasuke. O que te trouxe pra pista de dança? — Sasuke ergueu uma sobrancelha.

— Não é da sua conta, Sakura. — respondeu com um tom de desdém. — E o que te fez vir atrás de mim? Não tinha outros alvos mais interessantes pra atormentar?

— Talvez eu só estivesse entediada e precisasse de um pouco de diversão. — Sakura riu suavemente e retrucou. — Afinal, onde mais eu encontraria alguém tão irritantemente convencido como você?