Pista? Ou...não? - Capitulo 16

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Eu acho que depois que eu fiquei sabendo da história do Logan, eu nunca mais o olhei do mesmo jeito que eu olhava antes, ele era um cara muito legal, sofreu e sofre muito na vida, como Helena/Lolla tinha dito.

Eu não sabia ainda porque Lolla tinha dois nomes. Simplesmente fiquei sem vontade de saber, depois da história do Logan.

Quando a porta da escola finalmente abriu para irmos embora, eu praticamente pulei fora dela, tentei falar com Lolla, mas parecia que ela estava realmente triste, não queria falar com ninguém.

Estava começando a fazer mais calor nos últimos dias. Naquele dia, os raios de sol me acompanhavam por onde eu passava.

Ouvi alguém falar meu nome atrás de mim. Voltei-me e vi Logan.
- Sam! Apressadinha. - Ele sorriu - Poderia me esperar? - Eu ri, sem perceber diminuindo o passo. - Quando eu finalmente consigo me livrar da Caroline... - Ele suspirou, desanimado.

- Não pensa nisso. Você não pode ficar com ela pra sempre, não é? Isso não vai durar pra sempre. - Eu disse, tentando alegra-lo.

- Isso aconteceu quando eu tinha quinze anos. Tenho dezessete agora. Estou três anos da minha vida aguentando ela. - Contrai os lábios. Devia ser difícil. Ficar com alguém que não gostava.

- Faz uma coisa por mim? - Eu perguntei. Ele olhou pra mim, e disse:

- Mas o qu... Tudo bem faço.

- Quando você estiver longe dela, não pense nela. Você já tem problemas de mais. - Eu disse. Ele sorriu, tateando a parede. 

- Eu vou fazer isso. Aliás, já devia ter feito tem muito tempo. - Eu sorri, e dei um tapinha no seu ombro. 

- Além disso, eu não disse a história da Lolla não é? - Ele perguntou, se virando pra mim. Eu engoli em seco e neguei com a cabeça - Posso contar? - Ele perguntou, com voz de mimado.

- Vá em frente, vamos. - Eu respondi sorrindo. 

- Bem... Quando Lolla era criança, ela chamava Helena. Ela... Gostava de matar bichos. - Ele começou.

- O começo já quase me fez cair pra trás Logan, pega leve, vamos com calma, paz e amor no coração- Eu disse rindo. Ele sorriu, e não conseguiu me encarar nos olhos, olhando para o chão, e ficando deliberadamente vermelho.

- Pois é? Então, Lolla, ou Helena como preferir, gostava de matar os bichos. Especialmente gatos. - Ele fez uma pausa. - Ela cresceu assim. As pessoas já estavam achando que ela era uma maníaca. - Eu balancei a cabeça, afirmando. - No seu aniversário de seis anos, ela foi pega pelos pais, embaixo da cama. Sufocando um gato branco. - Ele disse. Senti um arrepio ao ver um gato branco passar a minha frente bem nessa hora. - Os pais ficaram horrorizados. E decidiram mandar pra um reformatório, depois de Helena, aos sete anos, perseguir o filho do vizinho deles, de cinco anos, com uma faca. - Eu apertei os olhos, e continuei ouvindo. - Ela foi para o reformatório, mas os pais dela foram acusados de bruxaria, e ensinar magia negra pra filha. Os pais foram condenados a pena de morte... Helena nunca mais foi a mesma. Passou a ser tímida e quieta. Sofria bullying pelas escolas. Até que fugiu de um reformatório. Passou a morar nas ruas. Parou de matar os bichos, com medo que alguém que ela amava, morresse queimado. Como seus pais. Um dia, ela estava passando por uma praça, pedindo comida. Ela passo por um casal de estrangeiros. O casal se condoeu com ela, e acabaram levando ela pra casa, conseguindo a guarda dela, e deu seu nome de Lolla. E assim está até hoje. Como Lolla. Morando com o casal que a tirou da rua. – Logan terminou de dizer.

- QUE HISTÓRIA HORRÍVEL. - Eu disse, olhando pra ele. Ele riu, e respondeu:

- Pois é. Agora... Eu não sei sua história. Poderia contar? - Ele perguntou. Eu olhei pra rua, que tinha a minha casa.

- Não dá... É melhor eu entrar. Prometo que depois conto. Ok? - Ele assentiu, parecendo triste ao perceber que já estava praticamente em casa.

- Tchau então. A gente se vê... Amanhã. - Ele disse, dando tchau.

- A gente se vê amanhã. - Eu sorri e abri a porta de casa, dando de cara com Jane.

- Namoradinho novo Sam? - Ela perguntou, sorrindo. - Eu olhei assustada pra rua, mas ele pareceu não ter ouvido.

- Não! É só um amigo. Ele tem namorada. - Eu disse baixo, rindo. Jane sorriu e disse:

- É bonito viu? – Eu concordei com a cabeça

- Eu sei.

- Então... Você também é bonita.

- Mas isso não quer dizer que eu goste dele, e que ele goste de mim! - Eu respondi, fazendo carinho no Fluffy, que chegava pulando. Ergui a cabeça, e vi Jonathan, meu advogado, apoiado na parede da porta.

- Oi Jonathan! Alguma noticia? - Eu perguntei ansiosa. Ele tinha dito que ia tentar selecionar o caso dos meus pais, junto com um detetive, e saber se foi mesmo um assassinato, Jonathan sorriu, e se aproximou. Jane entrou, mais para nos deixar sozinhos, do que pra fazer a comida.

- Eu consegui fazer a polícia reabrir o caso, pelo menos. - Ele disse.

-Ok, mas alguma pista?

- Não...na verdade, se seus pais foram mesmo assassinados, o assassino deve ser extremamente inteligente.

- Porque?

- Porque ele provavelmente sabe que um crime feito com incêndio, provavelmente é muito difícil de selecionar. O fogo destruiu qualquer pista que podia der útil. O lugar está completamente destruído. Mas por outro lado, ainda estamos examinando.

- E os corpos dos meus pais?

- Ainda não foram enterrados. Estão no IML. Sendo examinados. 

- Acharam alguma informação útil?

-Ainda não. O incêndio queimou o corpo dos dois, não deixando nenhuma prova de agressão física ou abusos à mostra. - Eu soltei o ar e bati o pé no chão.

- Eu tenho certeza que foi um assassinato!

- Como tem tanta certeza pequena Sam?

-Eu sinto! Algo me diz. Meus pais não iriam morrer assim. E meu deus, agora eu não tenho dúvidas! - Eu quase gritei, arregalando os olhos. Jonathan me olhou assustado e perguntou:

- O que? O que foi?

- Agora eu realmente sei que eles foram assassinados. Eu lembrei que elestinham um alarme anti-incêndio, sabe aqueles que apitam com qualquer vestígiode fogo, e os bombeiros seriam alertados, mas o incêndio aconteceu, e o alarmenão ativou. Por quê? Alguém o desligou. Eu tenho certeza! - Me virei agitada,entrando em casa e subindo as escadas, diretamente pro meu quarto porém tivetempo suficiente pra perceber que o quadro de Taylor já não estava mais naparede da sala.



Tem alguém aí? - Volume 1 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora