Após terminar o ensino médio, sem perspectivas de fazer uma faculdade, Stefaní Prado é convidada pela tia para passar um tempo em sua casa, no vilarejo de Laguinhos, onde mora seu querido amigo, Edmundo Bernardo. Faní é uma moça de mente e ambições...
Não se deixem enganar: “As más companhias corrompem os bons costumes”. — 1° Coríntios 15:33
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Faní não fez nenhuma ligação de imediato.
— É uma boa moça — respondeu. — Muito divertida e agradável.
— De fato — Ed concordou, com um pequeno sorriso de satisfação. Conteve-se melhor e então perguntou, um pouco sério: — Mas eu estive pensando: você não a acha bem extrovertida?
— Um pouco — Faní disse, analisando as memórias em sua mente. — Fala bastante, não dá para ficar em silêncio ao lado dela.
— É um ponto interessante. — De alguma forma, o retorno do sorriso desenhado nos lábios finos de Ed acendeu uma lâmpada de luz fraca na mente de Faní. — Tive boas impressões dela quando se preocupou com sua enxaqueca — ele continuou a falar. — Foi uma atitude de grande consideração vir aqui apenas para checar se você havia melhorado.
— Eu fiquei agradecida — Faní disse, apenas.
— E se enturmou tão fácil conosco. Ela me confidenciou certa vez que era sempre encorajada ao silêncio dentro de sua própria casa e é uma alegria que se sinta confortável o suficiente para ser quem é por aqui.
— Que bom saber isso.
— Eu só acho que... Bem, que a extroversão dela possa levá-la a um nível... desconfortável de exposição. — Ed mirava as íris escuras e brilhantes de Faní, buscando ser entendido nas entrelinhas.
E Faní entendeu, mas se questionou por um momento se deveriam estar mencionando o que, aos olhos dela, foi um erro de Mary.
— Está se referindo à fala dela sobre o pai.
Ed concordou com a cabeça, feliz por não ter sido o único a reparar.
— Entendo que deve ser uma grande frustração não ter contato com muitas pessoas cristãs para dividir o fardo. Eles não tinham muitas amizades na igreja da Califórnia — continuou. — Mas, mesmo assim, sua fala foi um tanto rude. Seu pai não ficaria contente de ouvir aquilo da boca da própria filha.
— Não — concordou Faní, os olhos baixos.
— Quem sabe o quanto ela deve ter sofrido em sua casa. Talvez tivesse visto a própria mãe maldizer o marido diversas vezes e adquiriu esse costume. As más companhias corrompem os bons costumes — refletiu, pensativo. — Enfim, eu espero que possamos ser bons exemplos para ela, principalmente você.
Faní ergueu os olhos para ele, agora confusa.
— Eu?
— Sim, Stefaní. — Ele sorriu para a prima. — Quem melhor que você para instrui-la a respeito da honra aos pais? Faní apertou os lábios, sentindo as bochechas aquecerem.
