— Eu tenho uma dívida com o seu irmão que nunca poderei pagar, mas posso tentar, ajudando você. – Ele limpou o rosto e se levantou, caminhando devagar até a mim. — Qualquer coisa que precisar... Não hesite em me chamar.

— Obrigado. – Sorri trêmulo e ele assentiu.

— É melhor você ir. – Ele saiu da minha frente para que eu pudesse ir até a porta. — Tente não sumir tantas vezes igual Menma fazia. Sasuke não vai aguentar por muito mais tempo.

— O que quer dizer com isso? – Franzi o cenho e ele me imitou.

— Menma não avisou? Sasuke tem problema no coração. – Minha expressão de choque deve ter sido realmente engraçada, já que ele riu soprado. — Só tente não matá-lo do coração. Literalmente. – Sorriu de lado e apertou levemente o meu ombro.

Assenti, passando por ele e indo até a porta. Destranquei e girei a maçaneta, mas não consegui abrir. Eu precisava perguntar... Eu só... Queria muito saber.

— Tobirama? – Me virei de novo e ele ergueu as sobrancelhas.

— Sim.

— Menma já tinha te contato sobre mim? Ele falava de mim? – Ele sorriu, como se entendesse o meu desejo de saber sobre isso.

— Todos os dias. Ele não podia contar ao Sasuke e ao Izuna, mas ele falava tudo para mim. Ele te amava muito.

— Ok. – Foi o que eu consegui dizer, mas o sorriso no meu rosto denunciava a minha felicidade, assim como o aperto em meu peito por nunca ter tido a oportunidade de fazer o mesmo.

Finalmente abri a porta e sai do cômodo, fechando a porta de novo. Passei a mão com força no meu rosto, não querendo que ninguém percebesse que eu queria muito chorar. Meu peito doía demais.

— Amor? – Abri os dedos para poder ver Sasuke vindo para perto de mim, parecendo preocupado. — O que aconteceu? Sobre o que conversaram? – Ele puxou minhas mãos e cruzou nossos dedos em uma delas, levando a sua outra até meu rosto, fazendo um carinho em minha bochecha.

— Nada, eu só... Estou feliz de estar aqui. Com você. – Sorri, sabendo que minha mentira não seria descoberta uma vez que fui treinado para mentir.

Fui treinado para ser uma mentira.

— Aí que fofinho. – Ele sorriu, me puxando para mais perto e deixando mais um selar em meus lábios.

Suspirei, franzindo o cenho. Sabia que essas coisas iriam acontecer, mas não estava preparado, realmente. Primeiro Sai, que meu irmão amava, e agora Sasuke, que era seu marido. Eu me sentia péssimo.

— Que cheiro bom. – Ele afundou o rosto no meu pescoço e puxou o ar com força, fazendo minha pele arrepiar. — Trocou de perfume?

— Ah... Sim. Tobirama me deu. – Menti novamente e ele sorriu, continuando com o rosto pertinho do meu pescoço.

— Gostei. – Ele sussurrou e eu me condenei ao reagir a isso.

— Que bom. – Tentei falar como se estivesse feliz, mas minha voz saiu tremida.

Senti uma de suas mãos afundando em meus cabelos, enquanto a que estava entrelaçada na minha, apertava levemente. Os fios foram puxados de uma maneira tão gostosa que eu tive que fechar os olhos.

— O que acha de irmos para o quarto, hum? – Ele começou a beijar meu pescoço e eu me senti ainda mais péssimo por estar sendo bem aonde Sai havia beijado mais cedo.

Aquele lugar parecia queimar como o fogo do Inferno que é pra onde vou assim que morrer.

— Eu estou um pouco cansado. – Falei, segurando sua cintura para empurrá-lo um pouco para longe, recebendo uma expressão confusa de sua parte. — Tem como a gente apenas... Deitar?

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