— Para. – Pedi baixo, balançando a cabeça. Meu coração parecia estar sendo segurado por sua mão, e ela o apertava sem dó nenhuma.
— Pegamos os gêmeos e no outro dia Minato foi morto pela NYUTS. – Engoli o nó da minha garganta, me forçando a não chorar. Mas minha raiva crescia cada vez mais por ele nÃO CALAR A PORRA DA BOCA COMO EU PEDIA! — Os membros dela juraram que matariam tudo que ele amava, inclusive sua linhagem, que não foi escondida deles já que sua esposa, mãe de vocês, o traiu, o entregando a eles.
Respirar começou a ser difícil e não chorar mais ainda. Minhas mãos apertavam com força as laterais da mesa e eu já nem mais sentia as pontas dos dedos.
— Então decidimos separar vocês, assim chamaria menos atenção. Colocamos você na doação em Suna, uma cidadezinha pequena na época, e Menma em Kiri, tão pequena quanto. Cuidamos de longe de vocês, como ele pediu. Menma achou uma família facilmente, mas você não. Toda vez que percebíamos que sua nova família iria fazer mal a você, dávamos um jeito de colocar você no orfanato de novo. Sempre estivemos com você, te vigiando de longe. Quando você foi atacado, anos atrás, Lee e Gaara estavam lá para te salvar e, como aconteceu com o seu irmão, trouxemos você para cá logo em seguida.
— Por que... Por que nunca me contaram nada disso? – Eu ainda olhava para o meu colo e meu tom furioso já era esperado por todos.
Eu tinha um problema com a raiva.
— Foi o único pedido do seu irmão quando recrutamos ele. – Sua repostada me fez erguer os olhos até ele no mesmo segundo. Percebi quando Sai engoliu em seco ao ver meus olhos marejados, mas não desviei eles de seu pai. — Menma sabia os riscos que correriam se ficassem juntos. Gêmeos são como sangue em alto mar. Não somente os tubarões sentem, mas piranhas e qualquer outro peixe também. Seu pai foi o homem mais procurado do Japão, Senhor Namikaze. Menma não queria ter que te arrastar para isso como aconteceu com ele. Então, quando foi recrutado, há sete anos atrás, o único desejo dele foi que cuidássemos de você para que você não chegasse até aqui.
— E cheguei, não é!? – Meu tom subiu ainda mais e no próximo segundo, as minhas mãos quebraram a mesa, voando pedaços de vidro para todos os lados.
Os homens da sala se encolheram e protegeram os olhos para não se machucarem, mas eu não tirei os olhos do Chefe daquela droga toda nem por um caco que me cortou a bochecha superficialmente. Ele era um filha da puta e eu sempre o odiei. Agora essa raiva nunca me pareceu tão grande.
Me levantei com tudo e fui até ele. Os anos em academia finalmente me davam um gostinho de vitória na boca, já que eu sabia que tinha forças o suficiente para agarrar sua blusa e o jogar no resto da mesa, que só se manteve firme pelo tripé estar bem embaixo daquela região.
— Seu filho da puta! Não tinham o direito de esconder isso de mim! – Gritei em seu rosto, o segurando mais apertado. Meu corpo irradiava calor e minhas cordas vocais tremiam, deixando minha voz mais grossa. Amei ver o medo estampado em suas feições envelhecidas. — Eu vou matar você!
— Tire as mãos de mim! – Ele mandou, mas se encolheu quando eu ri debochado.
Estava insano e ele sabia.
— Eu acho que não. – Apertei mais a sua blusa, começando a sufoca-lo.
— Naruto... – Sai me chamou, colocando a mão em meu ombro. Ele não parecia com medo de mim, mas não parecia 100% certo que eu não o machucaria também. — Sabemos que é muito para você, mas não terá nada de bom se agir desse jeito. Por favor... Se acalme.
Ainda permaneci uns bons segundos olhando nos olhos do pai dele com a extrema raiva que alguém poderia ter. Parecia que ninguém respirava naquela sala - muito menos aquele imbecil - e eu sabia que o prédio inteiro nos assistia pelo vidro da parede. A minha vontade era de tacar fogo em tudo e assistir enquanto essa merda caia em ruína, mas me afastei, o largando tão brutalmente quando o agarrei. Ele se levantou, ajeitando o terno e a gravata, me olhando como sempre olhou: com desgosto.
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CPPE - Narusasu
Fanfiction"Sasuke não pode ficar sozinho e eu não posso mais protegê-lo. Por favor, eu imploro, cuide dele por mim. Eu conto com você."
