Ele não me disse mas nada, e também não falei nada, apenas apertei para o primeiro andar enquanto ele se olhava no espelho.

_ O que houve? - Perguntei ao sentir o elevador parar no sétimo andar e no mesmo instante olhei para ele.

_ Não mexi em nada. - Falou erguendo as mãos para cima e fui até o monitor apertando novamente no primeiro andar, mas o elevador não se moveu.

_ Será que.. - Jude ia dizer algo, mas no mesmo instante as luzes se apagaram ficando um completo breu no elevador.

_ Jude que isso? - Perguntei agarrando com uma mão a camisa dele, fiz sem pensar isso, mas estava escuro então não soltei.

_ Calma, acho que acabou a energia. - Respondeu e foi quando uma pequena luz ao lado do interfone acendeu, o que me fez enxergar um pouco o ambiente e perceber que Jude estava me olhando.

Naquele instante soltei sua camisa e me afastei apertando o interfone, mas não funcionava.

_ E o que fazemos? - Perguntei preocupada, eu odiava elevador e agora eu estava presa em uma caixa pequena a metros do chão.

_ Esperamos, se acabou a energia, eles vão chamar um eletricista para verificar e se não conseguirem vão tentar abrir o elevador.

_ Mas eu não quero ficar aqui, eu tenho medo desse trem cair.

_ Não precisa ficar com medo, isso não cai. Olha como é forte. - Do nada ele deu três pulos que quase minha alma foi embora do meu corpo.

_ Para com isso. - Briguei dando um tabefe em seu ombro, o que fez ele rir.

_ Relaxa, vamos ficar bem. Enquanto isso, eu vou sentar e aproveitar a vista. - Disse se sentando no chão e olhando para mim.

_ Que vista? - Perguntei pensando que já lhe estava começando a faltar oxigenação nesse seu cérebro pequeno.

_ Você é a melhor vista que eu podia querer admirar. - Mas que idiota, vai começar com as gracinhas, ele não tem cimancou, não?

_ Cala a boca. - Falei me sentando do lado da porta, enquanto ele estava sentado abaixo do espelho.

Embora esse comentário fosse totalmente desnecessário, ele não escondeu o sorriso, aff.

Ficamos em silêncio por uns dez minutos, mas já estava começando a ficar impaciente. Eu havia esquecido meu celular no quarto e Jude também já que o dele estava descarregado e ele deixou carregando.

Mas ele decidiu quebrar o silêncio. Por que era tão difícil ele ficar com a boca fechada?

_ Eu estou com calor. - Falou e o que eu tinha haver com isso? Mas estava mesmo calor, como pode? Agora mesmo do lado de fora estava frio e agora estava tão quente ao ponto das minhas costas estarem escorrendo suor.

_ Eles já vão chegar. - Respondi na esperança de abrirem a porta o mais breve possível.

Ficamos trinta minutos em silêncio, na verdade já perdi as contas de quantos minutos ou horas estávamos aqui, mas sei que cada um de nós dois estava estirado em um lado do elevador tentando dormir, já que era a única coisa que tinha para fazer.

_ Não aguento mais, eu vou tirar a minha camisa. - Jude disse e no mesmo instante me sentei apontando para ele.

_ Nem pensar, pode ficar com essa camisa senhor Jude. - Falei e ele me ignorou totalmente tirando a camisa, deixando a mostra o seu abdômen trincado e extremamente suado e atraente aos meus olhos.

_ Está calor, Isa. - Falou percebendo meu olhar e desviei na mesma hora voltando a me deitar virada para o lado oposto. _ Você está completamente suada, ainda mais com uma saia longa.

_ Não me importo.

_ Deveria tirar a camisa, assim fica mais fresco. - Abusado.

_ Não Jude, não vou tirar minha camisa. Mas obrigada.

_ Não pense que eu estou insinuando alguma coisa. - Ia começar.

_ Não falei que estava.

_ Se fosse o Balde tinha certeza que você tirava.. - Sussurou para ele, mas consegui ouvir e me sentei no mesmo instante olhando para seu rosto.

_ O que você quis dizer com isso? - Já estava cansada das gracinhas e comentários dele.

_ Nada. - Respondeu olhando para baixo.

_ Já te disse que não tenho nada com o Balde, ele é só um amigo. - Não que eu precisasse me justificar, mas se ele ia ficar com essa cara, eu tinha que falar alguma coisa.

_ Tabom, também tenho amigas então. - Que ridículo.

_ Aquelas peruas não são amigas. Não compara.

_ Peruas? Está com ciúmes? - Que cínico.

_ Não, não temos mais nada mesmo. Se bem que isso não foi um impedimento para você.

_ Denovo? Já expliquei o que aconteceu, não quer me ouvir? Tudo bem, mas para de ficar tacando na minha cara, porque eu vi a sua intimidade com aquele cínico desnutrido, mas quando é com você eu não posso falar nada.

_ Isso não tem comparação com o que você fez, não queria justificar o injustificável.

_ Eu errei, mas estou arrependido. Quer saber? Para mim já deu, agora quem não quer sou eu.

_ Que notícia maravilhosa, já não aguentava mais você enchendo meu saco.

_ Nem saco você tem! - Gritou e me levantei no mesmo instante.

_ E o seu vai ficar faltando se gritar comigo de novo! - Falei e ele se levantou indignado ficando em pé como uma estátua na minha frente.

_ Você que ameaçou arrancar meu saco!

_ É o que eu vou fazer se você gritar denovo.

_ Eu grito quanto e quando eu quiser, você não manda na minha garganta. - Então era guerra? Pois bem Jude se prepara.

_ Não estou nem aí para a sua garganta.

_ É claro, assim como você não está nem aí para mim? não é mesmo? - Perguntou irônico.

_ Não estou.

_ Se você não estivesse nem aí para mim, você já tinha tirado essa camisa, mas pelo visto a minha presença te incomoda não é mesmo?

_ É claro que não.

_ Então tira. - Falou em um tom duvidoso.

_ Eu não preciso provar nada para você.

_ Tabom, eu sabia que você ainda ligava.

_ Se é assim. - Levei minhas mãos a barra da minha camisa e a puxei tirando por cima e ficando apenas de sutiã na parte de cima.

Jude no mesmo instante desceu o olhar para meus seios e empurrei a cabeça dele para trás, desviando sua atenção.

_ Como eu disse, não ligo para o que você pensa.

_ Mas eu ligo, você é perfeita, Isa. - Jude me olhava intensamente de cima a baixo e me abaixei pegando a minha camisa que havia jogado no chão. Mas ele se abaixou no mesmo instante tocando em minha mão. _ Prefiro que fique sem.

_ Você não tem preferência de nada, não encosta. - Falei tentando pegar minha camisa, mas sua mão estava em cima da minha, me impedindo.

_ O seu coração diz outra coisa. - Falou levando uma mão até o meu coração e me tocou ali fazendo meu coração saltar ainda mais.

Miserável, ele ainda tinha efeito sobre mim e sabia disso. Conseguia ouvir e sentir sua respiração próxima a minha, e em minha mente só se pensava em uma coisa.

[ ... ]

Country on fire - Jude BellinghamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora