forty-eight: blood.

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OLIVIA LEBLANC

Sentada dentro da banheira vazia, eu sinto o sangue escorrer pelo meu rosto, evito olhar para baixo porque estou em cima de uma poça vermelha. Meu corpo tremendo e as vozes ecoando na minha cabeça. Todos os avisos, todas as vezes que tentaram me afastar dele, agora tudo faz completo sentido.

Me obrigo a sair da banheira, porque preciso pegar o celular que está jogado no chão, mais uma lágrima que se mistura ao sangue cai pelo meu rosto. Eu olho para a minha lista de contatos e quase fecho os olhos para escolher um número aleatório e tentar a sorte para não ser ninguém que me odeie.

Não ligo para os meus pais, eles não aguentariam me ver, Valentin está na Europa, então não teria como me ajudar. O que me resta são as pessoas que mais errei nessa vida, eu sinto tanto por só ter percebido isso agora.

Meu dedo treme quando disco o número de Tayler, estou a tanto tempo em completo silêncio, que não lembro se sei falar. Sinto medo, meu coração acelera e minha visão fica turva, ele precisa me atender, na verdade, eu preciso que ele me atenda.

Deito no chão, porque estou sem forças para sustentar meu peso sentada. Não lembro há quanto tempo eu não como.

— A princesa resolveu abrir a boca para pedir desculpas? — Meu peito sobe e desce, minha respiração está completamente descontrolada.

— Uma ambulância. — Minha voz é tão baixa, que fico na dúvida se Tayler consegue me ouvir.

— Que? Olivia o que aconteceu? — Agora, ele parece desesperado, mas eu garanto, não tanto quanto eu.

— Ele vai vir aqui de novo, eu quero uma ambulância. — Me surpreendo por conseguir formar uma frase e tenho certeza que agora Tayler colocou no viva voz.

— Pelo amor de Deus Liv, onde você está? — Eu começo a chorar, chorar muito, mesmo não tendo forças.

— Na minha casa. — Mais uma vez, eu estou quase sussurrando, droga, não estou fazendo isso por mal.

Escuto um barulho vindo da sala e me lembro que não tranquei a porta do banheiro, tento me levantar, porque rastejar doeu mais.

Assim que viro a chave, tudo vira uma completa escuridão.

Acordo em uma cama e com a sensação de que agora meu rosto está limpo, é difícil enxergar, acho que meu olho está um inchado

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Acordo em uma cama e com a sensação de que agora meu rosto está limpo, é difícil enxergar, acho que meu olho está um inchado.

— Olivia? Ai minha filha, graças a Deus você acordou! — Olho para o lado e vejo minha mãe, com os olhos marejando.

Olho ao redor do quarto e vejo toda a minha família, finalmente estou segura e com quem eu amo.

— Eu... Eu sinto muito, mãe. — Dessa vez eu consigo falar mais alto, estou mais forte.

— Eu já tentei caçar o filho da puta, mas ele fugiu do país. — Tayler se aproxima, segurando a minha mão. — Olivia, nós estamos aqui, eu estou aqui. — Abro um sorriso, tento abrir um sorriso.

— Foi uma briga boba... Eu postei uma foto e ele não gostou. — Todos se aproximam quando percebem que irei começar a explicar. — No começo eram uns empurrões, às vezes me pegava pelo braço... Mas hoje foi a primeira vez que eu tentei revidar, que eu cansei de ser tratada daquela forma, infelizmente deu no que deu. —Coloco a mão na na minha boca, sentindo cada ponto dado, logo eu, que tanto me preocupo com estética...

Pelo menos estou viva e com a minha família.

Não deixo de reparar, Luca está sentado no final do quarto, com a cabeça abaixada, como eu senti falta do meu menino.

— Luca, você pode vir até aqui? — Eu o chamo, de primeira acho que vai ignorar o meu pedido, ele me olha com pena, não gosto disso.

— Me promete que nunca mais vai se afastar de mim, Liv. — E é a primeira vez em anos que meu primo desaba, meu corpo dói, mas não posso negar seu abraço, nós dois precisamos disso.

— Me perdoa por tudo, eu fui tão ruim para você. — E eu choro, choro de felicidade, de alívio e tudo volta a fazer sentido.

— Me sinto tão culpado por ter te julgado, agora entendo tudo que você estava passando. — Sinto suas lágrimas molhando meu ombro, meu coração aperta, eu poderia ter evitado essa situação.

— Vamos deixar você descansar um pouco, nem poderíamos entrar todos juntos, mas você conhece bem a família que tem. — Íris passa a mão na minha cabeça, acho que é o único lugar que não dói.

— Quando você se sentir pronta, a polícia vai querer falar com você, filha. — Meu pai avisa, não reclamo, denunciar é realmente o melhor a se fazer.

Sinto um nó na garganta, foram tantas as vezes que minha família se reuniu em um hospital e mais uma vez estamos aqui, dessa vez por minha culpa. Eu poderia ter evitado tudo, ter escutado as pessoas que me amam, não meu coração idiota.

Consegui destruir minha vida aos 19 anos.

mais um capítulo importante

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mais um capítulo importante.
favoritem e comentem.

 𝙊𝙐𝙍 𝙇𝙄𝙏𝙏𝙇𝙀 𝙊𝙉𝙀Where stories live. Discover now