eighteen: my husband.

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EMMA FISHER.

Estava tudo perfeito, parece que finalmente cada estresse valeu a pena. Íris estava radiante, era nítido a felicidade dela e eu não sabia como recompensar todo o seu esforço para que o nosso casamento saísse perfeito.

Após deixarmos a igreja, todos foram direto para a festa e a melhor parte chegou, eu não precisava ficar com Tayler tirando fotos e fingindo que tudo tinha acontecido de forma natural. Eu não demorei para pegar uma taça de uma bebida aleatória, eu só não queria estar sóbria e a minha meta era no máximo me divertir.

- Aquele não é um dos primos de Tayler? - Me assusto quando escuto a voz de Jade atrás de mim, eu estava a sair do bar.

Meus olhos caminham até Valentin e automaticamente se arregalam, ele estava agarrando uma das convidadas e eu não fazia ideia de quem era. Mais uma desvantagem desse casamento, eu não conhecia metade das pessoas presentes.

- Meu deus! O meu primo está engolindo alguém. - Quase cuspo a bebida quando Luca aparece perto da gente, ele estava com o seu cheiro natural de Malbec misturado com álcool e maconha.

- Eu achava que ele era o mais quietinho. - Respondo e recebo uma risada do meu novo cunhado como resposta.

- Minha meta para hoje é beber até cair, então que comecem os jogos! - Franzo a testa quando Luca estende a sua taça para brindarmos.

- Como se você não fizesse isso todos os dias. - Respondo em um tom de brincadeira e ele me mostra a língua, feito uma criança.

Minha irmã não demora muito para me puxar até a pista de dança, eu havia trocado de vestido e estava com um mais confortável e justo, o que era bem melhor para dançar.

Rihanna berra nas caixas de som e todos que estão na pista de dança se movimentam sem parar. Essa é a melhor parte de qualquer festa.

Sinto um braço me puxar e não demoro muito para ver que se trata de Tayler. - Evelyn está nos chamando para tirar mais algumas fotos com ela. - Suspiro, ou melhor, quase bufo, eu não estava mais aguentando tirar fotos e só queria curtir um pouco a festa.

- As quinhentas que tiramos não foram suficientes? - Respondo sendo um pouco ríspida, mas o álcool já estava fazendo um pequeno efeito na minha mente.

- É um dia especial para ela, você pode tentar ser compreensiva? - Levanto as sobrancelhas, Tayler me pedindo para ser algo que ele nunca é.

- E é um dia estranho para mim, você pode tentar ser compreensivo? - Cruzo os meus braços olhando em sua direção, vejo meu marido revirar os seus olhos.

É estranho chamá-lo assim. Nunca irei me acostumar.

- Mas ela não sabe que está sendo assim para você. - Ele me lembra, respiro fundo e puxo sua mão até Evelyn. - Temos que fazer o nosso teatro, não é? - Concordo com a cabeça.

- Emma, sei o quanto é chato precisar tirar fotos enquanto quer curtir a festa, mas você está tão linda! - Vejo os olhos de Evelyn brilharem e isso acaba me comovendo, realmente estava sendo um dia especial para ela. - Tayler é como um filho para mim e ver que ele encontrou uma pessoa como você, me alivia completamente. - Respiro fundo, espero que ela nunca precise saber da nossa mentira, ou melhor, da nossa verdade.

- Estou feliz por sermos uma família agora. - Abraço a madrasta de Tayler que me recebe com muito carinho e conforto.

Como uma mulher tão doce criou um homem tão desagradável?

Tiramos todas as fotos que Evelyn nos pediu, Tayler parecia estar fazendo um grande esforço para não demostrar o seu tédio, eu não tirava o meu sorriso do rosto.

- Você quer beber alguma coisa? - Me surpreendo quando escuto a voz de Tayler atrás de mim, eu já estava voltando para a pista.

- Eu larguei a minha taça em algum lugar durante as fotos. - Meus olhos caminham pelo local, mas infelizmente não vejo minha taça, algum garçom deve ter pego.

- Podemos pegar outra, se você quiser. - Franzo a testa quando reconheço um tom amigável vindo dele.

- Eu estou bem, vou ficar com a minha irmã. - Sem força, ele me segura pelo braço e me impede de sair. Respiro fundo e reviro os meus olhos, percebi que ele odeia quando eu faço isso, mas é inevitável.

- Você está mesmo tranquila com tudo isso? - Seus dedos no meu braço me fazem arrepiar. Sua pergunta me deixa pensativa, será que ele já se arrependeu? Eu já cansei de tentar entender esse homem.

- E eu pensando que seria a primeira a demostrar arrependimento. - Tayler respira fundo e não demora para abrir um sorriso debochado, aquele que mais me irrita.

- Eu não estou arrependido, miss perfeição. - Não entendo quando ele resolve passar o dedo pelos meus cabelos, se não fosse estranhamente bom eu reclamaria, demorou horas para deixá-lo perfeito. - Só é estranho ter que te chamar de esposa agora. - Dou uma risada fraca, mas de fato aquilo era muito estranho.

- Você não precisa ficar me chamando de esposa. - Respondo ansiosa para a conversa terminar. - E eu prefiro que não chame mesmo. - Dou uma piscadinha em sua direção e me preparo novamente para me retirar de perto dele.

- Vamos pegar uma bebida. - Seu tom é muito autoritário, mas eu realmente estava afim de beber, é um convite inegável.

Tayler não espera uma resposta minha, apenas caminha até o bar e espera que eu o siga e é exatamente o que eu faço. O barman estava me olhando estranho desde o primeiro drink, eu não estou mais com aquele vestido chamativo de noiva, esse é mais simples, mas acho que toda a cidade sabe que eu sou a esposa de Tayler e mesmo assim o cara não para de me comer com os olhos.

- As damas primeiro, não é? O que a senhora deseja? - Ele nem olha para Tayler e eu quase dou uma risada quando vejo o seu olhar decepcionado por passar despercebido.

- Vodka pura. - Meu marido me olha com os olhos arregalados, eu não entro em campo para brincar, isso é fato.

- Eu vou querer whisky puro e do melhor. - Ele nem espera o barman perguntar, apenas diz com o seu tom de voz grosso e ignorante, como sempre. - Se esse cara não parar de olhar para os seus peitos, eu vou perder a minha paciência. - Não hesito em rir assim que Tayler cochicha no meu ouvido.

- De qualquer forma, ele não tem chance comigo, eu sou uma mulher casada. - Brinco e vejo que Tayler se surpreende com o meu tom de voz, a bebida me deixa mais simpática.

Nós deveríamos parar com essa guerrinha e tentar viver de uma forma agradável, nós dois tomamos essa decisão e por mais estranha que seja, o melhor é aprender a no mínimo se respeitar. Não posso odiar um cara que eu conheço há menos de um mês, não posso odiar o meu marido.

 𝙊𝙐𝙍 𝙇𝙄𝙏𝙏𝙇𝙀 𝙊𝙉𝙀Where stories live. Discover now