Capítulo 12

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EU definitivamente tinha que aprender linguagem de sinais, de repente isso estava martelando na minha cabeça. Já faziam dois dias desde o meu aniversário e eu estava com minha mãe, Jayla e os meninos no aeroporto, já que eles (com excessão da minha mãe, obviamente) tinham que voltar para Seattle o mais rápido possível. Janice implorava para a mãe comprar algum chaveiro bonitinho que ela achou por aí enquanto Tyler apenas andava em círculos, segurando seu boneco do Optimus Prime que ele nunca largava, minha mãe provavelmente estava no banheiro já que passou o caminho de ida inteiro falando sobre estar com um pouco de dor de barriga. Eu não estava prestando atenção exatamente, apenas carregando as malas da Jayla e dos meninos já que eu por acaso era um homem e meu pai não estava ali para fazer esse papel de homem adulto. Eu era praticamente adulto agora, e digo praticamente porque ainda me faltavam alguns meses para terminar o ensino médio e eu definitivamente não me sentia um adulto de jeito nenhum.

—Tio Jay.— Ouvi a voz fina de Janice enquanto sentia alguém dar leves puxões na minha calça.

—Oi Janice.— Voltei meu olhar para baixo, vendo a menininha segurar algo nas duas mãos. —Algo de errado?

—Eu só queria te perguntar se aquela menina quietinha do cabelo comprido vai pro seu aniversário no ano que vem.— Ela disse enquanto movia os pezinhos fazendo seu corpo se balançar.

—A Bokyung? Bem... Acho que vai sim, por que?

—Porque ela foi muito legal comigo olha.— Ela me mostrou uma versão pequena do mesmo chaveiro que Bokyung havia me dado no meu aniversário. —Ela deu um desses pra mim e um pro Tyler, olha.

—Hum, tô vendo.— Sorri, lembrando-me de Bokyung na noite do meu aniversário.

—E a gente viu ela no mercado antes de antes de ontem, sabia?

—Sério?

—Uh-huh, ela tava olhando pra a gente, acho que ela escutou a gente falando de você.

—Escutou foi?

Tentei imaginar o que aconteceu, ambos Tyler, Janice e Jayla se pareciam muito entre si e consequentemente comigo também, já que os genes do meu pai eram aparentemente muito fortes, fazendo que ambos nós e meus sobrinhos se parecessem exatamente com meu pai em uma versão mais nova. Imaginei que Bokyung tenha visto os meninos e achado eles parecidos comigo, então provavelmente ela teria visto eles falando algo sobre mim e concluiu que eles eram da minha família. Eu também provavelmente devia ter mencionado os meninos para ela e esquecido disso.

—Essa moça foi muito legal com a gente.

—Sério?

—Sim, vocês são amigos há quanto tempo?— Os olhinhos de Janice estavam cheios de curiosidade.

—Só algumas semanas.

—E você vai continuar sendo amigo dela?

Janice estava fazendo beicinho enquanto olhava na minha direção, me inclinei um pouco, numa tentativa de igualar (ou quase igualar) nossa altura enquanto eu deixava as malas de Jayla no chão.

—Eu não posso prometer nada, talvez eu e ela possamos ser bem mais do que apenas amigos.— Eu disse, eu estava brincando em partes enquanto sorria apoiando minhas duas mãos nos meus joelhos.

—Nossa!— Ela colocou as duas mãozinhas sobre sua boca. —É sério?

—Muito sério.— Não pude conter meu sorriso ao pensar sobre eu e Bokyung estando juntos, parecia um sonho. —Mas não fala isso pra sua mãe, nem pra sua avó.

—Eu vou ficar caladinha.— Ela sorriu, fazendo um gesto com os dedos, como se estivesse fechando sua boca com um zíper.

—É isso aí, o tio tá confiando em você.

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