Cap 40

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Natasha Romanoff
2015

Me encarei pela milésima vez no espelho vendo a barriga já grande e sorrindo, nossa menininha.

Quatro semanas haviam se passado desde meu "aniversário" o que nos traz ao dia 24 de dezembro, véspera de Natal.

Uma data que por muitos anos eu odiei, quando menor eu sentia um ódio extremo dessa data, por saber que tinham famílias unidas em todo o lugar pra comemorar o "nascimento de Jesus"

Sempre tive na cabeça que se esse tal de Deus existiu, então era um belo de um filho da puta.

Deixou milhares de genocídios acontecerem, a segunda guerra mundial, a guerra do Irã, ditadura de 64 no Brasil, guerra dos sem anos, peste negra, gripe espanhola... tantos desastres que mataram milhões e ele nunca fez nada, e ainda falam que ele é maravilhoso?

Família felizes unidas enquanto um esfaqueia as costas do outro quando estão separados, família felizes comendo mais do que aguentam enquanto outras catam comida do lixo

Engraçado que todas rezam pro mesmo Deus.

Já ouve um tempo em que ficava melancólica nessas datas, afinal eu nunca tive com quem passá-las, acabava trancada no meu apartamento ou então trabalhando para que outros com família pudessem tirar folga

Mas Steve aparentemente gosta bastante da data, já que fez questão de enfeitar todo o complexo, incluindo nosso quarto.

Eu não vou estragar sua animação, mas acho curioso como depois de tantas desgraças na vida dele, ele ainda continua acreditando em Deus, e continua achando ele bom.

De acordo com ele temos que comemorar pois é o primeiro Natal de nossa filha, mas ela nem saiu da minha barriga ainda, como pode ser o primeiro Natal dela?

De novo, eu que não vou ser a pessoa que vai desanima-lo.

Nesse último mês, passei mal novamente três vezes, mais vezes vomitando sangue e sentindo dores terríveis. Sempre vamos ao hospital para ver se está tudo bem, somente para confirmar.

Aparentemente, minha garotinha é realmente muito forte, só precisa aguentar mais um pouquinho.

- Amor? - Steve me chamou, fazendo-me reparar que ele tinha acabado de entrar no quarto.

- Oi - sorri para ele, que sorriu de volta.

- Já está quase dando meia-noite. Todos já chegaram lá em baixo. Vai se arrumar? - ele perguntou, cuidadoso, enquanto se aproximava.

- Vou sim - me levantei, deixando um selinho em seus lábios.

Coloquei um vestido vermelho e ajeitei os cabelos, agora já grandes, além de fazer uma maquiagem básica.

- Ao menos você está quietinha hoje - falei com minha filha, que estava cada vez maior.

O tempo voou, e quando vi, Steve estava pronto, me esperando.

Assim que saí do banheiro pronta, Steve levantou a cabeça e abriu a boca em surpresa.

Sorri com sua reação e dei uma voltinha, vendo ele levantar e vir até mim.

Rainbow - Romanogers Where stories live. Discover now