Cap 33

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Soon You'll Get Better - Taylor Swift

Na iluminação do consultório, eu não te contei que estava com medo
Aquela foi a primeira vez que estivemos lá
Garrafas laranjas sagradas, todas as noites eu rezo pra você

Natasha Romanoff

2015

- Natasha, isso já foi longe demais - ouvi a voz de Steve atrás de mim.

Minha cabeça rodava, e eu sentia meu estômago arder sentada no chão em frente ao vaso depois de um bom tempo vomitando a comida que Steve tinha me forçado a comer no jantar, repetindo o que tinha acontecido no almoço.

Tem exatos um dia e meio desde que Steve voltou e desde que estou sendo forçada a comer para sempre acabar do mesmo jeito.

Um dia e meio foi o máximo que consegui enrolar Steve em relação à minha alimentação antes que ele me arrastasse para um médico.

Eu me sentia péssima; toda a pouca energia que tinha, eu perdia nessas sessões torturantes de vômito sem fim, onde eu botava mais líquido para fora do que qualquer coisa.

- Vamos falar com a doutora Cho, você pode estar com alguma infecção. Não sei, mas só sei que isso não é normal - ele ditou sem me dar opções.

Enquanto isso, eu me mantinha quieta, sem conseguir mover um único músculo; tudo doía, minha cabeça rodava, e minha garganta ardia.

- Steve... - chamei por ele com dificuldade.

- Não, Natasha, não vou ficar aqui parado vendo você passando mal - ele ajudou a me levantar e me guiou até a pia.

Não tinha energia para debater ou para dizer mais que duas palavras, então me contentei em escovar os dentes o tempo todo com seu apoio para garantir que eu não iria cair.

A cama parecia muito mais convidativa do que uma tortura com agulhas e pessoas em quem eu não confio tendo acesso ao meu material genético e muitas outras coisas.

- Vamos, meu amor, é para o seu bem.

Steve ajudou-me a trocar de roupa, pondo uma mais apresentável, porém ainda confortável: uma calça de moletom e uma regata.

Ele me guiou para fora do quarto, e eu me sentia sem forças para combater.

O caminho todo, Steve praticamente me levava, levando sem consideração que eu sentia que iria desmaiar a qualquer momento.

- Anna Miller - falei, e ele me olhou sem entender - é a única enfermeira que eu vou deixar fazer exames em mim, sem negociação. Ela é enfermeira e a doutora Cho é médica.

Ele confirmou com a cabeça em um olhar de pena que me fez desviar o olhar até que estivéssemos lá dentro.

Senti Steve me por na cadeira da recepção antes de se afastar; eu continuei ali imóvel, com meu olhar perdido, esperando que ele retornasse.

- Hey - ele se ajoelhou em minha frente - você já vai ser atendida, ok? A Cho está terminando de atender outro paciente, e então nós entramos. Sei que ele fazia esforço para manter as mãos longe de mim por estarmos em público.

Confirmei com a cabeça, querendo ter energia para sair correndo.

Sei que não adianta discutir com Steve; ele não vai me deixar ir embora.

- Senhorita Romanoff? A doutora Cho irá te atender agora - uma moça que eu não sei quem é chamou, e então Steve me ajudou a me levantar.

O que tudo isso iria ocasionar? Tentava usar meu cérebro para calcular uma saída, um resultado, qualquer coisa que não me deixasse à mercê do cosmos.

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