O Ser e o Vazio

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Refletir sobre a vida é, para alguns, um caminho perigoso, porque há uma percepção clara de que, ao fazê-lo, nos lançamos em abismos obscuros da própria existência. Aqueles que nunca ousaram explorar as profundezas do ser olham com desconfiança para quem se aventura nessa jornada.

Ser rotulado de "louco" é a reação natural daqueles que, acorrentados às convenções, resistem a enfrentar o turbilhão de questionamentos. Mas, afinal, quem é o verdadeiro insensato? Aquele que explora as entranhas de sua existência ou o que se refugia nas superficialidades?

O "louco" não se deixa levar pelas correntes da inércia, questiona, busca compreender. O livre arbítrio pode ser uma ilusão, pois tudo que fazemos é influenciado pelas teias invisíveis que nos conectam aos outros e ao mundo.

O universo é uma tapeçaria complexa, onde cada fio está entrelaçado com outro. O vazio que sentimos é um eco das angústias do mundo. Somos todos feitos dessa matéria de dor e busca. Desde o momento em que somos retirados do útero quente e seguro, somos lançados no turbilhão do existir.

Aceitar a vida como é, com suas dores e alegrias, é uma tarefa árdua. Por vezes, é como tentar conter o vento com as mãos. Mas é assim que nos construímos, na moldura da dor, na tela da experiência, com a paleta de nossas emoções.

Aceitar a condição humana é o primeiro passo para desarmar a bomba que trazemos dentro de nós. O relógio não pára, e a explosão é inevitável. Aceitar a própria humanidade é um ato de coragem. E é assim que, no fim das contas, nós descobrimos.

Afinal, ser louco ou não ser, eis a questão.

Vivo-MortoWhere stories live. Discover now