Octavia perdeu tudo que tinha e amava ainda muito nova, quando foi capturada pelas garras da cruel senhora da montanha e forçada a servi-la durante décadas. Mas a fêmea tinha um único objetivo, vingar aqueles que amava e libertar toda Prythian do co...
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Havia levando três horas até que a curandeira curasse e fechasse os cortes, colocasse os ossos quebrados no lugar e fizesse Octavia não sentir dor a cada passo ou movimento mínimo que dava. Alba, era um feérica inferior da Corte Crepuscular que havia salvado anos atrás de ser morta, a fêmea com dom de cura tinha se oferecido para ser a curandeira particular de Octavia como formar de pagamento, a princesa tinha recusando inicialmente, mas após um tempo conciderou e pediu que a fêmea fosse sua espiã também.
— Não precisa. — impediu que a fêmea de pele arroxeada fosse buscar roupas para vesti-la, Octavia ja estava mais que satisfeita com com a cura e ajuda no banho para tirar todo o sangue e sujeira. — Posso fazer isso sozinha, obrigado.
— O que fará agora?
— Não sei Alba, não sei. — confessou. — mas sei o que você fará, volte para casa, e leve eles juntos. — apontou na direção das criaturas que estavam deitadas e espalhadas pelo cômodo. — Você passou esses últimos três meses longe de todos para me ajudar...
— É meu trabalho.
— E agora estou dando folga dele, para todos vocês. Estamos livres, aproveitem. — até que precisassem lidar com Hybern, pensou, mas os olhos amarelos reluziam a compreensão daquilo também, tinha alguns meses de paz na melhor das hipóteses. —
— Por que não os leva com você? Por que não se junta a mim? — Curiosidade parecia o segundo nome dela. —
— Eles chamam atenção demais, quero ser discreta. Volte para sua família Alba, apenas descanse. — disse não respondendo a última pergunta, não sentiasse íntima da fêmea para dizer-lhe que não achava que poderia chamar aquele lugar de casa, que poderia conviver lá mesmo com toda paz e conforto. Havia questões que não podia falar, sentimentos guardados em relação a muitas coisas que ninguém entederia. Alba a encarou por um longo minuto então se curvou em despedida, levando consigo a pequena matilha. Octavia soltou um suspiro antes de caminhar para o armário, afim de escolher um vestido. —
Octavia sentia que deveria está mais feliz, mais eufórica, ou ao menos sentir alguma coisa. Estava contente com a morte de Amarantha e a libertação de Prythian, estava de verdade, mas não tanto quando acreditava que estaria. Não era como os outros fora daquele quarto, não tinha para onde voltar, não tinha alguém que a tivesse esperando ansiosa e feliz depois de tantos anos longe e sofrendo nas garras de Amarantha... Não tinha nada. Nada além de uma centenas de inimigos a querendo morta.
A proposta de Alba pareceu minimamente interessante, mas no fundo sabia que não conseguria viver olhando para o rosto daquelas pessoas, lembrando que poderia ter feito muito mais durante os quase cinquenta anos. E novamente não tinha nada. E o pensamento fez algo quebrar ainda mais, em pedaçinhos tão pequenos que não acreditava que poderiam ser colados outra vez um dia. Ela sentiu se afundar mais e mais no abismo dentro do seu peito, da sua alma que ficava mais cinzenta e fria. Octavia respirou fundo, afugentando as lágrimas para não borrar a tinta que passava em seu rosto.
